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Frente para a Libertação do Enclave de Cabinda

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Frente para a Libertação do Enclave de Cabinda (FLEC)
Líder(es)António Luís Lopes
Fundação4 de agosto de 1963 (62 anos)
MotivosIndependência da província de Cabinda em Angola
IdeologiaNacionalismo cabindês
StatusAtivo
AliadosAtuais:
França
Congo-Brazavile
Anteriores:
África do Sul (1975-1994)
Estados Unidos (1975-2006)
Zaire (1971-1997)
Conflitos
SloganUnião - Liberdade - Paz
Sítio oficialhttp://www.cabinda.org/portugues.htm

A Frente para a Libertação do Enclave de Cabinda (FLEC) é um movimento político guerrilheiro separatista que reclama a independência de Cabinda,[1] Anteriormente sob administração portuguesa, aquando da independência de Angola, em 1975, o território tornou-se uma província desta nova nação independente.

A FLEC atua na região onde localizavam-se os antigos reinos de Cacongo, Loango e Angoio, declarando como sendo parte da República de Cabinda, cujo governo está no exílio.[2]

História

A FLEC reclama que o nacionalismo cabindino têm seu marco inicial em 1 de fevereiro de 1885, na assinatura do Tratado de Simulambuco, estabelecendo o Protetorado do Congo Português administrado pelo Reino de Portugal.[3][4] Foi erguido no local um monumento a comemorar a data.

Antes da independência angolana

Em 1963, três organizações — o Movimento para a Libertação do Enclave de Cabinda (MLEC), o Comité de Acção da União Nacional de Cabinda (CAUNC) e a Aliança Nacional do Maiombe (ALIAMA) — fundiram-se para formar a FLEC.[5]

Na formação das frentes únicas de combate pela independência angolana o líder do grupo, Luis Ranque Franque, rechaçou a participação nos combates junto aos outros movimentos independentistas angolanos, o que enfraqueceu a posição da FLEC.

Processo de independência angolana

Durante a Guerra Colonial Portuguesa (1961-1974), os movimentos nacionalistas de Cabinda lutaram contra as Forças Armadas Portuguesas, embora sem a mesma relevância da luta empreendida pelo Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA) na área. Depois que o regime do Estado Novo, que governou Portugal e os seus territórios ultramarinos, foi derrubado, durante o golpe militar da Revolução dos Cravos, a 25 de Abril de 1974, a independência foi oferecida a todos os territórios dependentes, incluindo Angola.

Dado seu tamanho diminuído e pouco relevante em 1974, a FLEC foi excluída das negociações com o então governador Rosa Coutinho.[nota 1] A 10 de Novembro de 1974, uma onda de violência em Luanda resulta em mais de 50 mortos,[12] e verifica-se um ataque da FLEC às forças portuguesas em Cabinda.[13]

Em 1975 a FLEC formou um governo provisório, liderado por Henrique N'zita Tiago, que proclamou a independência de Cabinda de Portugal a 1 de agosto, instalando a sede do governo no exílio em Quinxassa; Luis Ranque era o presidente. Porém, somente em 1 de novembro de 1975, é que a FLEC consegue fazer a primeira incursão que lhe garante porções rurais do território da província, de fato instalando a República de Cabinda. Sua incursão somente foi possível graças a contratação dos mercenários de Bob Denard, que intervieram em 1975 para arrancar este território rico em petróleo à soberania angolana. O apoio financeiro para contratação dos mercenários foi garantido pelos Estados Unidos, pelo Zaire, pelo regime do apartheid da África do Sul e pela França.

No início de novembro de 1975, os rebeldes, reforçados pelos mercenários e pelas tropas zairenses de Mobutu, lançaram uma ofensiva contra as forças angolanas (que contava com apoio de 232 cubanos), batalhas que ficaram conhecidas como fronteira Antó/Iema e Morro do Chizo. Entre novembro de 1975 e 4 de janeiro de 1976 o enclave de Cabinda foi retomado pelo MPLA. O MPLA rapidamente conquistou o domínio das áreas urbanas de Cabinda, enquanto a FLEC manteve o controle da zona rural até janeiro de 1976, quando foi definitivamente expulsa.

