O tema de Festival Internacional de Quadrinhos atraiu a atenção de milhões de pessoas em todo o mundo. Do seu impacto na sociedade à sua influência na cultura popular, Festival Internacional de Quadrinhos deixou uma marca indelével na história. Neste artigo exploraremos em profundidade os aspectos mais relevantes de Festival Internacional de Quadrinhos, desde suas origens até sua evolução ao longo do tempo. Através de entrevistas exclusivas, extensas pesquisas e análises detalhadas, revelaremos a verdadeira importância de Festival Internacional de Quadrinhos e seu impacto no mundo moderno.
FIQ Festival Internacional de Quadrinhos | |
---|---|
Local | Belo Horizonte |
Primeira edição | 1999 |
Realização | Prefeitura de Belo Horizonte Fundação Municipal de Cultura de Belo Horizonte |
Página oficial | www.fiq.pbh.gov.br |
O Festival Internacional de Quadrinhos é um evento cultural de divulgação e fomento da linguagem das histórias em quadrinhos. Realizado em Belo Horizonte com freqüência irregular, e já foi eleito algumas vezes como principal evento de histórias em quadrinhos no Brasil. Em 2011 superou a marca de visitantes de eventos como a Comic-Con em San Diego e passou a ser considerado o maior evento de quadrinhos da América.
O FIQ é a evolução natural de um outro evento criado anteriormente - a Bienal Internacional de Quadrinhos do Rio de Janeiro, idealizada por Roberto Ribeiro, da editora Casa 21. Após duas edições no RJ (em 2001 e 2003), Roberto trouxe o evento para Belo Horizonte aproveitando o ensejo da criação de novas leis de incentivo à cultura promovidas pela prefeitura de Belo Horizonte durante a gestão do prefeito Patrus Ananias (PT-MG, entre 1993-1996). A transferência do evento para a capital mineira e sua conseqüente permanência no calendário oficial da prefeitura aconteceu durante os mandatos de Célio de Castro (PSB-MG) e Fernando Pimentel (PT-MG).
Embora sua programação varie de edição para edição, reúne, geralmente, convidados de relevância nacionais e internacionais, exposições, lançamentos, feira de publicações, sessões de vídeo, oficinas, palestras, mesas redondas e outras atividades.
Após o grande sucesso da edição 2007 da Bienal Internacional de Quadrinhos, ocorrida já em solo mineiro, a Prefeitura de Belo Horizonte adota o evento oficialmente em seu calendário, mudando seu nome para simbolizar a nova fase. Surge assim a primeira edição do FIQ, ocorrida em dezembro de 1999. O local da realização foi o Centro Cultural da UFMG, na região central da capital. O evento foi composto por debates, exposições, oficinas e lançamentos, com as presenças internacionais de François Boucq (França), Philippe Vuillemin (França) e Miguelanxo Prado (Espanha). Além deles, os brasileiros Mauricio de Sousa, Lourenço Mutarelli, Laerte, e os talentos locais Chantal e Alves. O público estimado foi de aproximadamente 5 mil pessoas.
A segunda edição do FIQ aconteceu em outubro de 2001, desta vez na Casa do Conde. Entre debates, oficinas, exposições, e mostras de vídeo, estiveram os convidados internacionais José Muñoz (Argentina), Carlos Nine (Argentina) e Jano (França) além dos brasileiros André Diniz, Jô Oliveira, Marcello Quintanilha, Lélis e Eloar Guazzelli. Houve ainda uma exposição do quadrinista catalão Miguelanxo Prado.
Alguns dos lançamentos desta edição foram "Mendelévio" de João Marcos, a edição nº 9 da revista Graffitti, e "Saino a Percurá" de Lélis, além do re-lançamento de "A Guerra do Reino Divino" de Jô Oliveira.
Também foram exibidos os curtas de animação "A Flor do Caos" e "Selenita Acusa!" do professor Luiz Nazario, da Escola de Belas Artes da UFMG, realizados com recursos da Lei Municipal de Incentivo à Cultura da PBH e pelo Prêmio Estímulo da Associação Curta Minas/CEMIG.
