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Dulia

No mundo de hoje, Dulia adquiriu uma relevância inesperada. O seu impacto tem sido sentido em todas as áreas da sociedade, desde a política à cultura, tecnologia e economia. É impossível ignorar a sua presença, pois os seus efeitos podem ser observados no dia a dia de milhões de pessoas em todo o mundo. Portanto, é imperativo aprofundar-se em suas implicações e compreender o papel que desempenha hoje. Este artigo pretende explorar as diferentes facetas de Dulia, analisando a sua influência e as suas repercussões em diferentes áreas, de forma a lançar luz sobre um fenómeno em constante evolução.

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Santa Teresinha do Menino Jesus, modelo de santidade para muitos católicos.

No cristianismo, Dulia (do grego δουλεια, "douleuo" que significa "honrar") é um termo teológico que designa a honra e a veneração prestadas aos santos, reconhecidos como amigos de Deus e modelos de vida cristã. Em distinção à dulia, a veneração singular conferida à Virgem Maria recebe o nome de hiperdulia (hyperdouleia), devido ao reconhecimento de sua dignidade única como Mãe de Cristo, enquanto a honra especial tributada a São José é chamada de protodulia, por ocupar ele lugar preeminente entre todos os santos homens.[1]

A prática da dulia é tradicional nas Igrejas Católica e Ortodoxa, bem como em diversos grupos anglo-católicos da Comunhão Anglicana. Essa veneração expressa-se de dois modos complementares:

  • na liturgia, que é o culto oficial da Igreja, onde se recordam os santos em festas, memórias e orações próprias;
  • na piedade popular, de caráter mais espontâneo e afetivo, na qual se destacam as devoções marianas, as novenas e trezenas, as peregrinações, as procissões e a veneração de imagens — esta última conhecida especificamente como iconodulia, ou seja, veneração dirigida às imagens em razão do santo que representam.

A doutrina cristã distingue a dulia e a hiperdulia da latria, que é o culto de adoração devido exclusivamente a Deus. Essa distinção foi afirmada pelos Padres da Igreja desde os primeiros séculos, sobretudo para evitar confusões entre veneração legítima e práticas de caráter idolátrico.

Preocupado com certas formas de sincretismo pagão que se insinuavam entre alguns fiéis, Santo Ambrósio, Doutor da Igreja, escreveu:

"Cristo não está divido, é um. Se o adoramos como o Filho de Deus, não negamos seu nascimento através da virgem. Mas ninguém deve ampliar este entendimento a Maria. Maria era o templo de Deus, mas não Deus no templo. Portanto, apenas Aquele que estava no templo deve ser adorado."

Igreja Católica

A Igreja Católica é famosa na devoção a seus santos e principalmente a Maria. A Igreja afirma a diferença de culto a Deus, aos santos e a Maria. Assim, adora somente a Deus uno e trino (Pai, Filho e Espírito Santo), prestando-lhe o culto de "latria", a Maria somente venerar com o culto de "hiperdulia" e aos santos o culto de veneração simples denominado de "dulia",[2] fundado no dogma da comunhão dos santos. Este dogma ensina que os habitantes do Céu, através da sua oração, são os nossos intercessores junto de Deus, sendo este facto favorável ao género humano. Logo, eles são dignos da nossa veneração.

As Igrejas Ortodoxas também veneram os seus santos e têm alguma forma de canonização de santos.

Perspectiva protestante

A maioria das denominações protestantes, não acreditam no culto de veneração aos Santos e à Virgem Maria do catolicismo, sendo que para os integrantes dessas denominações, o culto de veneração seria considerada como idolatria, acreditando em vários textos bíblicos que condenam a idolatria Êx 20: 4-5 / Sl 113 (115, bíblia protestante) / Is 40:20 / l Co 6:9-10 / l Co 10:7-14 / Ap 21:8 / At 17:16 / Gl 5:20 e l Pe 4:3, aos quais acreditam que proibiria a confecção de imagens. Em alguns casos esta acusação provoca atos de intolerância e violência por parte de protestantes,[3] como a destruição de imagens na Holanda[4] e o "Chute na Santa".[5]

Mas, sobre esta questão, a Igreja Católica, além de salientar a diferença entre a adoração e a veneração, sustenta que a própria Bíblia oferece exemplos de intercessão — lembrando que Samuel e Moisés, ainda vivos, intercederam por Israel (Jer 15, 1) —, veneração — se prostraram diante da arca da aliança que representava a presença de Deus (Josué 7, 6) — e confecção de imagens, mas não para adorar, servir ou venerar (Ex 25,18-19), e nega que esta prática tenha qualquer relação com a idolatria, que é o culto de adoração que se presta a uma criatura, tributando-lhe a honra que é devida só a Deus. A idolatria, para os cristãos, está inclusa nos chamados pecados de superstição. O Concílio de Trento afirmou que "São ímpios os que negam que se devam invocar os santos, que gozam já da eterna felicidade no céu. Os que afirmam que eles não oram pelos homens, os que declaram que este pedido por cada um de nós é idolatria, repugna a palavra de Deus e se opõe à honra de Jesus Cristo, o único mediador entre Deus e os homens".[6]

Ver também

Referências

  1. «Sobre latria, dulia e hiperdulia». A12. 6 de fevereiro de 2015. Consultado em 30 de novembro de 2025 
  2. BITTENCOURT, Estevão Tavrares. Católicos perguntam. São Paulo: o Mensageiro de Santo Antônio, 1997
  3. Van der Horst, Han (2000). Nederland, de vaderlandse geschiedenis van de prehistorie tot nu (in Dutch) (3rd ed.). Bert Bakker. pp. 133. ISBN 90-351-2722-6.
  4. Spaans, J. "Catholicism and Resistance to the Reformation in the Northern Netherlands". In: Benedict, Ph.
  5. Epstein, Jack (1995-11-24). "Kicking of icon outrages Brazil Catholics" Arquivado em 2012-09-11 na Archive.today. The Dallas Morning News. Visitado em 6 de janeiro de 2009.
  6. Palestra virtual pela Editora Cléofas de Dr. Felipe Aquino da Canção Nova.

Ligações externas