Armórica

Hoje, queremos abordar um tema que hoje é de grande importância: Armórica. Seja pelo seu impacto na sociedade, pela sua relevância histórica ou pela sua influência em diferentes áreas, Armórica tem captado a atenção de milhões de pessoas em todo o mundo. Ao longo deste artigo exploraremos diferentes aspectos relacionados a Armórica, desde sua origem até suas implicações no mundo atual. Analisaremos a sua importância, as suas possíveis consequências e as diferentes perspectivas que existem a este respeito. Não importa se você é um especialista no assunto ou simplesmente está curioso para saber mais sobre o assunto, este artigo lhe dará uma visão detalhada e enriquecedora de Armórica.

Mapa dos povos gálicos da região da moderna Bretanha, correspondente à antiga Armórica:
  Osismos (Osismii)
  Vénetos (Veneti)
  Coriosolitos (Curiosolitae)

Armórica ou Aremorica era, na Antiguidade, a região da Gália que incluía a península da Bretanha e o território entre os rios Sena e Loire, até um ponto indeterminado no interior. Este topónimo baseia-se na expressão gaulesa are mori "à beira-mar". Em bretão (idioma que, juntamente com o gaélico e o córnico são as línguas vivas derivadas do gaulês) "à beira mar" diz-se war vor (e gaélico ar for), embora a forma mais antiga arvor seja usada para as zonas costeiras da Bretanha, em contraste com argoad (ar 'em', coad 'floresta' , para designar o interior. Esta utilização moderna permite deduzir que os Romanos contactaram inicialmente populações costeiras e partiram do princípio que o nome localizado Armórica dizia respeito a toda a região, tanto litoral quanto interior.

Plínio o Velho, na sua História Natural (2.17.105), indica que Armórica era o nome antigo para a Aquitânia, dizendo que a fronteira sul da Armórica chegava até aos Pirenéus. Tomando em conta a origem gaulesa do nome, esta asserção é perfeitamente lógica e correcta, uma vez que Armórica não denomina um país, mas antes é uma palavra que identifica um tipo de região geográfica - uma região à beira-mar. Plínio enumera as seguintes tribos célticas que habitavam a península: os Éduos e os Carnutenos como aliados de Roma; os Néldios e os Secusianos como tendo alguma independência; e os Boios, Sénones, Aulercos (quer os Eburóvices quer os Cenomanos), os Parísios, Tricases, Andicavos, Viducasses, Bodiocasses, Venélios, Coriosvelites, Diablintes, Rédones, Turões, e os Atseuos.

O comércio entre a Armórica e a Grã-Bretanha, descrito por Diodoro Sículo e implicitamente referido por Plínio existia desde tempos muito recuados. Devido ao prolongado apoio dado pela aristocracia tribal dos Bretões à resistência ao domínio romano na Armórica, mesmo depois da campanha de Crasso em 57 a.C., Júlio César invadiu por duas vezes a ilha em 55 a.C. e 54 a.C. como retaliação. Pistas acerca das intrincadas redes de relações culturais entre a Armórica e as "Bretanhas" de Plínio são-nos dadas por César quando descreve Diviciacus dos Suessiões, como "o mais poderoso dos governantes de toda a Gália, controlando não só uma grande área desta região mas também da Bretanha" (De Bello Gallico ii.4). Achados arqueológicos ao longa da costa sul da Inglaterra, especialmente em Hengistbury Head, provam relações com a Armórica até leste do rio Solent. Esta relação "pré-histórica" entre a Cornualha e a Bretanha continuou chegada enquanto se falou o córnico (um dialeto do Bretão). Mais a Leste, no entanto, as ligações tipicamente continentais da costa britânica eram fundamentalmente com o vale do baixo Sena.

A arqueologia não tem sido tão esclarecedora quanto à Armórica da Idade do Ferro quanto a moeda, a qual foi estudada por Philip de Jersey (Coinage in Iron Age Armorica 1994, vol 2 of Studies in Celtic Coinage).

Sob o Império Romano, a Armórica era administrada como parte da Gália Lugdunense, cuja capital era Lugduno, a actual Lyon ou Lião. Aquando da reorganização das províncias romanas levada a cabo por Diocleciano no século IV, a Armórica foi dividida entre as segunda e terceira divisões da Lugdunense. Depois de as legiões terem retirado da Bretanha em 407, a elite local expulsou os magistrados civis em 408; a Armórica revoltou-se na década de 30 do mesmo século e novamente na década seguinte, expulsando os governantes do mesmo modo que o tinham feito os Romano-Britânicos. A península da "Bretanha" veio a ser colonizada com Bretões da Bretanha (ilha) durante os séculos V e VII, período do qual se guardam escassos documentos. Estes colonos, fossem ou não refugiados, deixaram a sua marca na toponímia das províncias mais ocidentais e atlânticas da Armórica: Cornouaille ("Cornualha") e Domnonea ("Devon").

No que toca às relações entre as línguas célticas da Grã-Bretanha, o córnico, o gaélico e o Bretão céltico, as quetões ainda não são pacíficas. Martin Henig sugeria, em 2003, que houve na Armórica, tal como na Grã-Bretanha pós-romana, "uma quantidade considerável de criação de identidade no período das migrações. Sabemos que a população do Kent, mista apesar de predominantemente Britânica e Franca, se redenominou como Juta, e as populações britânicas das terras a lesta da Dumnonia (Devon e Cornualha) acabaram por se classificar como "Saxões Ocidentais". Na Armórica Ocidental a pequena elite que conseguiu impôr uma identidade à população era mais de origem Britânica que Galo-Romana, pelo que se tornaram Bretões". Há provas abundantes na línguas e noutros elementos da continuidade significativa nessas áreas de língua Britânica antes dos períodos romanos.

Com a evolução da Armórica Ocidental para a "Bretanha", quando os viquingues se estabeleceram na península do Cotentin e no baixo Sena (em torno de Ruão) durante os séculos IX e X, e estas regiões tomaram o nome de "Normandia", a expressão "Armórica" caiu em desuso.

No entanto voltou aos holofotes quando do sucesso mundial obtido pela série de Histórias em Quadrinhos "Asterix", ficção criada pelos franceses René Goscinny e Albert Uderzo, na qual os habitantes de uma aldeia gaulesa da antiguidade, localizada entre o mar e a floresta em algum canto do litoral da Armórica, liderados pelo guerreiro Asterix, resistiam bravamente ao invasor romano graças à poção mágica preparada pelo druida Panoramix, que lhes dava uma força sobre humana. A série, criada em 1959, teve 350 milhões de unidades vendidas em todo o planeta em diversas línguas e agrada até hoje as novas gerações, embora já não mais redigida pelos seus idealizadores.

Ligações externas

Referências

  1. A forma em irlandês é 'ar mhuir', na língua da ilha de Man é 'er vooir', e em escocês 'air mhuir'. No entanto, nestas línguas a frase significa "no mar", e 'ar thír' ou 'ar thalamh/ar thalúin (er heer/er haloo, air thìr/air thalamh) "em terra".