Inajá

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 Nota: Para outros significados, veja Inajá (desambiguação).
Inajá
Attalea maripa
Attalea maripa
Classificação científica
Reino: Plantae
Divisão: Magnoliophyta
Classe: Liliopsida
Ordem: Arecales
Família: Arecaceae
Subfamília: Arecoideae
Tribo: Cocoeae
Subtribo: Attaleinae
Género: Attalea
Espécie: A. maripa
Nome binomial
Attalea maripa
(Aubl.) Mart.

Inajá (Attalea maripa), também conhecida como anaiá, anajá, aritá, inajazeiro, maripá e najá, é uma palmeira nativa da região norte do Brasil, sendo Roraima e Amapá os estados de maior concentração. Alcança até 20 metros de altura e possui estipe anelado, com palmito nobre, folhas dispostas em cinco direções e inflorescências interfoliares. Os frutos do inajá tem uma polpa suculenta e comestível e possuem uma amêndoa, de onde se pode extrair um óleo amarelo, que pode chegar até 4.000 litros por hectare.

Attalea Maripa - MHNT

Descrição

Attalea maripa é uma grande palmeira que cresce até 3,5-20 metros de altura. As hastes variam de 20-33 centímetros de diâmetro, ocasionalmente atingindo até 100 centímetros (39 in). As árvores têm de 10 a 22 folhas com pecíolos longos. As frutas são grandes e marrons ou amarelas, tendo 5-6,5 centímetros com duas ou três sementes que possuem 6 centímetros de comprimento e 2,5-3 centímetros de diâmetro. São carregadas em infrutescências que podem conter de várias centenas a mais de dois mil frutos.

Taxonomia

A espécie foi descrita pela primeira vez pelo botânico francês Jean Baptiste Christophore Fusée Aublet em 1775 em sua publicação Histoire des plantes de la Guiane Francoise como Palma maripa. O botânico alemão Carl Friedrich Philipp von Martius transferiu-a para o gênero Attalea em 1844. Hermann Wendland mudou-a para o gênero Scheelea em 1878, enquanto Carl Georg Oscar Drude mudou-a para Maximiliana. Otto Kuntze alterou-a para o gênero Englerophoenix em 1891. F. Cook colocou-a em seu próprio gênero em 1940, chamando de Ethnora em reconhecimento a Aublet como um pioneiro do movimento antiescravagista. Trabalhos recentes favoreceram a manutenção de todos os Attaleinae em um único gênero, Attalea.

Nomes vernaculares

Nomes comuns de Attalea maripa
Nome comum Uso
Anajá Brasil
Cocorita Trindade e Tobago
cucurito Venezuela
Cusi Bolívia
Gaibamo (fruta) Huaroni (Equador)
Gaibawe (madura) Huaroni
Güichire Colômbia
Inajá Brasil
Inajai Brasil
Inayo Equador
Inayuga Peru
Kukarit Guiana
maripá Guiana Francesa, Suriname
Namba (planta juvenil) Huaroni
Wencayapa (planta juvenil) Huaroni
Rikre Kakapó (Brasil)

Distribuição

Attalea maripa varia de Trinidad e Tobago, no norte, até a Bolívia, no sul. Está presente na Colômbia, Venezuela, Guiana, Suriname, Guiana Francesa, Equador, Peru e Brasil. É encontrada em florestas de várzea e áreas perturbadas, em solos que não costumam ser alagados.

Ecologia

Os frutos de A. maripa são consumidos por uma variedade de mamíferos. Na Ilha de Maracá, Roraima, na Amazônia brasileira, as frutas eram consumidas por antas, catetos, veados e primatas. Roedores, incluindo cutias, alimentavam-se dos frutos e, à medida que a disponibilidade de frutos diminuía, eles se alimentavam das sementes. Eles também armazenam sementes para consumo posterior. A maioria das espécies consome a polpa e cospe sementes intactas a uma curta distância da árvore-mãe. As antas engolem a fruta inteira e defecam as sementes intactas mais longe das árvores-mãe. A maioria das sementes que não foram retiradas das proximidades das árvores-mãe foram mortas por larvas do besouro Bruchid Pachymerus cardo. As larvas de besouros mataram 77% das sementes que não foram dispersadas para longe das árvores-mãe, mas menos de 1% das sementes que foram dispersadas para latrinas de antas.

Em Trinidad, A. maripa é uma espécie característica das savanas que se desenvolve quando as florestas são convertidas em pastagens por meio de incêndios repetidos. O silvicultor britânico JS Beard denominou essas savanas de "Savanas Cocorite" (em homenagem ao nome local de A. maripa).

Usos

Sementes carbonizadas de Attalea maripa foram encontradas em sítios arqueológicos na Colômbia que datam de 9000 AP. Os Huaorani do Equador amazônico usam os mesocarpos como alimento. Eles usam o pecíolo e a raque das folhas para fazer dardos de zarabatana e esteiras de dormir, os pecíolos para tochas, os pinas para gravetos e os caules para lenha. Além de utilizá-la como espécie alimentar, os Kayapó do Brasil utilizam a espécie como fonte de sal, e a valorizam por atrair a fauna silvestre. As folhas também são usadas para cobertura de palha.

O óleo comestível pode ser extraído do mesocarpo e da amêndoa de A. maripa. O ácido oleico é o ácido graxo predominante no óleo extraído do mesocarpo, enquanto o ácido láurico predomina no caroço. Cerca de metade dos ácidos graxos no óleo do mesocarpo são saturados e metade insaturados. O teor de tocoferol do óleo do mesocarpo foi médio (em comparação com outros óleos comestíveis), enquanto o óleo do caroço foi baixo em tocoferóis.

Referências

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