Drusos

No mundo de hoje, Drusos tornou-se um tema de grande relevância e atenção. Desde o seu surgimento, Drusos tem captado o interesse de especialistas, investigadores e do público em geral, gerando uma vasta gama de debates, teorias e opiniões. Seja pelo seu impacto na sociedade, pela sua influência na cultura ou pela sua relevância na história, Drusos continua a ser objeto de análise e discussão em diversas áreas. Neste artigo, exploraremos os diferentes aspectos de Drusos, desde a sua origem até ao seu impacto no mundo de hoje, a fim de fornecer uma visão abrangente deste tema emocionante e controverso.

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Drusos
درزي
דרוזים
Bandeira drusa
Família druza fazendo pão na palestina em 1920
População total

Entre 800 000 e 2 000 000(est.)

Regiões com população significativa
Síria Síria 600 000
 Líbano 250 000
 Israel 143 000
 Venezuela 60 000
 Estados Unidos 50 000
 Canadá 25 000
 Jordânia 20 000
 Austrália 20 000
 Alemanha 10 000
Línguas

Árabe (nativo)
Língua hebraica (em Israel)
Espanhol (na Venezuela e Colômbia)

Inglês (nos Estados Unidos, Canadá e Austrália)
Religiões
Druzismo
Etnia
Levantinos

Os drusos (em árabe: درزي, pl. دروز, transl. darazī, pl. durūz; em hebraico: דרוזים‎, transl. druzim) são um grupo etnorreligioso que reside sobretudo no Líbano, em Israel, na Síria, na Turquia e na Jordânia (pequenas comunidades expatriadas existem ainda nos Estados Unidos, no Canadá, na América Latina, na Austrália e na Europa). Eles usam a língua árabe e seguem um modelo social muito semelhante ao dos Árabes da região. Não são considerados muçulmanos pela maioria dos muçulmanos da região, apesar de alguns drusos dizerem que a sua religião é islâmica. A maioria dos drusos considera-se árabe, apesar de alguns drusos israelenses não se considerarem como tal. Existem cerca de um milhão de drusos em todo o mundo, a maioria dos quais vivendo no Médio Oriente.

Xeque (ʻUqqāl) druso com vestes religiosas

Os drusos intitulam-se em árabe como Ahl al-Tawhid, "o povo do monoteísmo". A origem do nome druso é debatida, mas costuma ser ligada com Adarazi, um antigo mensageiro da comunidade, que é considerado atualmente pelos drusos um herético.

Estimativas atuais colocam o tamanho da população drusa entre 800 000 e 2 milhões de pessoas.

História

A religião desenvolveu-se a partir do Islão ismaelita, um movimento filosófico baseado no Califado Fatímida, no século X, numa época de particular riqueza cultural. A religião não tentou reformar o Islão, mas criar um novo corpo religioso, influenciado pela filosofia grega, a gnose e o cristianismo, entre outros.

Estrela drusa

Os principais actores foram Aláqueme Biamir Alá, o califa que clamou ser Deus, e Hâmeza ibne Ali ibne Amade, o principal líder do movimento. Foi Hâmeza que proclamou publicamente, pela primeira vez, que Aláqueme era Deus. Aláqueme enfrentou a oposição dos muçulmanos ortodoxos por aquilo que eles consideraram como apostasia e foi desdenhado pela sua violência extrema, ao perseguir minorias religiosas (tais como os cristãos). Em 1010, Aláqueme destruiu a Igreja do Santo Sepulcro, em Jerusalém.

Porque os drusos consideram Aláqueme como a encarnação de Deus, foram perseguidos pelos muçulmanos radicais, em especial depois da morte de Aláqueme, em 1021. Os drusos usaram então a taqiyya ("dissimulação"), mantendo a sua verdadeira crença em segredo e aceitando formalmente a religião dominante. Os drusos acreditam que Aláqueme desapareceu e irá regressar no final dos tempos.

