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Maria Teresa de Nápoles e Sicília

No mundo contemporâneo, Maria Teresa de Nápoles e Sicília adquiriu uma importância que transcendeu fronteiras e se tornou um tema de interesse para um amplo espectro da sociedade. A sua relevância manifesta-se em diversas áreas, desde a política e economia à cultura e entretenimento. Maria Teresa de Nápoles e Sicília tem captado a atenção de especialistas, académicos, críticos e do público em geral, gerando debates, reflexões e análises que procuram compreender o seu impacto e influência na atualidade. Nesse sentido, este artigo pretende aprofundar o tema Maria Teresa de Nápoles e Sicília, explorando suas múltiplas facetas e oferecendo uma visão ampla e completa para delimitar seu alcance e importância no mundo contemporâneo.

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Maria Teresa
Retrato por Élisabeth Vigée-Lebrun, c. 1790
Imperatriz Consorte da Áustria
Reinado11 de agosto de 1804
a 13 de abril de 1807
PredecessoraTítulo novo
SucessoraMaria Luísa da Áustria-Este
Rainha Consorte da Hungria, Croácia e Boêmia
Reinado1 de março de 1792
a 13 de abril de 1807
Coroação10 de junho de 1792 (Hungria)
12 de agosto de 1792 (Boêmia)
PredecessoraMaria Luísa da Espanha
SucessoraMaria Luísa da Áustria-Este
Imperatriz Consorte do
Sacro Império Romano-Germânico
Reinado1 de março de 1792
a 6 de agosto de 1806
Predecessor(a)Maria Luísa da Espanha
SucessoraTítulo abolido (Dissolução do Sacro Império Romano-Germânico)
Dados pessoais
Nascimento6 de junho de 1772
Palácio Real, Nápoles, Nápoles
Morte13 de abril de 1807 (34 anos)
Palácio de Hofburg, Viena, Áustria
Sepultado emCripta Imperial, Viena, Áustria
Nome completo
nome pessoal em italiano: Maria Teresa Carolina Giuseppina
MaridoFrancisco II & I
Descendência
Maria Luísa da Áustria
Fernando I da Áustria
Maria Leopoldina da Áustria
Maria Clementina da Áustria
José Francisco da Áustria
Maria Carolina da Áustria
Francisco Carlos da Áustria
Maria Ana da Áustria
CasaBourbon-Nápoles (nascimento)
Habsburgo-Lorena (casamento)
PaiFernando IV & III
MãeMaria Carolina da Áustria
ReligiãoCatolicismo

Maria Teresa Carolina Josefina de Nápoles e Sicília[a] (em italiano: Maria Teresa Carolina Giuseppina di Napoli e di Sicilia; Nápoles, 6 de junho de 1772Viena, 13 de abril de 1807) foi a segunda esposa do Sacro Imperador Romano-Germânico Francisco II, que, a partir de 1804, assumiu o título de Imperador Francisco I da Áustria (após sua derrota na Batalha de Austerlitz para Napoleão Bonaparte), tornando Maria Teresa a última Imperatriz Consorte do Sacro Império Romano-Germânico e a primeira Imperatriz Consorte da Áustria.

Genealogia

Nascida uma princesa napolitana, filha primogênita de Fernando IV e III, rei de Nápoles e da Sicília (futuro Fernando I das Duas Sicílias), e de sua esposa, Maria Carolina da Áustria. Seu pai era filho do rei Carlos III da Espanha e de Maria Amália da Saxônia, enquanto sua mãe era filha do Sacro Imperador Francisco I e da imperatriz Maria Teresa da Áustria. Por meio de sua mãe, ainda era sobrinha da rainha Maria Antonieta da França. A filha mais velha de Maria Teresa, a arquiduquesa Maria Luísa, casou-se com Napoleão Bonaparte e tornou-se Imperatriz dos Franceses. Outra filha, a arquiduquesa Leopoldina, casou-se com Pedro I e IV e tornou-se Imperatriz do Brasil e Rainha de Portugal.[1]

Biografia

Retrato de Maria Teresa na infância, por Anton Raphael Mengs, 1773

Filha de Fernando IV de Nápoles e III da Sicília, e de sua esposa, Maria Carolina da Áustria, Maria Teresa casou-se em 19 de setembro de 1790 com seu primo de primeiro grau, o então Sacro Imperador Francisco II, recentemente viúvo de sua primeira esposa, Isabel de Württemberg.[1]

