Sé apostólica

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Sé apostólica é, no cristianismo, qualquer sé episcopal cuja fundação seja atribuída a um ou mais dos doze apóstolos de Jesus.

Histórico

O quarto cânon do Primeiro Concílio de Niceia, em 325, atribuiu ao bispo da capital (em latim: metropolis) de cada província romana (o "bispo metropolitano") uma posição de autoridade perante os demais bispos da província, sem dedicar importância especial ao fundador de cada sé. O sexto cânon reconheceu a autoridade mais ampla, para além de uma província em particular, tradicionalmente detida pelos bispos de Roma e de Alexandria, além das prerrogativas específicas de algumas sés, incluindo a de Antioquia. Sobre Élia Capitolina, a cidade romana construída sobre as ruínas de Jerusalém, lê-se no sétimo cânon: "Como o costume e as antigas tradições ditam que o bispo de Élia deve ser homenageado, deixe-o, com o devido respeito à Metrópole, ter o próximo lugar de honra". Geralmente acredita-se que a metrópole citada é Cesareia Marítima, embora, no final do século XIX, Philip Schaff tenha apresentado outros pontos de vista.

Este concílio, tendo sido realizado em 325, não mencionou Constantinopla, uma cidade que só seria fundada oficialmente cinco anos depois, quando se tornou a capital do Império Romano do Oriente. Mas o Primeiro Concílio de Constantinopla, em 381, decretou, num cânon de validade disputada, que "o bispo de Constantinopla, porém, deve ter a prerrogativa de honra depois do bispo de Roma; pois Constantinopla é a Nova Roma".

Pentarquia

Ver artigo principal: Pentarquia

Um século depois do Concílio de Calcedônia (451) e do cisma que o sucedeu entre os que o aceitaram e os que não, o cristianismo ortodoxo uniu as duas fontes para desenvolver a teoria da "Pentarquia". Segundo a Enciclopédia Britânica, "formulada na legislação do imperador Justiniano I (r. 527–565), especialmente em sua "Novella" 131, a teoria recebeu sanção eclesiástica formal no Concílio in Trullo (692), que ordenou as cinco sés por importância: Roma, Constantinopla, Alexandria, Antioquia e Jerusalém".

Os bispos destas cinco sés se consideram sucessores dos seguintes apóstolos segundo os citados cânones:

Mas há outras sés que alegam ter sido fundadas por um apóstolo e que poderiam, portanto, ser chamadas de "sé apostólica":

Uso na Igreja Católica

Ver artigo principal: Primazia papal

No uso da Igreja Católica, Sé Apostólica é um termo sempre singular e em maiúsculas utilizado especificamente para fazer referência à Sé de Roma e utilizado para destacar o papel do papa como sucessor de São Pedro. Esta utilização já existia na época do Primeiro Concílio de Éfeso, em 431, em cujos registros se lê a frase "nosso mais santo e abençoado papa Celestino, bispo da Sé Apostólica".

No direito canônico católico, o termo é aplicado aos vários departamentos da Cúria Romana. Tanto o Código de Direito Canônico quanto o Código dos Cânones das Igrejas Orientais afirmam: Neste código, os termos "Sé Apostólica" ou "Santa Sé" não representam apenas o pontífice romano, mas também, exceto onde o contrário esteja claro pela natureza das coisas ou pelo contexto, a Secretaria de Estado, o Concílio para assuntos públicos da Igreja e outras instituições da Cúria Romana". É claro que as instituições mencionadas são vistas como falando em nome da Santa Sé.

Notas

  1. São Marcos não é chamado de apóstolo no Novo Testamento, mas acredita-se que ele tenha sido um dos Setenta Discípulos e que teria sido nomeado apóstolo depois de acompanhar São Paulo e São Barnabé em suas viagens apostólicas

Referências

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