Os drusos tiveram um papel importante na história do Levante. Eles estavam espalhados pelo monte Líbano, que era conhecido como a montanha dos Drusos e, mais tarde, no igualmente chamado monte dos Drusos (Jabal Alduruz; em árabe: جبل الدروز‎) ou ainda, Jabal Alárabe), na Síria.

Os drusos também tiveram um papel importante na Guerra Civil Libanesa (1975 -1990). Organizaram uma milícia, provavelmente a mais forte da guerra no Líbano, sob o comando de Walid Jumblatt, filho de Kamal Jumblatt - em oposição à milícia cristã maronita falangista de Bachir Gemayel. Eles estavam baseados na área do monte Líbano, especialmente na região do Shouf.

Crenças

Deus

A concepção drusa de deidade é descrita como uma estrita e inflexível unidade. A principal doutrina drusa afirma que Deus é transcendente e imanente, no qual ele está acima de todos os atributos, mas, ao mesmo tempo, está presente.

Com seu âmbito de manter a unidade de Deus, tiraram dele todos seus atributos (tanzih). Em Deus, não haveriam nenhum atributo distintos de sua essência. Ele é sábio, poderoso e justo não por sua sabedoria, poder e justiça, mas por sua própria essência. Deus é "tudo da existência" ao invés de "acima da existência" ou "seu trono", que fazem Dele "limitado". Não há "como", "quando" ou "como sobre ele"; ele é incognoscível.

Em seu dogma, são muito similares ao corpo semi-religioso e semi-filosófico que floresceu sob Almamune conhecidos como mutzalismo e a Ordem Fraternal dos Irmãos da Pureza (Ikhwan al-Ṣafa).

Diferentemente do Mutzalismo e outros ramos similares da Tawasuf, os druzos acreditam no conceito de Tajalli (teofania). Tajalli é comumente mal interpretado por acadêmicos e escritores e confundido com o conceito de encarnação.

é a crença espiritual central nos drusos e em algumas outras tradições intelectuais e espirituais… Em um sentido místico, refere-se à luz de Deus experimentada por certos místicos que alcançaram um alto nível de pureza em sua jornada espiritual. Assim, Deus é percebido como o Lahut que manifesta Sua Luz na Estação (Maqaam) do Nasut sem que o Nasut se torne Lahut. Isso é como a imagem de alguém no espelho: alguém está no espelho, mas não se torna o espelho. Os manuscritos drusos são enfáticos e alertam contra a crença de que o Nasut é Deus… Ignorando este aviso, indivíduos buscadores, estudiosos e outros espectadores consideraram al-Hakim e outras figuras divinas… Na visão escritural drusa, Tajalli assume um papel central. Um autor comenta que Tajalli ocorre quando a humanidade do buscador é aniquilada para que atributos divinos e luz sejam experimentados pela pessoa.

Escrituras

As escrituras sagradas dos drusos incluem o Corão e as Epístolas de Sabedoria. Outros textos drusos antigos incluem o Rasa'il al-Hind (Epístolas da Índia) e muitos os antigos manuscritos perdidos (ou escondidos) como al-Munfarid bi-Dhatihi e al-Sharia al-Ruhaniyya, assim como outros textos instrutivos e tratados acerca de polêmicas.

Reencarnação

Reencarnação é um parâmetro principal na fé drusa. Segundo a fé, a reencarnação ocorre instantaneamente após a morte de alguém, pois existe uma eterna dualidade entre o corpo e a alma, sendo impossível haver uma alma sem corpo. Diferentemente do Budismo, do Hinduísmo e do Neoplatonismo, na fé drusa, a alma humana só é compatível com um corpo humano, não havendo a possibilidade de reencarnação em outro tipo de ser. E, além disso, uma "alma macho" só pode reencarnar em um humano macho, e uma "alma fêmea" só pode reencarnar em um humano fêmea. E para mais longe ainda, um druso só pode reencarnar num corpo druso.

Bibliografia

Referências

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Ligações externas