Igreja Católica na Guiné Equatorial

No mundo de hoje, Igreja Católica na Guiné Equatorial tornou-se um tema de grande relevância e interesse para um amplo espectro da sociedade. Tanto especialistas como amadores, estudiosos e curiosos, encontraram em Igreja Católica na Guiné Equatorial um campo fértil para exploração e debate. Com o avanço da tecnologia e da globalização, Igreja Católica na Guiné Equatorial adquiriu relevância ainda maior, tornando-se objeto de estudo e interesse em diversas áreas do conhecimento. Neste artigo iremos mergulhar no fascinante mundo de Igreja Católica na Guiné Equatorial, explorando o seu impacto, a sua evolução ao longo do tempo e as diferentes perspectivas a partir das quais pode ser abordado.

IgrejaCatólica

Guiné Equatorial
Igreja Católica na Guiné Equatorial
Catedral de Santa Isabel, em Malabo, capital da Guiné Equatorial.
Santo padroeiro Imaculada Conceição
Ano 2010
População total 700.000
Cristãos 620.000 (88,7%)
Católicos 570.000 (80,7%)
Paróquias 86
Presbíteros 82
Seminaristas 26
Diáconos permanentes 2
Religiosos 103
Religiosas 137
Presidente da Conferência Episcopal Juan Nsue Edjang Mayé
Núncio apostólico Julio Murat
Códice GQ

A Igreja Católica na Guiné Equatorial é parte da Igreja Católica universal, em comunhão com a liderança espiritual do Papa, em Roma, e da Santa Sé. Apesar de o regime político da Guiné Equatorial ser considerado um dos mais repressivos da África, não têm havido mudanças significativas na liberdade religiosa do país, nem para melhor, nem para pior. O catolicismo goza de tratamento preferencial por parte do governo, sendo cerimônias oficiais sempre contam com a celebração de Missas.

História

A ilha que hoje é conhecida tem o nome de Bioko foi descoberta em 1471 e à época recebeu o nome de Fernando Póo, seu fundador português. Os assentamentos portugueses foram estabelecidos na região durante o século XVI e o comércio de escravos tornou-se comum. Uma missão católica formada em 1740 fracassou. A ilha foi cedida à Espanha em 1788. Somente depois de 1841, os trabalhos do capelão espanhol Jeronimo de Usera foram bem sucedidos o suficiente para trazer outros missionários católicos para a ilha. A Prefeitura Apostólica de Annobón, Corisco e Fernando Pó foi separada do Vicariato das Duas Guinés em 1855 e confiada aos jesuítas entre 1857 e 1872. Os capelães militares foram sucedidos pela restauração da prefeitura, desta vez confiada aos claretianos em 1882.

Presbitério da Catedral de Malabo.

Em 12 de outubro de 1968, a Guiné Equatorial se tornou um país independente. Antes de Río Muni ser destacado como vicariato em 1965, havia 180.000 católicos no vicariato, a maior porcentagem de católicos em toda a África. Infelizmente para os católicos, assim como para os demais habitantes da região, os primeiros dez anos de independência trouxeram a morte a muitos sob o regime do presidente Macias Nguema, e a repressão à Igreja Católica tornou-se um de seus principais esforços. Seu sobrinho, o general Teodoro Obiang Nguema Mbasogo, executou Nguema em 3 de agosto de 1979, durante um golpe de Estado que trouxe uma era mais pacífica para a região.

Cessando a repressão contra a Igreja e encorajados em esforços da Espanha para a democratização do país, a Guiné Equatorial realizou suas primeiras eleições "livres" em 1993, quando uma esmagadora maioria elegeu Teodoro Mbasogo. Ainda com esse movimento em direção à democratização, as violações dos direitos humanos, bem como um processo eleitoral questionável, permaneceram uma preocupação das Nações Unidas durante os anos 90, e a esmagadora eleição de legisladores do Partido Democrata na eleição de março de 1999 fez pouco para acalmar as suspeitas de que o processo democrático havia sido comprometido. Em julho de 1999, 50 bispos da África Central se reuniram para discutir as preocupações com a fraude, o tribalismo e a corrupção que assolaram não apenas a Guiné Equatorial, mas também vários países vizinhos africanos.

Paróquia São Francisco Xavier, em Malabo.

No entanto, em julho de 1998, o governo da Guiné Equatorial acabou por realizar diversas medidas repressivas: além de expulsar do país três missionários estrangeiros patrocinados pelos Estados Unidos, começou a exigir que os sacerdotes pedissem permissão antes de celebrar missas ou realizar reuniões. Os líderes católicos viram essa exigência como uma retaliação do governo contra a denúncia aberta de abusos dos direitos humanos e manifestações de corrupção. A Igreja também acompanhou de perto a prisão, em janeiro de 1998, do padre Eduardo Losoha Belope, por estar supostamente ligado a uma tentativa fracassada de golpe no ano anterior; o padre ainda estava preso em 2000.

Em 1991, foi promulgada uma lei que estabelece regras para o registro dos grupos religiosos, e que também oficializa o tratamento preferencial da Igreja Católica e da Igreja Reformada da Guiné Equatorial, nenhuma das quais precisa obter o registro estatal. Na prática, este tratamento preferencial também significa que é feita a celebração da Missa em todas as cerimônias oficiais, particularmente durante as celebrações do aniversário do golpe de Estado de 1979, do Dia da Independência e do aniversário do presidente.