Derrota militar e formação de facções

A enorme derrota militar fez com que a FLEC se dividisse em três facções: FLEC-Ranque Franque, FLEC-N'Zita, liderado por Henrique N'zita Tiago, e FLEC-Lubota, comandado por Francisco Xavier Lubota. Em Novembro de 1977 outra facção, o Comando Militar de Libertação de Cabinda, foi criado. Em Junho de 1979 as Forças Armadas de Libertação de Cabinda criaram outro movimento, o Movimento Popular de Libertação de Cabinda (MPLC).

Na década de 1980 a FLEC recebeu ajuda da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), com o apoio do regime do apartheid da África do Sul. A associação com o regime do apartheid fez com que em 1988 o Comité Comunista de Cabinda (CCC), liderado por Kaya Mohamed Yay, abandonasse a FLEC. Na década seguinte outra facção, a União Nacional de Libertação de Cabina, comandada por Lumingu Luis Gimby, foi criada.

Reagrupamento parcial da FLEC e retomada da atividade militar

A FLEC original foi reformada na década de 1990, e duas facções foram fundidas: a FLEC-Renovada, cuja bandeira era branca, com uma faixa central dividida em três cores (verde, amarelo e negro, com um anel vermelho no centro da bandeira), e a FLEC-Forças Armadas de Cabinda (FLEC-FAC), que continuou a usar a bandeira original vermelha, amarela e azul.

Outro grupo foi criado por expatriados de Cabinda nos Países Baixos, em 1996, a Frente de Libertação do Estado de Cabinda (FLEC-Lopes), que utilizou uma bandeira azul, amarela e negra com o monumento de Simulambuco no centro.[14]

A partir de 2000, membros do grupo passaram a manter alguns cidadãos internacionais como reféns em Cabinda. Em Março de 2001 a FLEC-Renovada sequestrou cinco empregados portugueses de uma firma de construção civil, que foram libertados três meses depois. Em Maio de 2000 a FLEC-FAC raptou três empregados estrangeiros e um cidadão nacional, de uma empresa portuguesa, e libertou-os dois meses mais tarde.[15]

Em dezembro de 2002 as Forças Armadas de Angola anunciaram a captura da FLEC-Renovada.[15] Em Agosto de 2006 foi assinado o "Memorando de Entendimento para a Paz e a Reconciliação da Província de Cabinda" entre a FLEC-Renovada, o Fórum Cabindês para o Diálogo e o governo de Angola.[16] Em consequência deste entendimento, os efectivos militares da FLEC foram aquarteladas e a 6 de janeiro de 2007, alguns destes elementos incorporados nas Forças Armadas Angolanas e na Polícia Nacional.[16] Um dos dirigentes da FLEC, António Bento Bembe, passou a integrar o Governo de Unidade e Reconciliação Nacional, em Luanda.[16] Este acordo foi denunciado como uma fraude por parte dos grupos e facções da FLEC. Particularmente, a FLEC-FAC anunciou a continuação da luta pela independência de Cabinda; em Outubro de 2006 a FLEC-FAC solicitou à Comissão de Direitos Humanos e dos Povos da União Africana uma intervenção.

Táticas de terror (2010-presente)

No entanto, elementos inconformados da FLEC acabaram por realizar ataques esporádicos contra forças do governo nas selvas e também contra instalações de empresas sediadas no território. Para demonstrar normalidade, Cabinda havia sido escolhida como uma das sub-sedes do Campeonato Africano das Nações de 2010, uma competição continental de futebol organizada em Angola. A FLEC aproveitou esta oportunidade para levar a cabo um ato terrorista, atacando o autocarro que fazia o transporte da selecção do Togo, matando o motorista e ferindo dois jogadores.[17] Este ato suscitou fortes reações da comunidade internacional e da parte dos serviços de segurança de Angola. Em janeiro de 2011, na França, foi preso Rodrigues Mingas, líder da FLEC/PM, acusado de ser o principal mandante do atentado ao autocarro da selecção do Togo.[18][19] Em inícios de março de 2011, as Forças Armadas Angolanas conseguiram emboscar e assassinar Gabriel Nhemba "Pirilampo",[20] o chefe do Estado-Maior das Forças Armadas de Cabinda (FAC), o braço armado da FLEC, momento em que as mais importantes bases secretas dos separatistas foram desmanteladas.[21]