A terceira edição ocorreu novamente no espaço Casa do Conde, em setembro de 2003. Os convidados internacionais foram Sergio Toppi (Itália), Lorenzo Mattoti (Itália), David Lloyd (Reino Unido), Kyle Baker (EUA) e Jacques de Loustal (França). Do Brasil: Chantal, Angeli, Allan Sieber, Adão Iturrusgarai, Fábio Zimbres e Ota. O homenageado foi o mineiro Mozart Couto, que assinou o cartaz do evento e recebeu uma exposição com uma retrospectiva de suas obras desde 1979. Essa edição marcou a estréia da Maratona de Quadrinhos, um projeto destinado aos educadores, que coloca os quadrinhos como ferramenta de ensino.
A quarta edição do FIQ foi realizada entre 5 e 9 de outubro de 2005, novamente na Casa do Conde. O premiado quadrinista paulista Lourenço Mutarelli foi o principal homenageado do evento, com uma grande exposição com 110 trabalhos originais, abrangendo toda a sua carreira.
Também foram homenageados os mineiros Antônio Roque Gobbo, colecionador de quadrinhos e fundador da Gibiteca municipal, e o quadrinista Lacarmélio Alfeo de Araújo, criador do personagem Celton. Ocorreram também um encontro de animadores, sessões de RPG e de avaliações de portfólio além de diversas exposições. Alguns convidados desta edição: Gary Panter (EUA), Gianfranco Manfredi (Itália) e Frédéric Boillet (França) além dos brasileiros Fábio Moon e Gabriel Bá, LOR e João Marcos.
Ocorrido em outubro de 2007, o evento voltou a ser realizado na Serraria Souza Pinto e celebrou o Centenário da imigração japonesa no Brasil promovendo inclusive, duas exposições com essa temática: "Nouvelle Mangá" e "Dreamland". Também como parte desta comemoração, o evento convidou o quadrinista Júlio Shimamoto para desenhar o cartaz oficial desta edição. Convidados internacionais: Eduardo Risso, Domingos Mandrafina, Carlos Sampayo e Juan Sáenz Valiente (todos da Argentina); Pascal Rabaté e Benoit Sokal (França); Giancarlo Berardi (Itália); Eddie Berganza (EUA); e Kan Takahama (Japão). Do Brasil: Orlando Pedroso, Sérgio Macedo, Duke, Lor, Nilson, Eloar Guazelli, Marcatti, Cedraz e Sônia Luyten.
Nesta edição, a curadoria de Roberto Ribeiro já começou a ser divida com Afonso Andrade, que posteriormente viria a ser o coordenador geral do evento.
A edição 2009 do FIQ foi realizada extraordinariamente nas dependências do Palácio das Artes e do Parque Municipal Américo Renné Giannetti. O evento correu entre entre os dias 6 e 12 de outubro e recebeu um público estimado em 75 mil pessoas. O FIQ 2009 fez parte do Ano da França no Brasil e os quadrinistas homenageados foram o desenhista Renato Canini e a ilustradora Ciça Fittipaldi. Esta edição do FIQ recebeu, no ano seguinte, o Troféu HQ Mix de melhor evento do Brasil na área dos quadrinhos e humor gráfico.
Convidados desta edição incluem: Teresa Valero (Espanha), Reinhard Kleist (Alemanha), Cizo (França), Liniers (Argentina), Ben Templesmith (Austrália), Becky Cloonan (EUA), Craig Thompson (EUA), Xiao Pan (China) e Guy Delisle (Canadá). Alguns convidados do Brasil: Rafael Grampá, Ivan Reis, Cris Peter, Gio Vieira, Duke e Ciça Fittipaldi. A curadoria ficou a cargo de Roberto Ribeiro e Afonso Andrade.
