O Livro dos Espíritos

No mundo de hoje, O Livro dos Espíritos é um tema que gera muito interesse e debate. Com o avanço da tecnologia e as mudanças no estilo de vida, O Livro dos Espíritos tornou-se um assunto relevante que impacta a sociedade como um todo. A partir de diferentes perspectivas e investigações, O Livro dos Espíritos foi analisado e várias soluções foram propostas para resolver este problema. Neste artigo iremos nos aprofundar nos aspectos mais relevantes relacionados a O Livro dos Espíritos, explorando suas causas, consequências e possíveis soluções. Além disso, examinaremos a relevância de O Livro dos Espíritos em diferentes contextos, desde o nível pessoal até o impacto global.

O Livro dos Espíritos
Le Livre des Esprits
O Livro Dos Espíritos (BR)

Publicação da 4ª edição de O Livro dos Espíritos, de 1857, em Paris
Autor(es) Allan Kardec
Idioma francês
País  França
Assunto Espiritismo
Gênero Filosofia Espiritualista
Série Obras básicas do espiritismo
Editora LAKE
Lançamento 18 de abril de 1857 (166 anos)
Páginas 358
Edição brasileira
Editora
  • Federação Espírita Brasileira (FEB)
  • Instituto de Difusão Espírita (IDE)
Lançamento 18 de abril
Páginas 358
ISBN 978-85-7328-752-3
Cronologia
O Livro dos Médiuns
(1861)

O Livro dos Espíritos (na língua francesa, Le Livre des Esprits) é o primeiro livro da Codificação Espírita publicado por Hippolyte Léon Denizard Rivail sob o pseudônimo de Allan Kardec. Esta obra contém os princípios do Espiritismo sobre a imortalidade da alma, a natureza dos Espíritos e suas relações com os homens, as Leis Morais, a vida presente, a vida futura e o porvir da humanidade (segundo os ensinamentos dos Espíritos Superiores, através de diversos médiuns, recebidos e ordenados por Allan Kardec). É uma das oito obras fundamentais para o estudo da Doutrina Espírita juntamente com: O Que É o Espiritismo? (1859); O Livro dos Médiuns (1861); O Evangelho segundo o Espiritismo (1863); O Céu e o Inferno ou a Justiça Divina Segundo o Espiritismo (1865); A Gênese - os Milagres e as Predições Segundo o Espiritismo (1868), Obras Póstumas (1890) e Revista Espírita (1858–1869).

História

A obra veio a público em 18 de abril de 1857, lançada no Palais Royal, em Paris, na forma de perguntas e respostas, originalmente compreendendo 501 itens. Foi fruto dos estudos de Kardec sobre fenômenos como mesas girantes, psicografia e psicofonia, difundidos por toda a Europa e Estados Unidos em meados do século XIX, e que, segundo muitos pesquisadores da época, possuíam origem mediúnica. Foi o primeiro de uma série de cinco livros editados pelo pedagogo sobre o mesmo tema.

As médiuns que serviram a esse trabalho foram inicialmente as jovens Caroline e Julie Boudin (respectivamente, com 16 e 14 anos à época), às quais mais tarde se juntou Celine Japhet (com 18 anos à época) e a senhorita Ermmance Defaux (14 anos na época), que teria como guia espiritual São Luiz, no processo de revisão do livro. Após o primeiro esboço, o método das perguntas e respostas foi submetido à comparação com as comunicações obtidas por outros médiuns franceses, num total de "mais de dez", nas palavras de Kardec, cujos textos psicografados contribuíram para a estruturação do texto.

