Angu

Desta vez iremos mergulhar no fascinante mundo de Angu, um tema que tem captado a atenção de pessoas de todas as idades e culturas. Desde tempos imemoriais, Angu tem sido fonte de estudo, debate e reflexão, sendo um tema que desperta paixões e desperta a curiosidade de quem deseja saber mais sobre o assunto. Neste artigo iremos explorar os diferentes aspectos relacionados com Angu, desde a sua origem até às suas implicações na sociedade actual. Junte-se a nós nesta jornada de descoberta e aprendizado sobre Angu.

 Nota: Não confundir com Polenta.
Angu

Angu à mineira
Características
Classificação
(prato)
Localização

Angu é um prato típico da culinária brasileira, preparado com fubá, água e um pouco de sal, normalmente levando alho frito no azeite como tempero. Nas regiões em que houve influência de imigrantes italianos, o angu passou a ser identificado como a polenta, prato típico italiano. Além da receita utilizando farinha de milho, o angu também pode ser preparado com farinha de mandioca ou com farinha de arroz.

Etimologia

O nome "angu" vem da palavra àgun do idioma africano fom da África Ocidental, onde a palavra se referia a uma papa de inhame sem tempero. A palavra também pode provir do iorubá a'ngu. Vale observar, entretanto, que, a partir de 1498, os portugueses começaram a propagar o milho pela costa africana, começando na bacia do Congo. A palavra "angu" passou a ser usada no Brasil para papas feitas com farinha de mandioca ou de milho, as quais eram acompanhadas por miúdos de carne de vaca ou de porco. Com o tempo, a palavra "angu" passou a ser usada apenas para as papas feitas com fubá, enquanto as papas feitas de farinha de mandioca passaram a ser chamadas de pirão.

História

Na primeira metade do século XIX, o artista e cronista Jean-Baptiste Debret, em Voyage pittoresque et historique au Brésil, descreve a venda do angu de farinha de mandioca:

Esse angu, relatado por Debret, era uma comida de escravos, cujos trabalhos e maus-tratos que sofreram foram registrados nas aquarelas do pintor. Saint-Hilaire também descreve esse angu (1816), em Minas Gerais, como uma "espécie de polenta grosseira" que era o principal alimento dos escravos.

A venda do angu pode se mostrar de importância ao se saber que o Jornal do Comércio do Rio de Janeiro, em 10 de julho de 1835, estampava o seguinte anúncio: "Participa-se aos que vendem angu, que na rua dos Ourives n. 137, se acha a venda azeite de dendê fresco, em barris, a 1$200 cada medida".

Em Minas Gerais e Rio de Janeiro, o angu preparado apenas com o fubá de milho e água, sem a adição de sal, e com consistência mais firme, é conhecido como "angu mineiro". Quando preparado de forma mais cremosa, para ser misturado com miúdos de vaca e porcos na hora de consumo, é conhecido como "angu à baiana". O preparo dos miúdos de vaca e de porco é bem semelhante ao do sarapatel.

Os "papangus", personagens do Carnaval de Bezerros em Pernambuco.

Em Pernambuco, a iguaria inspirou uma festa de Momo: o Carnaval de Bezerros. No século XIX, surgiu uma brincadeira de familiares dos senhores de engenhos, que saiam mascarados e mal vestidos para visitar amigos nas festas de entrudo, e comiam angu. As crianças passaram então a chamar os mascarados de "papa-angu".

Na cidade do Rio de Janeiro, continuando a tradição das vendedoras de angu do século XIX, ficou famoso, entre as décadas de 1960 e 1980, o Angu do Gomes, uma rede de carrocinhas ambulantes pertencentes ao português conhecido como "velho Gomes" que vendia apenas o "angu à baiana". Com preços populares, a rede fazia sucesso nas noites e madrugadas da cidade. Havia carrocinhas na Praça XV de Novembro junto à Estação das Barcas, no Centro; na praça do Lido, no bairro de Copacabana; e em frente ao estádio do Maracanã nos dias de jogo de futebol. A partir de 1977, a tradição do "angu do Gomes" foi continuada pelo filho do velho Gomes, João Gomes, que inaugurou um restaurante no bairro da Saúde, intitulado Angu do Gomes, com cardápio baseado na receita do famoso angu.

Na Bahia, faz-se outro tipo de angu.

Em São Tomé e Príncipe, na costa da África, faz-se o angu de banana.

Levado para a Europa pelos conquistadores da América, o milho acabou se incorporando a diversas culinárias da Europa, principalmente no norte da Itália, onde a polenta não pode faltar em nenhuma mesa. A imigração italiana trouxe, para o Brasil, a polenta, o fubá cozido na versão mais consistente do que o angu, que pode ser grelhado ou frito em pedaços.

Ver também

Bibliografia

  • DEBRET, Jean-Baptiste - Voyage pittoresque et historique au Brésil, ou Séjour d'un artiste français ao Brésil - (Viagem pitoresca e histórica ao Brasil, ou Cotidiano de um artista francês no Brasil). Primeiro volume - 1834. Segundo volume, 1835. Terceiro volume - 1839.

Referências

  1. FERREIRA, A. B. H. Novo Dicionário da Língua Portuguesa. Segunda edição. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1986. p. 122.
  2. a b sítio acaocomunitaria.org.br (25 de Agosto de 2008). «Angu à Baiana anima Cidade Alta». Consultado em 16 de Outubro de 2012. Arquivado do original em 19 de fevereiro de 2014 
  3. CUNHA, A. G. Dicionário etimológico Nova Fronteira da língua portuguesa'. 2ª edição. Rio de Janeiro. Nova Fronteira. 1996. p. 49.
  4. Revista Continente. "Comida de Escravo" por Maria Lecticia Monteiro Cavalcanti para a Revista Continente. Companhia Editora de Pernambuco - CEPE. Recife - PE. (Página acessada em 03 de abril de 2011)
  5. a b «Papangus de Bezerros, PE». Fundação Joaquim Nabuco. Consultado em 8 de junho de 2017 
  6. sítio rioshow.oglobo.globo.com (n.d.). «Angu do Gomes». Consultado em 17 de Outubro de 2012 
  7. «Angú do Gomes». Consultado em 24 de abril de 2015 
  8. O Globo. Disponível em http://rioshow.oglobo.globo.com/gastronomia/restaurantes/angu-do-gomes-1532.aspx. Acesso em 1 de fevereiro de 2014.