Alberto Mendes Júnior

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Alberto Mendes Júnior
Alberto Mendes Júnior
Nome completo Alberto Mendes Júnior
Dados pessoais
Nascimento 24 de janeiro de 1947

São Paulo, São Paulo
Morte 10 de maio de 1970 (23 anos)
Sete Barras, São Paulo
Vida militar
País Império do Brasil
Brasil República do Brasil
Força Polícia Militar do Estado de São Paulo
Anos de serviço 1965-1970
Hierarquia capitão post mortem

Alberto Mendes Júnior (São Paulo, 24 de janeiro de 1947 - Sete Barras, 10 de maio de 1970) mais conhecido como Tenente Mendes, foi um oficial da Força Pública do estado de São Paulo durante a Ditadura Militar no Brasil. É considerado herói e patrono da Polícia Militar. Depois de seu assassinato, foi promovido post-mortem ao posto de Capitão.

Biografia

Em 15 de fevereiro de 1965 passou a fazer parte dos quadros da Força Pública do estado de São Paulo, ao ser aprovado nos exames para ingresso no Curso Preparatório de Formação de Oficiais. Foi declarado aspirante a oficial em 21 de abril de 1969. Passou a fazer parte do 15º Batalhão de Polícia e em 15 de novembro de 1969 foi promovido a 2º Tenente.

Em 6 de fevereiro de 1970, foi apresentado ao 1º Batalhão de Polícia de Choque "Tobias de Aguiar" com sede no Quartel da Luz, em razão da sua transferência por conveniência do serviço.

Vale do Ribeira

Nos dias 16 de abril de 1970 e 18 de abril de 1970 foram presos respectivamente no Rio de Janeiro, Celso Lungaretti e Maria do Carmo Brito, ambos militantes da Vanguarda Popular Revolucionária (VPR), uma das organizações de esquerda operando contra a Ditadura civil-militar brasileira.

Ao serem interrogados, os dois informaram que desde janeiro de 1970, a VPR, com a colaboração de outras organizações comunistas, instalara uma área de treinamento de guerrilhas, na região de Jacupiranga, próxima a Registro, no Vale da Ribeira, no estado de São Paulo, sob o comando do ex-capitão desertor do Exército Carlos Lamarca. No dia 19 de abril de 1970, tropas do Exército e da Polícia Militar do Estado de São Paulo foram deslocadas para a área, a fim de verificar a autenticidade das declarações dos dois militantes presos e neutralizar a área, prendendo, se possível os seus 18 ocupantes. No início de maio, uma parte da tropa da Polícia Militar foi retirada da área, permanecendo, apenas, um pelotão. Como voluntário para comandá-lo, apresentou-se um jovem de 23 anos, o tenente Alberto Mendes Júnior.

No dia 8 de maio, sete guerrilheiros chefiados por Carlos Lamarca, que estavam numa pick-up, ao pararem num posto de gasolina em Eldorado Paulista, foram abordados por policiais que, imediatamente, foram alvejados por tiros que partiram dos que ocupavam o veículo e que após o tiroteio fugiram para Sete Barras.

Ciente do ocorrido, o Tenente Mendes organizou uma patrulha, que, em duas viaturas, dirigiu-se de Sete Barras para Eldorado Paulista. Cerca das 21:00 horas, houve o encontro com os guerrilheiros que estavam armados com fuzis FAL enquanto que os PMs portavam o fuzil Mauser modelo 1908. Vários PMs foram feridos e o Tenente Mendes verificou que diversos de seus comandados estavam necessitando urgentes socorros médicos. Um dos guerrilheiros gritou-lhes para que se entregassem. Julgando-se cercado, o oficial aceitou render-se, desde que seus homens pudessem receber o socorro necessário. Tendo os demais componentes da patrulha permanecido como reféns, o Tenente levou os feridos para Sete Barras.

De madrugada, a pé e sozinho, o Tenente Mendes buscou contato com os guerrilheiros, preocupado que estava com o restante de seus homens. Encontrou Lamarca que decidiu seguir com seus companheiros e os prisioneiros para Sete Barras. Ao se aproximarem dessa localidade foram surpreendidos por um tiroteio, ocasião em que dois guerrilheiros, Edmauro Gopfert e José Araújo Nóbrega, desgarraram-se do grupo e os cinco restantes embrenharam-se no mato, levando consigo o Tenente Mendes.

