Ciganos no Brasil

Hoje, Ciganos no Brasil é um tema que tem ganhado relevância em diversas áreas da sociedade. Da política e economia à cultura e tecnologia, Ciganos no Brasil tornou-se um ponto de interesse que gera debate e reflexão. Ao longo do tempo, o impacto de Ciganos no Brasil aumentou, afectando directa ou indirectamente um amplo espectro da população. Neste artigo exploraremos as diferentes facetas de Ciganos no Brasil e analisaremos a sua influência na realidade contemporânea, bem como as possíveis implicações que tem para o futuro.

Ciganos no Brasil
População total

800 000 pessoas
0,41% da população brasileira
(censo de 2011)

Regiões com população significativa
Línguas
língua portuguesa
Religiões
catolicismo
Etnia
Caucasiano
Grupos étnicos relacionados
portugueses, espanhóis

Os ciganos no Brasil, conhecidos também como boêmios e quicos em Minas Gerais e São Paulo, provém, principalmente, dos grupos calés ibéricos (ciganos portugueses e ciganos espanhóis), também conhecidos como gitanos.

A estimativa brasileira para o número de ciganos no país era de 800 000 pessoas (0,41% da população brasileira) em 2011 e há preocupações no Brasil sobre a falta de políticas públicas dirigidas a este segmento da população. O censo de 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas encontrou acampamentos ciganos em 291 dos 5 565 municípios existentes no país.

Juscelino Kubitschek teria sido o único presidente de origem cigana em todo o mundo. O imigrante da atual Chéquia Jan Nepomuscky Kubitschek (Kubíček, na grafia tcheca), descendente de ciganos foi o bisavô materno de Juscelino. Primeiro Kubitschek de Diamantina, chegou à cidade em 1830, sendo apelidado de "João Alemão", por seus olhos azuis, cabelos ruivos e sotaque forte. No entanto, a família Kubitschek nunca se pronunciou sobre eventual ascendência de ciganos, JK pouco fez pelo povo cigano e nunca afirmou publicamente ser de ascendência cigana.

História

O quadro de Debret, Interior de casa cigana (c. 1820). A obra retrata a relação entre ciganos e escravos no Brasil colonial.

Os ciganos são uma etnia minoritária de Portugal que se fez presente no Brasil desde os tempos coloniais. Desde o século XVI muitos ciganos foram degredados para o Brasil. Inicialmente, pessoas de etnia cigana foram degredadas ao Brasil por crimes que cometiam em Portugal, sobretudo furto. Mais tarde, eles passaram a ser mandados para o Brasil pelo simples fato de serem dessa etnia. Os ciganos eram indesejáveis em Portugal, e a Coroa os degredava para a colônia para diminuir sua presença indesejável na Metrópole e transferir seu problema de integração para lá. Em 1755, o grande número de ciganos em Salvador já preocupava e causava incômodo nos oficiais da Câmara. Embora muitos defendessem a expulsão dessas pessoas da região, a decisão tomada foi de “separar de tal forma as famílias de ciganos, que não pudessem mais produzir uma geração inútil, mal educada e perniciosíssima”, nas palavras do procurador da Fazenda de Salvador à época. A intenção era de separar os jovens dos adultos e mandar os de pouca idade para regiões afastadas, onde pudessem contrair matrimônios mistos. Os ciganos já casados deveriam ser mandados para Angola.

Os ciganos costumavam se concentrar em “ranchos”, e a política da época consistia em tentar dispersá-los. No século XVIII, havia ciganos espalhados por todo o Brasil. Em todos os lugares eram frequentemente acusados dos mesmos crimes: roubo de cavalos e de escravos. Quanto às mulheres, surgem na documentação da Inquisição sobretudo como adivinhadoras. Tendiam a contrair matrimônio somente com outros ciganos e com parentes colaterais, raramente tendo filhos ilegítimos, naturais ou adulterinos. Muitos ciganos trabalhavam como vendedores, outros eram senhores de escravos ou se ocupavam no tráfico de escravos.

Ver também

Referências

  1. «Falta de políticas públicas para ciganos é desafio para o governo». R7. 2011. Consultado em 22 de janeiro de 2012. Arquivado do original em 11 de janeiro de 2012 
  2. «HOMENAGEADOS › JUSCELINO KUBITSCHEK». Centro Cultural Oscar Niemeyer. Consultado em 22 de fevereiro de 2015. Arquivado do original em 5 de janeiro de 2016 
  3. Juscelino Kubitschek
  4. De Alemão a Cigano: a construção da identidade de Juscelino Kubitscheck como fator legitimador das políticas étnicas ciganas no Brasil Contemporâneo
  5. a b c Maria Beatriz Niza da Silva (2002). Donas e Plebeias na Sociedade Colonial. : Estampa. pp. –––