Em 2011, o evento retornou à Serraria Souza Pinto e recebeu um público recorde de 148 mil pessoas, atraídas em parte pelo homenageado daquele ano, Maurício de Sousa. Este número superou o recorde de público da edição anterior da San Diego Comic-Con em 2010, que teve 130 mil visitantes. O sucesso do evento lhe rendeu o título de maior evento de quadrinhos da América, por parte do blog britânico Bleeding Cool.
Além da homenagem ao cartunista Maurício de Souza O FIQ 2011 também ofereceu um panorama da produção em quadrinhos da Coréia do Sul com as presenças de Park Sang-sun e Cheon Kye-young (Coreia do Sul). Outros convidados do evento: Olivier Martin e Cyril Pedrosa (França); Kelly Sue DeConnick, Matt Fraction, Jill Thompson e Bill Sienkiewicz (EUA); Calpurnio e Horacio Altuna (Argentina/Espanha); Ana Luiza Koehler, Adriana Melo, Marilda Castanha, Ricardo Tokumoto, Jean Galvão, Vitor Cafaggi, Mateus Santolouco, Piero Bagnariol, Eloar Guazzelli e Gualberto Costa.
Além das atividades já tradicionais do FIQ, nesta edição foi inaugurado o espaço de mesas individuais para artistas independente, no estilo dos artist’s aleys das convenções americanas, o que gerou uma movimentação muito maior de artistas independentes e locais. Ao longo dos ano este formato se popularizou cada vez mais nos eventos brasileiros, ganhando mais espaço dentro do próprio FIQ e também na CCXP a partir de 2014.
A edição 2011 FIQ também foi marcada por um experimento único: uma edição especial da revista Graffiti que foi inteiramente criada, produzida, impressa, encadernada e distribuída dentro da própria Serraria durante os dias do evento.
Em 2013, o evento foi novamente realizado na Serraria Souza Pinto, entre 13 e 17 de de novembro, trazendo outra novidade: a Rodada de Negócios, promovida pelo SEBRAE. Este evento paralelo reuniu cerca de 200 quadrinistas que puderam apresentar seus projetos e portfólios para representantes de várias editoras de quadrinhos do Brasil e também para agenciadores internacionais.
A homeneageada daquela edição foi Laerte Coutinho que recebeu uma grande exposição multi-mídia produzida com a curadoria de seu filho o também cartunista Rafael Coutinho. Marcaram presença naquela edição: Eduardo Risso (Argentina), Salvador Sanz (Argentina), George Pérez (EUA), Ivo Millazo (Itália) e Jérémie Nsingi (República Democrática do Congo). Do Brasil: Eduardo Damasceno, Luis Felipe Garrocho, Cris Eiko, Paulo Crumbim, Daniel Esteves, Lu Cafaggi, Marcatti, Julia Baxx, Danilo Beyruth, Érica Awano, Hector Lima e Pablo Casado.
Realizado novamente na Serraria Souza Pinto, o FIQ atingiu sua nona edição em novembro de 2015, firmando parcerias com os projetos "Leitura para todos" da quadrinista Marguerite Abouet (Costa do Marfim) e a feira "Faísca", mercado gráfico organizado pela Pulo Comunicação de Belo Horizonte. Nesta edição o quadrinista homenageado foi o baiano Antônio Cedraz, que dedicou sua vida ao quadrinhos e à cultura nordestina.
Na feira de quadrinhos, houve um crescimento do espaço para os independentes, e das 34 mesas que estavam na estréia desta área em 2011, o número subiu para 123 mesas.
Pessoas que passaram por esta edição: Gail Simone, Jen Wang, Howard Chaykin, Amy Chu, Jeff Smith, Babs Tarr e Cameron Stewart (EUA); Birgit Weyhe (Alemanha); e Marguerite Abouet (Costa do Marfim). Do Brasil: João Marcos, Aline Lemos, Rebeca Prado, Carol Rossetti, Cris Eiko, Danilo Beyruth, Marcelo D´Salete, Sirlanney, Alexandre Beck e Bianca Pinheiro. A curadoria foi de Daniel Werneck e Ana Luiza Koehler.