Tribunal revolucionário

Depois de caminharem um dia e meio na mata, os guerrilheiros e o Tenente pararam para descansar. Nesta ocasião Carlos Lamarca, Yoshitame Fugimore e Diógenes Sobrosa de Souza afastaram-se e formaram um tribunal revolucionário que resolveu executar Tenente Mendes pelos crimes frios cometidos em nome das Forças Militares e do Governo. Os outros dois Ariston Oliveira Lucena e Gilberto Faria Lima ficaram vigiando o prisioneiro.

Poucos minutos depois, os três retornaram, e, acercando-se por trás do oficial, Yoshitame Fugimore desfechou-lhe golpes na cabeça, com a coronha de um fuzil. Diógenes Sobrosa de Souza desferiu-lhe outros golpes na cabeça, esfacelando-a. Ali mesmo, numa pequena vala e com seus coturnos ao lado da cabeça esmagada, o Tenente Mendes foi enterrado.

Em 8 de setembro, Ariston Lucena foi preso pelo DOI/CODI/IIEx e apontou, no local, onde o Tenente estava enterrado. Seu corpo foi exumado, em segredo, pelos agentes do DOI pois os companheiros do Tenente queriam linchar Ariston.

Algozes

Dos cinco guerrilheiros que participaram do assassinato do Tenente Mendes, sabe-se que:

  • Carlos Lamarca, morreu na tarde de 17 de setembro de 1971, no interior da Bahia, morto pelo DOI/CODI/Salvador;
  • Yoshitame Fugimore, morreu em 5 de dezembro de 1970, em São Paulo, morto pelo DOI/CODI/SP;
  • Diógenes Sobrosa de Souza, foi preso em 12 de dezembro de 1970, no Rio Grande do Sul. Em novembro de 71 foi condenado à pena de morte (existia na época esta punição para aqueles considerados terroristas, que nunca foi usada formalmente). Em fins de 1979, com a anistia foi libertado;
  • Gilberto Faria Lima (codinome Zorro), guerrilheiro infiltrado trabalhando para a polícia, que provavelmente fugiu para o exterior ainda durante os anos de chumbo;
  • Ariston Lucena, foi condenado à pena de morte após a anistia foi libertado. Faleceu em 2013.

Homenagens

Em sua homenagem foi instituída pela Alesp a Medalha Eterno Herói - Capitão PM Alberto Mendes Júnior.

É patrono do 14º BPM/I, Registro (São Paulo), que inaugurou em sua lembrança um monumento em Sete Barras. O pátio principal da Academia de Polícia Militar do Barro Branco recebe seu nome e há no local um busto seu. Também há um busto em sua memória na entrada principal do QCG – Quartel do Comando Geral da Instituição, Praça Coronel Fernando Prestes. O pátio do 1 º BPChq (Batalhão Tobias de Aguiar) possui um memorial em mármore e bronze com sua silhueta e espada.

A Lei Estadual de São Paulo 13.026/2008 institui o "Dia do Herói Policial Militar", a ser comemorado em 10 de maio, por razão da data do falecimento de Mendes.

Ver também

Referências

  1. a b c «Alberto Mendes Júnior». Diretoria de Tecnologia da Informação e Comunicação da Polícia Militar do Estado de São Paulo (DTIC). 5 de maio de 2015. Consultado em 28 de maio de 2019. Cópia arquivada em 2 de junho de 2019 
  2. «Homenagem a herói da Polícia Militar». Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo. Consultado em 28 de maio de 2019. Cópia arquivada em 3 de junho de 2019 
  3. «História do 1º Batalhão de Políciamento de Choque Tobias de Aguiar – Rota». semanariozonanorte.com. Consultado em 21 de junho de 2021 
  4. a b c d Felipe Cittolin Abal e Ana Luiza Setti Reckziegel (22 de junho de 2017). «A pena de morte na Ditadura Civil-Militar brasileira: uma análise processual». Revista Tempo e Argumento, vol. 10, núm. 25, 2018. Consultado em 2 de novembro de 2020. Cópia arquivada em 2 de novembro de 2020 
  5. Wilma Antunes Maciel. «A ação da PM na guerrilha do Vale do Ribeira em 1970». Revista de História. Consultado em 3 de junho de 2019. Cópia arquivada em 3 de junho de 2019 
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  8. «Yoshitane Fujimori» (PDF). Comissão Nacional da Verdade vol III, p.495. Consultado em 4 de junho de 2019. Cópia arquivada (PDF) em 4 de junho de 2019 
  9. 'Evidências de traição eram muito fortes', diz ex-companheiro sobre Zorro - Portal Último Segundo
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Ligações externas