Segundo Canuto de Abreu, na página 7 de "O Primeiro Livro dos Espíritos", a segunda edição francesa foi lançada em 18 de março de 1860, tendo O Livro dos Espíritos, naquela reimpressão, sido revisto quase "como trabalho novo, embora os princípios não hajam sofrido nenhuma alteração, salvo pequeníssimo número de exceções, que são antes complementos e esclarecimentos que verdadeiras modificações". Para esta revisão, Kardec manteve contato com grupos espíritas de cerca de 15 países da Europa e das Américas. Nesta segunda edição é que aparecem 1018 perguntas e respostas, sendo que algumas edições atuais trazem 1019 perguntas, acréscimo que, segundo a Federação Espírita Brasileira (FEB), foi devido ao Codificador não ter numerado a pergunta imediatamente após a 1010, aquela que seria a 1011. Assim sendo, o livro teria, na prática, 1019 e não, 1018 perguntas.

Características

O Livro dos Espíritos é a obra fundadora do Espiritismo. Ele trata dos aspectos científico, filosófico e religioso da doutrina, lançando as bases que seriam posteriormente aprofundadas, por Allan Kardec, nas demais obras da Codificação Espírita. A sua edição definitiva é composta de quatro partes: Livro Primeiro - Causas primeiras; Livro Segundo - Mundo espiritual ou dos Espíritos; Livro Terceiro - Leis morais; Livro Quarto - Esperanças e consolações.

A obra encontra-se divida da seguinte forma:

  • INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA DOUTRINA ESPÍRITA
  • PROLEGÔMENOS
  • LIVRO PRIMEIRO - AS CAUSAS PRIMÁRIAS
    • CAPÍTULO I - DEUS
      • I - Deus e o Infinito
      • II - Provas da Existência de Deus
      • III - Atributos da Divindade
      • IV - Panteísmo
    • CAPÍTULO II - ELEMENTOS GERAIS DO UNIVERSO
      • I - Conhecimento do Princípio das Coisas
      • II - Espírito e Matéria
      • III - Propriedades da Matéria
      • IV - Espaço Universal
    • CAPÍTULO III - CRIAÇÃO
      • I - Formação dos Mundos
      • II - Formação dos Seres Vivos
      • III - Povoamento da Terra. Adão
      • IV - Diversidade das Raças Humanas
      • V - Pluralidade dos Mundos
      • VI - Considerações e Concordâncias Bíblicas Referentes à Criação
    • CAPÍTULO IV - PRINCÍPIO VITAL
      • I - Seres Orgânicos e Inorgânicos
      • II - A Vida e a Morte
      • III - Inteligência e Instinto
  • LIVRO SEGUNDO - MUNDO ESPÍRITA OU DOS ESPÍRITOS
    • CAPÍTULO I - DOS ESPÍRITOS
      • I - Origem e Natureza dos Espíritos
      • II - Mundo Normal Primitivo
      • III - Forma e Ubiquidade dos Espíritos
      • IV - Perispírito
      • VI - Escala Espírita
      • VII - Progressão dos Espíritos
      • VIII - Anjos e Demônios
    • CAPÍTULO II - ENCARNAÇÃO DOS ESPÍRITOS
      • I - Finalidade da Encarnação
      • II - Da Alma
      • III - Materialismo
    • CAPÍTULO III - RETORNO DA VIDA CORPÓREA À VIDA ESPIRITUAL
      • I - A Alma após a Morte. Sua Individualidade. Vida Eterna
      • II - Separação da Alma e do Corpo
      • III - Perturbação Espírita
    • CAPÍTULO IV - PLURALIDADE DAS EXISTÊNCIAS
      • I - Da reencarnação
      • II - Justiça da Reencarnação
      • III - Encarnação nos Diferentes Mundos
      • IV - Transmigração Progressiva
      • V - Sorte das Crianças Após a Morte
      • VI - Sexo nos Espíritos
      • VII - Parentesco, Filiação
      • VIII - Semelhanças Físicas e Morais
      • IX - Ideias Inatas
    • CAPÍTULO V - CONSIDERAÇÕES SOBRE A PLURALIDADE DAS EXISTÊNCIAS
    • CAPÍTULO VI - VIDA ESPÍRITA
      • I - Espíritos Errantes
      • II - Mundos Transitórios
      • III - Percepções, Sensações e Sofrimentos dos Espíritos
      • IV - Ensaio Teórico Sobre a Sensação dos Espíritos
      • V - Escolha das Provas
      • VI - Relações de Além-Túmulo
      • VII - Relações Simpáticas e Antipáticas dos Espíritos. Metades Eternas
      • VIII - Lembrança da Existência Corpórea
      • IX - Comemoração dos Mortos. Funerais
    • CAPÍTULO VII - RETORNO À VIDA CORPORAL
      • I - Prelúdio do Retorno
      • II - União da Alma com o Corpo. Aborto
      • III - Faculdades Morais e Intelectuais
      • IV - Influência do Organismo
      • V - Idiotismo e Loucura
      • VI - Da Infância
      • VII - Simpatias e Antipatias Terrenas
      • VIII - Esquecimento do Passado
    • CAPÍTULO VIII - EMANCIPAÇÃO DA ALMA
      • I - O Sono e os Sonhos
      • II - Visitas Espíritas Entre Vivos
      • III - Transmissão Oculta de Pensamentos
      • IV - Letargia, Catalepsia, Morte Aparente
      • V - O Sonambulismo
      • VI - Êxtase
      • VII - Dupla Vista
      • VIII - Resumo Teórico do Sonambulismo, do Êxtase e da Dupla Vista
    • CAPÍTULO IX - INTERVENÇÕES DOS ESPÍRITOS NO MUNDO CORPÓREO
      • I - Penetração do Nosso Pensamento Pelos Espíritos
      • II - Influência Oculta dos Espíritos Sobre os Nossos Pensamentos e Nossas Ações
      • III - Possessos
      • IV - Convulsionários
      • V - Afeição dos Espíritos por Certas Pessoas
      • VI - Anjos da Guarda, Espíritos Protetores, Familiares ou Simpáticos
      • VII - Pressentimentos
      • VIII - Influência dos Espíritos Sobre os Acontecimentos da Vida
      • IX - Ação dos Espíritos Sobre os Fenômenos da Natureza
      • X - Os Espíritos Durante os Combates
      • XI - Dos Pactos
      • XII - Poder Oculto, Talismãs, Feiticeiros
      • XIII - Bênção e Maldição
    • CAPÍTULO X - OCUPAÇÕES E MISSÕES DOS ESPÍRITOS
    • CAPÍTULO XI - OS TRÊS REINOS
      • I - Os minerais e as Plantas
      • II - Os animais e o Homem
      • III - Metempsicose
  • LIVRO TERCEIRO - AS LEIS MORAIS
    • CAPÍTULO I - A LEI DIVINA OU NATURAL
      • I - Caracteres da Lei Natural
      • II - Conhecimento da Lei Natural
      • III - O Bem e o Mal
      • IV - Divisão da Lei Natural