Em 2017, o evento não foi realizado, sendo reprogramado para 2018. O time de curadores outrora composto por Daniel Werneck e Ana Koehler foi ainda complementado com a introdução de Fabiano Azevedo (editor da Grafitti) e Carol Rossetti (quadrinista e ilustradora).
A décima edição ocorreu entre 30 de maio e 3 de junho de 2018, novamente na Serraria Souza Pinto e com extensões no Centro de Referência da Juventude da Prefeitura de BH. O evento manteve suas mesas de debates, oficinas, exposições, feira de mesas individuais, além de mostra de cinema, da rodada de negócios, lançamentos e sessões de autógrafos.
A quadrinista homenageada daquela edição foi a paulista Érica Awano, artista de origem asiática e referência nacional no estilo mangá, e desenhista da série Holy Avenger. Também compareceram nesta edição o inglês Dave McKean (lançando seu livro Black Dog), Anne-Charlotte Gauthier (França), Claudia Ahlering (Alemanha), Flore Balthazar (Bélgica), Mario Alberti (Itália), Zero Calcare (Itália), Troche (Uruguai) e PowerPaola (Equador). Do Brasil: Davi Calil, Jefferson Costa, Milena Azevedo, Mika Takahashi, Luiz Gê, Elie Irineu, Alec Drummond e João Belo.
O FIQ em Casa foi uma edição especial, não-canônica, ocorrida em 2020, durante a pandemia de Covid-19. Assim como vários outros eventos de quadrinhos ao redor do mundo (como a Cartoon Crossroads Columbus por exemplo) o FIQ também optou por adiar um encontro presencial produzindo e transmitindo exclusivos, ao vivo e com interação do público, sempre relacionados às temáticas tradicionais do evento.
A programação contou com 12 lives de bate-papos com quadrinistas e animadores, como Paulo Moreira, Aline Lemos, Carol Ito, Cristiano Seixas, Eduardo Damasceno, Germana Viana, André Dias e a editora Janaina de Luna. Os áudios resultantes destas entrevistas foram disponibilizados em formato de podcast. No Instagram do evento foram exibidos vídeos de oito quadrinistas convidados, mostrando seus espaços criativos e como era sua rotina de trabalho durante a pandemia. A curadoria desta edição virtual foi de Aline Lemos, Rebeca Prado, Vitor Cafaggi e Erick Ricco com a coordenação de Afonso Andrade e Gabriel Nascimento.
Predefinição:Expand section Ocorrido no Minascentro.
No. | Data | Local | Homenagem | País em foco | HQmix | Ref |
---|---|---|---|---|---|---|
1 | 1–5 de dezembro de 1999 | Centro Cultural da UFMG | Angeli | França | -- | |
2 | 10–14 de outubro de 2001 | Casa do Conde | Jô Oliveira | Argentina | -- | |
3 | 24–28 de setembro de 2003 | Casa do Conde | Mozart Couto | Itália | 🏆 | |
4 | 5–9 de outubro de 2005 | Casa do Conde | Lourenço Mutarelli | Espanha | 🏆 | |
5 | 16–21 de outubro de 2007 | Serraria Souza Pinto | Júlio Shimamoto | Japão | 🏆 | |
6 | 6–12 de outubro de 2009 | Palácio das Artes / Parque Municipal | Renato Canini | França | 🏆 | |
7 | 9–13 de novembro de 2011 | Serraria Souza Pinto | Mauricio de Sousa | Coreia do Sul | 🏆 | |
8 | 13–17 de novembro de 2013 | Serraria Souza Pinto | Laerte Coutinho | – | 🏆 | |
9 | 11–15 de novembro de 2015 | Serraria Souza Pinto | Antonio Cedraz | – | ||
10 | 30 de maio–3 de junho de 2018 | Serraria Souza Pinto | Érica Awano | – | ||
11 | 3 a 7 de agosto de 2022 | Minascentro | Marcelo D'Salete | -- | 🏆 |