Baal

Baal é um tópico que chamou a atenção de milhões de pessoas em todo o mundo. Desde o seu surgimento, tem sido objeto de debate, discussão e exploração, à medida que especialistas, estudiosos e o público em geral tentam compreender o seu impacto na sociedade contemporânea. Este artigo se aprofunda em Baal, examinando suas origens, evolução e relevância atual. Através de uma análise detalhada e criteriosa, procuramos lançar luz sobre este fenómeno, proporcionando uma visão completa e atualizada do seu significado e influência em diversas áreas. Ao abordar Baal sob diferentes ângulos, o objetivo é oferecer uma visão panorâmica que permita ao leitor se aprofundar neste tema com uma compreensão ampla e profunda.

 Nota: Para outros significados, veja Baal (desambiguação).
Baal
Deus do clima, fertilidade, chuva, vento, raio, mar e guerra

Estela representando à Baal com um raio encontrando nas ruínas de Ugarite.
Outro(s) nome(s) Ba'al
Morada Canaã
Ugarite
Cônjuge(s) Anate, Astarote, Aserá, Arsai, Talai e Pidrai
Pais Dagom ou El
Irmão(s) Anate (irmã)
Romano equivalente Júpiter
Grego equivalente Zeus
Mesopotâmico equivalente Adade

Baal ou Ba'al (em hebraico: בַּעַל) é um teônimo e título honorífico que significa senhor nos idiomas semíticos do Noroeste falados no Levante durante a Idade Antiga. Baal, com o artigo definido, o Baal, era o nome do principal deus masculino dos fenícios e cartagineses além de uma deidade maior entre outros povos da Palestina, e aparece na Bíblia no plural, como baalim. Pelo seu uso comum, Baal é referência a vários deuses do Levante como, por exemplo, Moloque. Os eruditos anteriormente associaram o teônimo com cultos ao Sol e com uma variedade de divindades patronais não relacionadas, mas inscrições mostraram que o nome Ba'al estava particularmente associado com o deus da tempestade e da fertilidade Adade e suas manifestações locais.

Etimologia

O termo em grego Báal ( Βάαλ ) aparece no Novo Testamento (Romanos 11:4) e na Septuaginta e sua forma latinizada Baal, aparece na Vulgata. Essas formas, por sua vez, derivam da forma semítica do noroeste sem vogais BʿL (fenício e púnico: 𐤁𐤏𐤋) O sentido bíblico da palavra como denotando uma divindade fenícia e falsos deuses em geral foi estendido durante a Reforma Protestante para denotar quaisquer ídolos, ícones dos santos ou da Igreja Católica em geral.  

Nas línguas semíticas do noroeste, ugarítico, fenício, hebraico, amorreu e aramaico, a palavra baʿal significava "proprietário" e, por extensão, "senhor", "mestre" ou "marido". Cognatos incluem o Bēlu (𒂗) acádio, bal amárico ( ባል ), e baʿl árabe (بَعْل). Baal (בַּעַל) e baʿl ainda servem como palavras para "marido" em hebraico moderno e árabe, respectivamente. Eles também aparecem em alguns contextos relativos à propriedade de coisas ou posse de características.

A forma feminina é ba'alah (em hebraico: בַּעֲלָה; em árabe: بَعْلَة), significa "senhora" no sentido de uma dona ou dona da casa e ainda serve como uma palavra rara para "esposa".

Culto

As estátuas erguidas a Baal eram chamadas de Baalim, ou B'alim. Seus templos e altares eram construídos no alto dos morros sob árvores, ou no teto das casas.

Havia uma grande quantidade de sacerdotes, que queimavam incenso, sacrificavam crianças, dançavam em torno do altar, e, caso suas preces não fossem atendidas, cortavam-se até o sangue jorrar, de forma a conseguir a compaixão de Baal.

Possivelmente, na origem Baal era o verdadeiro senhor do Universo, degenerado depois para a adoração de um ser poderoso que existia no mundo material. Segundo Sanconíaton, os fenícios adoravam o Sol como o único senhor dos céus, e que este Beelsamen era idêntico a Zeus. Na Septuaginta, Baal é transcrito como Héracles.

Segundo alguns mitologistas, Baal era o planeta Saturno ou Júpiter.

Fenícios e cartagineses

Ver também : Ba'al Hammon

O nome do deus parece constar de uma inscrição encontrada em Malta, como Malkereth Baal Tuor, ou Rei da Cidade, Senhor de Tiro. O nome Malkereth é uma contração de Rei da Cidade, sugerindo que Baal e Moloque eram o mesmo ídolo.

Assim como entre os germânicos e gregos, os fenícios e cartagineses compuseram vários nomes usando o equivalente de Deus: Ethbaal, com ele Baal, Jerubaal, Baal vai sustentá-lo, Aníbal, graça de Baal, Asdrúbal, ajuda de Baal.

Israelitas

Os israelitas o adoravam como Baal-Peor, até o tempo de Samuel, e foi o deus oficial das dez tribos na época de Acabe. Ele foi adorado também em Judá, e seu culto só terminou, conforme a Bíblia, com os rigores do cativeiro na Babilônia. Havia vários sacerdotes de Baal, de várias classes. Seu culto é descrito em I Reis 18:28.

Várias cidades de Israel tem o nome de Baal em sua formação: Baal-Gade, Baal-Hammon, Baal-Tamar, etc.

Cananeus

Estátua de bronze de Baal, datada dos séculos XIV–XII a.C., encontrada em Ras Shamra (antiga Ugarite), perto da costa da Fenícia. Museu do Louvre.

O deus-sol, com o título genérico de Baal, era o principal deus dos cananeus. Cada local tinha o seu Baal, e todos eles eram chamados de Baalim, ou senhores. Cada Baal tinha sua esposa.

O Ciclo de Baal é um conjunto de textos a respeito do Baal canaanita, datado de cerca de 1500–1370 a.C. e encontrado em placas de argila nos anos 1920, em Ugarit.

Moabitas

Em Moabe, no Monte Peor, Baal era adorado como Baal-Peor, identificado como Príapo.

Egípcios

Segundo A. H. Sayce, Amenófis IV havia sido influenciado pelas religiões semitas, por sua ligação com Mitani, e o deus que ele tentou forçar sobre seus súditos, o disco solar alado, era Baal.

Cristãos

Segundo os escritores judeus medievais, cultuar Baal era a expressão usada para designar os rituais da religião cristã. Segundo o rabino Joseph ben Josua ben Meir, Clóvis havia renegado seu deus e passado a adorar Baal, e construiu um lugar alto para adorá-lo em Paris como Baal-Dionísio, ou seja, a Basílica de Saint-Denis. O rabino José também cita Vicente, da seita do Baal Dominie, ou seja, um frei dominicano, que foi um Satanás para os judeus da Espanha, por volta de 1430.

Baal bíblico

Relato bíblico

Em Canaã, os Hebreus lutaram em várias épocas contra a adoração do deus Baal. No Livro dos Juízes (da Bíblia Hebraica), o hebreu Gideão destrói os altares de Baal e a árvore de Aserá pertencente aos Midianitas.

Mais tarde, o profeta Elias, no século IX a.C., condenou o Rei Acabe por adorar Baal.

Outros homônimos

Mica, seu filho; Reaías, seu filho; Baal, seu filho;

Referências bíblicas

Ver também

Notas

  1. Este cuneiforme é idêntico ao Predefinição:Colchete angular que é interpretado como EN em textos Sumerian. Lá, ele tem o significado "sumo sacerdote" ou "senhor" e aparece nos nomes dos deuses Enqui e Enlil.

Referências

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