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Comando Operacional do Continente | |
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Datas das operações | 1974 – 1975 |
Líder(es) | Otelo Saraiva de Carvalho |
Área de atividade | Portugal |
O Comando Operacional do Continente (COPCON) foi um comando das Forças Armadas Portuguesas, criado com o objetivo de criar condições para que aquelas pudessem garantir o cumprimento dos objetivos do seu programa, apresentado à Nação no 25 de abril de 1974, tendo como área territorial de responsabilidade o teatro de operações de Portugal continental. O COPCON existiu durante o período que se seguiu à revolução de 25 de Abril de 1974, sendo associado à chamada "esquerda revolucionária" e consequentemente extinto após o golpe de 25 de novembro de 1975.
O COPCON foi criado em 8 de julho de 1974 por decreto-lei assinado pelo Presidente da República António de Spínola, com o objetivo de fazer cumprir as novas condições criadas pela Revolução dos Cravos. Era constituído por forças especiais militares (como os fuzileiros, paraquedistas, comandos e polícia militar) e pelos regimentos de Infantaria Operacional de Queluz e de Artilharia de Lisboa (RALIS).
O seu comandante era o major Otelo Saraiva de Carvalho (graduado para o efeito em brigadeiro), que acumula com o comando da Região Militar de Lisboa, assumindo-se como um dos dinamizadores do Processo Revolucionário em Curso, apoiando as ações da "esquerda revolucionária".
Segundo Otelo, o COPCON era um comando-chefe que, usando a experiencia da Guerra do Ultramar, congrega as todas as forças do Exército e algumas forças de intervenção da Marinha e Força Aérea. Destinava-se a fazer cumprir o programa do MFA, não permitindo quaisquer desvios, podendo colaborar congregando a GNR e PSP se necessário. Este comando veio a ganhar protagonismo após a revolução do 11 de março de 1975 e durante quase todo o período do PREC e o seu comandante Otelo, fez parte dos órgãos dirigentes do Conselho da Revolução instituído em 14 de março de 1975.
Durante o PREC, o COPCON ficou associado à defesa do "poder popular", tendo apoiado as ocupações de casas pelos moradores de barracas e de empresas pelos seus trabalhadores.
"Começa a haver uma grande desresponsabilização de quem exerce outras funções, sobretudo governativas, e começam-nos a chegar problemas gravíssimos, laborais, sociais, às vezes até pessoais e de saúde. Por exemplo, começam a fugir empresários, que fecham as empresas e levam o dinheiro, os trabalhadores vão ao Ministério do Trabalho e de lá mandam-nos para o COPCON! E eu, nós, assumimos isso. Talvez não o devêssemos ter feito, o que me teria livrado de uma grande carga de trabalhos" - Otelo Saraiva Carvalho
Uma das partes mais controversas da sua ação foi a emissão de vários mandados de captura em branco nas imediações e no seguimento da manifestação da Maioria silenciosa no 28 de setembro, contra figuras de direita e/ou associadas ao antigo regime, ou com acusações de sabotagem económica, mas sem que existisse qualquer acusação formal. Famosa, ficou também a prisão de cerca de 400 militantes do MRPP, a 28 de Maio de 1975.
Em agosto de 1975, surge o chamado “Documento dos Nove” também conhecido como "Documento Melo Antunes". Em resposta, com autoria de Mário Tomé, os oficiais do COPCON, ainda com a intervenção, entre outros, de Carlos Antunes e Isabel do Carmo publicaram o documento “Autocrítica revolucionária do Copcon/Proposta de trabalho para um programa político”. Este propunha um modelo assente no poder popular basista e viria a ter o apoio do PRP/BR, do MES e da UDP.
Em setembro de 1975 é esvaziado de funções com a criação do AMI (Agrupamento Militar de Intervenção) e em 20 de Novembro, Otelo é substituído no comando da Região Militar de Lisboa por Vasco Lourenço.
Além de Otelo, fizeram parte desta organização João Pedro Tomás Rosa (mais tarde administrador da RTP e ministro do Trabalho do VI Governo Provisório) e Eurico Corvacho (comandante da Região Militar do Norte e representante do COPCON no Norte).