O jovem casal logo sentiu-se atraído um pelo outro, embora fossem, por natureza, bastante diferentes. O jovem arquiduque revelava, desde a juventude, uma tendência à melancolia; era pouco emotivo, tímido, sério, introspectivo e de uma simplicidade espartana. Era severo consigo mesmo e extremamente consciente de seus deveres. Sua compleição era magra, os traços faciais, pálidos e inexpressivos. Maria Teresa, por outro lado, era uma mulher graciosa, loira, de olhos azul-claros, lábios cheios e um nariz ligeiramente avantajado. Tinha um temperamento alegre, de feição meridional, e exalava sensualidade. Apesar das diferenças, ambos se compreendiam maravilhosamente bem, e seu matrimônio, que durou dezessete anos, foi feliz.[2] Contudo, Maria Teresa falava mal o alemão; dominava com muito mais fluência o italiano e o francês, idiomas que utilizava com maior frequência.[3]

A rainha da Suécia, Edviges de Holsácia-Gottorp, registrou, em seu famoso diário durante a visita a Viena entre 1798 e 1799, suas impressões sobre Maria Teresa e a relação do casal:

"A imperatriz tem a reputação de ser tão ciumenta que ela não permite que ele participe da vida social ou conheça outras mulheres. Línguas cruéis a acusam de ser tão apaixonada que ela esgota sua consorte e nunca o deixa sozinho nem por um momento. Embora o povo de Viena não possa negar que ela é dotada, caridosa e carrega-se lindamente, ela não gosta de sua intolerância e de forçar o Imperador a viver isolado de todos. Ela também é acusada de se interessar por assuntos sem importância e socializar exclusivamente com suas companheiras. Com eles, ela passa as noites cantando, fazendo comédias e sendo aplaudida".[4]

A rainha sueca também relata uma cena descrita a ela por um estrangeiro, que subornou seu caminho para o parque privado em Laxemburgo e foi testemunhar uma cena entre o casal:

"Ele viu o imperador sentado em um banco, sozinho em seus pensamentos. Imediatamente, a imperatriz veio buscá-lo, e ele exaltou: 'Você nunca pode me deixar em paz, para que eu possa respirar por um momento? Pelo amor de Deus, não me siga o tempo todo' ".[5]

Retrato da Imperatriz Maria Teresa, por Johann Baptist Lampi, o Velho, c. 1804-1806

Maria Teresa adaptou-se bem à vida em Viena. Assim como sua mãe, Maria Carolina, que também havia passado uma juventude agitada na corte de seus pais em Viena, ela amava festas e entretenimentos. Apesar das muitas gravidezes, participou de quase todos os bailes de carnaval durante sua estadia em Viena. Era muito musical e, por vezes, apresentava-se como cantora nos concertos da corte.[3]

Ao lado de seu marido, Maria Teresa foi coroada rainha da Hungria em 10 de junho de 1792 e rainha da Boêmia em 12 de agosto de 1792. Era profundamente religiosa e também era admirada por sua atuação caritativa.[3] Ela pouco se envolvia com os assuntos de governo, embora demonstrasse interesse pelos acontecimentos políticos de sua época, e seu marido discutia com ela questões políticas. Consta que ela tenha intercedido a favor da demissão do conselheiro de gabinete Johann Baptist von Schloißnigg e do chefe da chancelaria imperial, Colloredo. Opositora ferrenha de Napoleão, apoiava ainda o partido da guerra na corte, que conclamava ao combate contra a França.[2] No entanto, em fevereiro de 1799, sua aparente indiferença à revolução contra os pais em Nápoles atraiu alguns desfavorecimentos em Viena.[6]

Legado

Consta que Joseph Haydn dedicou a sua Theresienmesse, composta em 1799, a Maria Teresa. Ela chegou até mesmo a interpretar alguns solos de soprano em obras do compositor.[7]

