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O Êxtase de Santa Teresa | |
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Autor | Gian Lorenzo Bernini |
Data | 1647-1652 (372 anos) |
Técnica | Escultura em Mármore |
Localização | Igreja de Santa Maria della Vittoria, Roma |
O Êxtase de Santa Teresa ou a Transverberação de Santa Teresa (1647–1652) é uma escultura de Gian Lorenzo Bernini, um dos maiores escultores do século XVII, representando a experiência mística de Santa Teresa de Ávila trespassada por uma seta de amor divino por um anjo, realizada para a capela do cardeal Federico Cornaro. A madre Teresa de Jesus, nascida Teresa de Cepeda y Ahumada morreu em Alba de Tormes em 4 de Outubro de 1582.
Esculpida durante o período de 1645-1652, seguindo as tendências do estilo barroco, ela se encontra em um nicho em mármore e bronze dourado na Capela Cornaro, Igreja de Santa Maria della Vittoria, Roma. É considerada uma das maiores obras-primas do Barroco. A beleza da obra se deve ao uso da iluminação e da fidelidade da escultura, que conferem à obra sensibilidade, pois o escultor aplicava em suas esculturas o uso de corpos alongados, gestos expressivos, expressões mais simples porém mais emocionadas.
Bernini seguia as determinações da Igreja Católica Romana, que diziam que a arte religiosa deveria ser inteligível e realista, e servir, acima de tudo, como um estímulo emocional à religiosidade. Bernini serviu a Cidade do Vaticano durante muito tempo, criando esculturas feitas por pedido.
Todo o conjunto foi supervisionado e completado por um Bernini maduro durante o papado de Inocêncio X. Quando Inocêncio aderiu ao trono papal, ele evitou os serviços artísticos de Bernini; o escultor foi o artista favorito do anterior e libertino Papa Barberini. Sem o patrocínio papal, os serviços do ateliê de Bernini estavam, portanto, à disposição de um patrono como o cardeal veneziano Federico Cornaro (1579-1653).
Cornaro escolheu a igreja das Carmelitas Descalças, que até então era pouco notável, para sua capela funerária. O local escolhido para a capela foi o transepto esquerdo, que anteriormente tinha uma imagem de 'São Paulo em Êxtase', que foi substituída pela dramatização de Bernini de uma experiência religiosa sofrida e relatada pela primeira santa carmelita descalça, que havia sido canonizada não muito tempo antes, em 1622. Foi completada em 1652 pela então principesca soma de 12.000 escudos.
As duas figuras escultóricas centrais, a da freira desmaiada e o anjo com a lança, derivam de um episódio descrito por Teresa de Ávila, uma mística reformadora e freira carmelita descalça de clausura. Em sua autobiografia, "A Vida de Teresa de Jesus" (1515-1582), sua experiência de êxtase religioso em seu encontro com o anjo é descrita da seguinte maneira:
“ | Eu vi em sua mão uma longa lança de ouro e, na ponta, o que parecia ser uma pequena chama. Ele parecia para mim estar lançando-a por vezes no meu coração e perfurando minhas entranhas; quando ele a puxava de volta, parecia levá-las junto também, deixando-me em chamas com o grande amor de Deus. A dor era tão grande que me fazia gemer; e, apesar de ser tão avassaladora a doçura desta dor excessiva, não conseguia desejar que ela acabasse. A alma está satisfeita agora, com nada menos que Deus. A dor não é corporal, mas espiritual; embora o corpo tenha sua parte nela. É uma carícia de amor tão doce que agora acontece entre a alma e Deus, eu oro a Deus por Sua bondade para fazê-lo experimentar naqueles que podem pensar que estou mentindo. | ” |
O grupo é iluminado por luz natural filtrada através de uma janela escondida na cúpula da edícula circundante, e é ressaltada por raios de estuque dourado. Teresa é mostrada deitada em uma nuvem, indicando que esta é uma aparição divina que estamos testemunhando. Outras testemunhas aparecem nas paredes laterais; retratos em alto relevo e tamanho real de membros masculinos da família Cornaro. O cardeal Federico Cornaro e o Doge Giovanni I Cornaro estão presentes e discutem o evento em "camarotes", como se estivessem no teatro. Embora as figuras sejam executadas em mármore branco, a edícula, os painéis de parede e os camarotes de teatro são feitos de mármores coloridos. Acima, a abóbada da Capela é pintada em afresco, com um céu ilusionista cheio de querubins com a luz do Espírito Santo alegorizada como uma pomba.
O historiador de arte Rudolf Wittkower escreveu:
Os efeitos são teatrais, a família Cornaro parece observar a cena de seus camarotes, e a capela ilustra um momento em que a divindade entra em um corpo terreno. Caroline Babcock fala da fusão de prazer sensual e espiritual de Bernini no agrupamento "orgiástico" como intencional e influente em artistas e escritores da época. Irving Lavin disse que "a transverberação se torna um ponto de contato entre a terra e o céu, entre matéria e espírito". Como ressalta Franco Mormando, biógrafo de Bernini, embora o ponto de partida de Bernini para descrever a experiência mística de Teresa fosse sua própria descrição, havia muitos detalhes sobre a experiência que ela nunca especificou (por exemplo, a posição de seu corpo) e que Bernini simplesmente criou de sua própria imaginação artística, tudo com o objetivo de aumentar a carga quase transgressivamente sensual do episódio: "Certamente nenhum outro artista, ao interpretar a cena, antes ou depois de Bernini, ousou tanto em transformar a aparência da santa".