Atualmente

Muitas celebrações católicas, como o Natal, Quinta-feira Santa, Sexta-feira Santa e a Imaculada Conceição são feriados nacionais.

A Igreja Católica continua a gozar de tratamento diferenciado por parte do governo. A certidão de batismo costuma ser aceita como documento oficial de identidade. As Missas são um elemento regular em todas as principais cerimônias, como por exemplo o Dia Nacional (12 de outubro) e o aniversário do presidente no dia 5 de junho. Cerimônias religiosas e os edifícios são frequentemente financiados pelo poder público. Desde 1991 vigora uma lei estabeleceu normas para o registro dos grupos religiosos, duas igrejas, no entanto, têm regalias do governo pela necessidade de não precisar deste registro: a Igreja Católica e a Igreja Reformada da Guiné Equatorial. Este tratamento preferencial é demonstrado na prática pela inclusão da Missa católica em todas as cerimônias oficiais.

Em outubro de 2013, o presidente Teodoro Obiang Nguema Mbasogo foi ao Vaticano, e se encontrou com o Papa Francisco e com Dominique Mamberti, secretário de Estado para as Relações com os Estados. Nesta visita o presidente guineense e a Santa Sé assinaram um acordo, que debate vários temas, como o reconhecimento da contribuição da Igreja para o desenvolvimento do país, especialmente na educação e assistência "para melhorar o nível de vida da população", de acordo com um comunicado do Vaticano. Nos 19 artigos e protocolo adicional "reconhece-se a personalidade jurídica da Igreja (...) e trata também do casamento canônico, dos lugares de culto, das instituições educativas e a assistência espiritual aos fiéis católicos nos hospitais e nas prisões". Um Protocolo Adicional, foi assinado na cidade guineense de Mongomo no dia 13 de outubro de 2012 e "sela as boas relações bilaterais existentes e reconhece a personalidade jurídica da Igreja e das suas instituições" na Guiné Equatorial.

No dia 4 de abril de 2015, o Ministério da Justiça, Assuntos Religiosos e Prisões decretou que todas as atividades religiosas que ocorram fora do período das 6 às 9 horas da manhã, ou que forem realizadas em locais de culto não registrados apenas podem realizar-se com autorização. O decreto também proibiu atos religiosos ou de pregação em casa privadas e requer que os representantes ou autoridades religiosas estrangeiras obtenham autorização antecipada do ministério para participarem de atividades religiosas. No dia 9 de abril de 2021, o vice-presidente guinéu-equatoriano, Teodoro Nguema Obiang Mangue, foi recebido no Vaticano pelo Papa Francisco, e convidou o Sumo Pontífice para visitar seu país, postando fotos em suas redes sociais.

Organização territorial

O catolicismo está presente no território com cinco dioceses, sujeitas à Província Eclesiástica de Malabo, além da Eparquia da Anunciação de Ibadan, sediada na Nigéria e presente em diversos países africanos, incluindo a Guiné Equatorial, que é voltada para os fiéis católicos que seguem o rito maronita.

Circunscrições eclesiásticas católicas da Guiné Equatorial
Diocese Ano de ereção Catedral Foto Ref.
Arquidiocese de Malabo 1855 Catedral de Santa Isabel
Diocese de Bata 1965 Catedral de São Tiago e Nossa Senhora do Pilar
Diocese de Ebebiyín 1982 Catedral de Ebebiyín
Diocese de Evinayong 2017 Catedral de São José
Diocese de Mongomo 2017 Catedral da Imaculada Conceição
Eparquia da Anunciação de Ibadan 2014 Catedral de Nossa Senhora da Anunciação

Conferência Episcopal

A reunião dos bispos do país foram a Conferência Episcopal da Guiné Equatorial, que foi criada em 1983.

Nunciatura Apostólica

A Delegação Apostólica da Guiné Equatorial foi criada em 1971, e elevada a nunciatura apostólica em 1982. Em outubro de 2012, o governo da Guiné Equatorial e a Santa Sé assinaram uma concordata. O acordo garante a personalidade jurídica da Igreja no país, além de abranger temas como o casamento religioso, locais de culto, instituições educativas e assistência espiritual a fiéis católicos em hospitais e prisões.

Visitas Papais

O país foi visitado pelo Papa São João Paulo II em 18 de fevereiro de 1982, juntamente com outros países: Gabão, Benim e Nigéria.

A todos vós, queridos irmãos da Guiné Equatorial ou vindo do exterior, quero apresentar-vos o meu profundo agradecimento pelo empenho consagrado à vossa tarefa evangelizadora. Com muito fervor peço ao Senhor que ilumine o vosso coração "a fim de saberdes que esperança constitui o Seu chamamento, que tesouros de glória encerra a Sua herança entre os santos" (Ef 1, 18). Estais comprometidos, guineanos de origem ou de adoção, numa obra para a qual Deus vos chama indistintamente.
 
Discurso de São João Paulo II no encerramento de sua visita pastoral à Guiné Equatorial.

Ver também

Notas

  1. a b c d e f Os números não incluem a Eparquia Maronita da Anunciação de Ibadan, por estar sediada na Nigéria, e abranger os territórios de diversos países africanos.

Referências

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