Em 2021, a FLEC-FAC reclamou a autoria de um ataque que vitimou sete soldados angolanos, reclamando que Luanda assuma um "diálogo franco".[22]

Em maio de 2024, a FLEC denunciou a morte de seis de seus membros pelas forças de segurança angolanas em território do Congo-Brazavile, retaliando ao longo do ano com ataques que vitimaram soldados angolanos.[23][24]

Símbolos

A bandeira do MLEC era amarela, com uma insígnia no centro que mostrava o Maiombe. Em seguida a FLEC adotou uma bandeira com faixas vermelha, amarela e azul — uma cor para cada um dos grupos que formaram a organização, com um novo emblema — uma estrela branca e um triângulo verde dentro de um anel — no centro.

Notas

  1. Não somente a FLEC foi excluída, mas também outras organizações que atuavam em território angolano,[6][7], como a antifascista Frente de Unidade Angolana (FUA).[8][9][10][11]

Referências

  1. AlʻAmin Mazrui, Ali. The Warrior Tradition in Modern Afriuca, 1977. Page 227.
  2. «Cabinda -» (em inglês). 6 de junho de 2018. Consultado em 4 de dezembro de 2024 
  3. UNPO Resolution Concerning the Cabinda Enclave. Organização das Nações e Povos Não Representados, 7 de Julho de 2005 (visitado em 16-1-2010). (em inglês)
  4. Shillington K., Encyclopedia of African history, Volume 1, p197 ISBN 978-1579582456
  5. James, W. Martin; Susan Herlin Broadhead (2004). Historical Dictionary of Angola. p. 60 
  6. Pimenta, Fernando Tavares (3 de abril de 2018). «Causas do êxodo das minorias brancas da África Portuguesa: Angola e Moçambique (1974/1975)». Revista Portuguesa de História: 99–124. ISSN 2183-3796. doi:10.14195/0870-4147_48_5. Consultado em 8 de novembro de 2024 
  7. «Independências - Angola». casacomum.org. Consultado em 8 de novembro de 2024 
  8. Pimenta, Fernando Tavares (2009). Angola: os brancos e a independência. Col: Biblioteca das ciências sociais. História. Porto: Afrontamento 
  9. «Fernando FalcãoUm branco fora dos "eixos"». PÚBLICO. 9 de junho de 2011. Consultado em 8 de novembro de 2024 
  10. «Angola». Comissão Comemorativa 50 Anos 25 Abril. Consultado em 8 de novembro de 2024 
  11. PIMENTA, Fernando Tavares. Ideologia nacional dos brancos angolanos (1900-1975).  
  12. H., DUARTE; J., Carlos. «Angola - Imperialismo - Mobutu - FNLA - Neocolonialismo». Associação Tchiweka de Documentação. Consultado em 8 de novembro de 2024 
  13. RUIVO, Francisco Bairrão (2024). 1974 1982 - Uma Proposta de Cronologia. Lisboa: Museu do Aljube 
  14. «CABINDA : Sítio oficial do Governo Cabindês no exílio da F.L.E.C». www.cabinda.org. Consultado em 30 de agosto de 2015 
  15. a b Global Security. Military. Cabinda
  16. a b c Cabinda. Medicareclub. 2022.
  17. «Onibus da seleção de futebol de Togo metralhado». Globo.com. Consultado em 22 de fevereiro de 2011 
  18. Prisão em França do líder da FLEC/PM, que reivindicou o ataque em Cabinda antes do CAN 2010. RFI. 19-01-2011.
  19. Separatista cabinda libertado pela Justiça francesa. RFI. 19-01-2012.
  20. "Pirilampo" líder militar da FLEC/FAC encontrado morto no Congo Brazzaville. RFI. 11 de março de 2011.
  21. "Vamos ter Forças Armadas modernas". Jornal de Angola. 9 de outubro de 2014.
  22. Lusa, Agência. «Independentistas de Cabinda reivindicam ataque que matou sete soldados angolanos». Observador. Consultado em 4 de dezembro de 2024 
  23. Lusa, Agência. «A Frente de Libertação do Estado de Cabinda diz que matou 12 militares angolanos e promete mais ataques». Observador. Consultado em 4 de dezembro de 2024 
  24. «FLEC-FAC acusa exército angolano de matar seis civis – DW – 13/07/2024». dw.com. Consultado em 4 de dezembro de 2024 

Ver também