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Maria Teresa Carolina Josefina de Nápoles e Sicília[a] (em italiano: Maria Teresa Carolina Giuseppina di Napoli e di Sicilia; Nápoles, 6 de junho de 1772 – Viena, 13 de abril de 1807) foi a segunda esposa do Sacro Imperador Romano-Germânico Francisco II, que, a partir de 1804, assumiu o título de Imperador Francisco I da Áustria (após sua derrota na Batalha de Austerlitz para Napoleão Bonaparte), tornando Maria Teresa a última Imperatriz Consorte do Sacro Império Romano-Germânico e a primeira Imperatriz Consorte da Áustria.
Nascida uma princesa napolitana, filha primogênita de Fernando IV e III, rei de Nápoles e da Sicília (futuro Fernando I das Duas Sicílias), e de sua esposa, Maria Carolina da Áustria. Seu pai era filho do rei Carlos III da Espanha e de Maria Amália da Saxônia, enquanto sua mãe era filha do Sacro Imperador Francisco I e da imperatriz Maria Teresa da Áustria. Por meio de sua mãe, ainda era sobrinha da rainha Maria Antonieta da França. A filha mais velha de Maria Teresa, a arquiduquesa Maria Luísa, casou-se com Napoleão Bonaparte e tornou-se Imperatriz dos Franceses. Outra filha, a arquiduquesa Leopoldina, casou-se com Pedro I e IV e tornou-se Imperatriz do Brasil e Rainha de Portugal.[1]

Filha de Fernando IV de Nápoles e III da Sicília, e de sua esposa, Maria Carolina da Áustria, Maria Teresa casou-se em 19 de setembro de 1790 com seu primo de primeiro grau, o então Sacro Imperador Francisco II, recentemente viúvo de sua primeira esposa, Isabel de Württemberg.[1]
O jovem casal logo sentiu-se atraído um pelo outro, embora fossem, por natureza, bastante diferentes. O jovem arquiduque revelava, desde a juventude, uma tendência à melancolia; era pouco emotivo, tímido, sério, introspectivo e de uma simplicidade espartana. Era severo consigo mesmo e extremamente consciente de seus deveres. Sua compleição era magra, os traços faciais, pálidos e inexpressivos. Maria Teresa, por outro lado, era uma mulher graciosa, loira, de olhos azul-claros, lábios cheios e um nariz ligeiramente avantajado. Tinha um temperamento alegre, de feição meridional, e exalava sensualidade. Apesar das diferenças, ambos se compreendiam maravilhosamente bem, e seu matrimônio, que durou dezessete anos, foi feliz.[2] Contudo, Maria Teresa falava mal o alemão; dominava com muito mais fluência o italiano e o francês, idiomas que utilizava com maior frequência.[3]
A rainha da Suécia, Edviges de Holsácia-Gottorp, registrou, em seu famoso diário durante a visita a Viena entre 1798 e 1799, suas impressões sobre Maria Teresa e a relação do casal:
"A imperatriz tem a reputação de ser tão ciumenta que ela não permite que ele participe da vida social ou conheça outras mulheres. Línguas cruéis a acusam de ser tão apaixonada que ela esgota sua consorte e nunca o deixa sozinho nem por um momento. Embora o povo de Viena não possa negar que ela é dotada, caridosa e carrega-se lindamente, ela não gosta de sua intolerância e de forçar o Imperador a viver isolado de todos. Ela também é acusada de se interessar por assuntos sem importância e socializar exclusivamente com suas companheiras. Com eles, ela passa as noites cantando, fazendo comédias e sendo aplaudida".[4]
A rainha sueca também relata uma cena descrita a ela por um estrangeiro, que subornou seu caminho para o parque privado em Laxemburgo e foi testemunhar uma cena entre o casal:
"Ele viu o imperador sentado em um banco, sozinho em seus pensamentos. Imediatamente, a imperatriz veio buscá-lo, e ele exaltou: 'Você nunca pode me deixar em paz, para que eu possa respirar por um momento? Pelo amor de Deus, não me siga o tempo todo' ".[5]

Maria Teresa adaptou-se bem à vida em Viena. Assim como sua mãe, Maria Carolina, que também havia passado uma juventude agitada na corte de seus pais em Viena, ela amava festas e entretenimentos. Apesar das muitas gravidezes, participou de quase todos os bailes de carnaval durante sua estadia em Viena. Era muito musical e, por vezes, apresentava-se como cantora nos concertos da corte.[3]
Ao lado de seu marido, Maria Teresa foi coroada rainha da Hungria em 10 de junho de 1792 e rainha da Boêmia em 12 de agosto de 1792. Era profundamente religiosa e também era admirada por sua atuação caritativa.[3] Ela pouco se envolvia com os assuntos de governo, embora demonstrasse interesse pelos acontecimentos políticos de sua época, e seu marido discutia com ela questões políticas. Consta que ela tenha intercedido a favor da demissão do conselheiro de gabinete Johann Baptist von Schloißnigg e do chefe da chancelaria imperial, Colloredo. Opositora ferrenha de Napoleão, apoiava ainda o partido da guerra na corte, que conclamava ao combate contra a França.[2] No entanto, em fevereiro de 1799, sua aparente indiferença à revolução contra os pais em Nápoles atraiu alguns desfavorecimentos em Viena.[6]
Consta que Joseph Haydn dedicou a sua Theresienmesse, composta em 1799, a Maria Teresa. Ela chegou até mesmo a interpretar alguns solos de soprano em obras do compositor.[7]

| 1 | Maria Luísa | 12 de dezembro de 1791 | 17 de dezembro de 1847 |
| 2 | Fernando I | 19 de abril de 1793 | 29 de junho de 1875 |
| 3 | Maria Carolina | 8 de junho de 1794 | 16 de março de 1795 |
| 4 | Carolina Luísa | 22 de dezembro de 1795 | 30 de junho de 1799 |
| 5 | Maria Leopoldina | 22 de janeiro de 1797 | 11 de dezembro de 1826 |
| 6 | Maria Clementina | 1 de março de 1798 | 3 de setemrbo de 1881 |
| 7 | José Francisco | 9 de abril de 1799 | 30 de junho de 1807 |
| 8 | Maria Carolina | 8 de abril de 1801 | 22 de maio de 1832 |
| 9 | Francisco Carlos | 17 de dezembro de 1802 | 8 de março de 1878 |
| 10 | Maria Ana | 8 de junho de 1804 | 28 de dezembro de 1858 |
| 11 | João Nepomuceno | 30 de agosto de 1805 | 19 de fevereiro de 1809 |
| 12 | Amélia Teresa | 6 de abril de 1807 | 9 de abril de 1807 |
| Ancestrais de Maria Teresa de Nápoles e Sicília[1] | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
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| Maria Teresa de Nápoles e Sicília Casa de Bourbon-Duas Sicílias Ramo da Casa de Bourbon 6 de junho de 1772 – 13 de abril de 1807 | ||
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| Precedida por Maria Luísa da Espanha |
Imperatriz Consorte do Sacro Império Romano-Germânico 1 de março de 1792 – 6 de agosto de 1806 |
Título abolido Dissolução do Sacro Império Romano-Germânico |
| Título criado | Imperatriz Consorte da Áustria 11 de agosto de 1804 – 13 de abril de 1807 |
Sucedida por Maria Luísa da Áustria-Este |