    • CAPÍTULO II - LEI DE ADORAÇÃO
      • I - Finalidade da Adoração
      • II - Adoração Exterior
      • III - Vida Contemplativa
      • IV - Da Prece
      • V - Politeísmo
      • VI - Sacrifícios
    • CAPÍTULO III - LEI DO TRABALHO
      • I - Necessidade do Trabalho
      • II - Limite do Trabalho. Repouso
    • CAPÍTULO IV - LEI DA REPRODUÇÃO
      • I - População do Globo
      • II - Sucessão e Aperfeiçoamento das Raças
      • III - Obstáculos à Reprodução
      • IV - Casamento e Celibato
      • V - Poligamia
    • CAPÍTULO V - LEI DA CONSERVAÇÃO
      • I - Instinto de Conservação
      • II - Meios de Conservação
      • III - Gozo dos Bens da Terra
      • IV - Necessário e Supérfluo
      • V - Privações Voluntárias. Mortificações
    • CAPÍTULO VI - LEI DE DESTRUIÇÃO
      • I - Destruição Necessário e Destruição Abusiva
      • II - Flagelos Destruidores
      • III - Guerras
      • IV - Assassino
      • V - Crueldade
      • VI - Duelo
      • VII - Pena de Morte
    • CAPÍTULO VII - LEI DE SOCIEDADE
      • I - Necessidade da Vida Social
      • II - Vida de Isolamento. Voto de Silêncio
      • III - Laços de Família
    • CAPÍTULO VIII - LEI DO PROGRESSO
      • I - Estado Natural
      • II - Marcha do Progresso
      • III - Povos Degenerados
      • IV - Civilização
      • V - Progresso da Legislação Humana
      • VI - Influência do Espiritismo no Progresso
    • CAPÍTULO IX - LEI DE IGUALDADE
      • I - Igualdade Natural
      • II - Desigualdade de Aptidões
      • III - Desigualdades Sociais
      • IV - Desigualdade das Riquezas
      • V - Provas da Riqueza e da Miséria
      • VI - Igualdade dos Direitos do Homem e da Mulher
      • VII - Igualdade Perante o Túmulo
    • CAPÍTULO X - LEI DE LIBERDADE
      • I - Liberdade Natural
      • II - Escravidão
      • III - Liberdade de Pensamento
      • IV - Liberdade de Consciência
      • V - Livre-Arbítrio
      • VI - Fatalidade
      • VII - Conhecimento do Futuro
      • VIII - Resumo Teórico do Móvel das Ações Humanas
    • CAPÍTULO XI - LEI DE JUSTIÇA, AMOR E CARIDADE
      • I - Justiça e Direito Natural
      • II - Direito de Propriedade. Roubo
      • III - Caridade e Amor ao Próximo
      • IV - Amor Maternal e Filial
    • CAPÍTULO XII - PERFEIÇÃO MORAL
      • I - As Virtudes e os Vícios
      • II - Das Paixões
      • III - Do Egoísmo
      • IV - Características do Homem de Bem
      • V - Conhecimento de Si Mesmo
  • LIVRO QUARTO - ESPERANÇAS E CONSOLAÇÕES
    • CAPÍTULO I - PENAS E GOZOS TERRENOS
      • I - Felicidade e Infelicidade Relativas
      • II - Perda de Entes Queridos
      • III - Decepções, Ingratidão, Quebra de Afeições
      • IV - Uniões Antipáticas
      • V - Preocupação com a Morte
      • VI - Desgosto pela Vida. Suicídio
    • CAPÍTULO II - PENAS E GOZOS FUTUROS
      • I - O Nada. A Vida Futura
      • II - Intuição das Penas e dos Gozos Futuros
      • III - Intervenção de Deus nas Penas e Recompensas
      • IV - Natureza das Penas e Gozos Futuros
      • V - Penas Temporárias
      • VI - Expiação e Arrependimento
      • VII - Duração das Penas Futuras
      • VIII - Ressurreição da Carne
      • IX - Paraíso, Inferno, Purgatório. Paraíso Perdido. Pecado Original
  • CONCLUSÃO

Censura

Ver artigo principal: Auto de fé de Barcelona

Em setembro de 1861 o Sr. Lachâtre encomendou, de Barcelona, 300 volumes de obras espíritas, dentre as quais O Livro dos Espíritos. Ao chegarem, os livros foram apreendidos pelo bispo local, num episódio que ficou conhecido como "Auto de fé de Barcelona". A sentença foi executada a 9 de outubro, data que marca a intolerância religiosa, reagindo contra a divulgação da Doutrina Espírita.

A 1 de maio de 1864, a Igreja Católica incluiu a obra no "Index Librorum Prohibitorum" - o catálogo das obras cuja leitura é vedada aos seus fiéis.

Referências

  1. Abreu, Canuto (1957). O Primeiro Livro dos Espíritos. São Paulo: Companhia Editora Ismael 
  2. a b KARDEC, Allan (2016). O Livro dos Espíritos. 4ª ed. Brasília: Federação Espírita Brasileira (FEB). ISBN 978-85-7328-752-3 

Bibliografia

  • KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. . 4ª Edição. Brasília: FEB, 2016.
  • KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. . 182ª Edição. Araras, SP: IDE, 2009.