Descendência

A família do Imperador Francisco I, acompanhado da sua segunda esposa Maria Teresa (1772-1807) e seis dos seus filhos filhos: à esquerda, Fernando I, mais tarde imperador Fernando I, com seu irmão, Francisco Carlos, e o imperador sentado ao centro. À direita está Maria Carolina, com sua irmã, Maria Clementina, estendendo a mão para seu mãe, a imperatriz Maria Teresa, sentada e rodeada pelas filhas Maria Leopoldina e Maria Luísa, por volta de 1806-1807.
1 Maria Luísa 12 de dezembro de 1791 17 de dezembro de 1847
2 Fernando I 19 de abril de 1793 29 de junho de 1875
3 Maria Carolina 8 de junho de 1794 16 de março de 1795
4 Carolina Luísa 22 de dezembro de 1795 30 de junho de 1799
5 Maria Leopoldina 22 de janeiro de 1797 11 de dezembro de 1826
6 Maria Clementina 1 de março de 1798 3 de setemrbo de 1881
7 José Francisco 9 de abril de 1799 30 de junho de 1807
8 Maria Carolina 8 de abril de 1801 22 de maio de 1832
9 Francisco Carlos 17 de dezembro de 1802 8 de março de 1878
10 Maria Ana 8 de junho de 1804 28 de dezembro de 1858
11 João Nepomuceno 30 de agosto de 1805 19 de fevereiro de 1809
12 Amélia Teresa 6 de abril de 1807 9 de abril de 1807

Ancestrais

Notas

  1. Maria Teresa faleceu em 1807, antes que seu pai assumisse o título de Fernando I das Duas Sicílias, após a unificação dos reinos de Nápoles e Sicília (Reino das Duas Sicílias), em 1816; por esse motivo, ela jamais foi conhecida como "Maria Teresa das Duas Sicílias" nem recebeu o título de "Princesa das Duas Sicílias".

Referências

  1. a b c Frederic Guillaume Birnstiel, ed. (1768). Genealogie ascendante jusqu'au quatrieme degre inclusivement de tous les Rois et Princes de maisons souveraines de l'Europe actuellement vivans (em francês). Bourdeaux: pp. 1 e 9 
  2. a b Friedrich Weissensteiner: Frauen auf Habsburgs Thron – die österreichischen Kaiserinnen, Ueberreuter Wien, 1998, ISBN 3-8000-3709-2
  3. a b c Maria Theresia, in: Brigitte Hamann (Hrsg.): Die Habsburger, 1988, p. 345.
  4. Charlottas, Hedvig Elisabeth (1797–1799). Hedvig Elisabeth Charlottas dagbok (em sueco). VI 1797-1799. Traduzido por Cecilia af Klercker. Estocolmo: P.A. Norstedt & Söners förlag. pp. 160–61. OCLC 14111333  (search for all versions on WorldCat)
  5. Charlottas, Hedvig Elisabeth (1797–1799). Hedvig Elisabeth Charlottas dagbok (em sueco). VI. Traduzido por Cecilia af Klercker. Estocolmo: P.A. Norstedt & Söners förlag. pp. 171–72. OCLC 14111333  (search for all versions on WorldCat)
  6. Charlottas, Hedvig Elisabeth (1797–1799). Hedvig Elisabeth Charlottas dagbok (em sueco). VI 1797-1799. Traduzido por Cecilia af Klercker. Estocolmo: P.A. Norstedt & Söners förlag. pp. 171–72. OCLC 14111333  (search for all versions on WorldCat)
  7. Maria Theresia von Bourbon-Sizilien em Operissimo com base na Großes Sängerlexikon ("Enciclopédia dos Grandes Cantores")

Bibliografia

O Commons possui uma categoria com imagens e outros ficheiros sobre Maria Teresa de Nápoles e Sicília
  • Constantin von Wurzbach: Habsburg, Maria Theresia von Neapel. In: Biographisches Lexikon des Kaiserthums Oesterreich. 7. Theil. Kaiserlich-königliche Hof- und Staatsdruckerei, Viena 1861
  • Dorothy Gies McGuigan: Familie Habsburg 1273–1918, ISBN 3-548-33173-4.
  • Maria Theresia, in: Brigitte Hamann (Hrsg.): Die Habsburger, 1988.
  • Richard Reifenscheid: Die Habsburger – Von Rudolf I. bis Karl I. Tosa Verlag Wien (1994), ISBN 3-85001-484-3
  • Friedrich Weissensteiner: Frauen auf Habsburgs Thron – die österreichischen Kaiserinnen, Ueberreuter-Verlag Wien, 1998, ISBN 3-8000-3709-2
Maria Teresa de Nápoles e Sicília
Casa de Bourbon-Duas Sicílias
Ramo da Casa de Bourbon
6 de junho de 1772 – 13 de abril de 1807
Precedida por
Maria Luísa da Espanha

Imperatriz Consorte do Sacro Império
Romano-Germânico

1 de março de 1792 – 6 de agosto de 1806
Título abolido
Dissolução do Sacro Império
Romano-Germânico
Título criado
Imperatriz Consorte da Áustria
11 de agosto de 1804 – 13 de abril de 1807
Sucedida por
Maria Luísa da Áustria-Este