Sultanato de Adal

No mundo de hoje, Sultanato de Adal tornou-se um tema de grande relevância e interesse para uma grande variedade de pessoas. Desde especialistas na área até o público em geral, a importância de Sultanato de Adal não pode ser subestimada. Ao longo dos anos, Sultanato de Adal tem sido objeto de debate, investigação e análise em inúmeros contextos, refletindo o seu impacto significativo em diversas áreas da sociedade. Neste artigo exploraremos as diferentes facetas de Sultanato de Adal e a sua influência no mundo de hoje, examinando a sua relevância, evolução e as implicações que tem para o presente e o futuro.

Sultanato de Adal
1415 — 1559 
Bandeira
Bandeira
Bandeira

Adal ca. 1500
Região Corno da África
Capital
  • Zeilá (capital original, como Emirado)
  • Dacar (nova capital, como Sultanato)
  • Harar (última capital)
Países atuais

Língua oficial
Religião Islamismo

Período histórico
• 1415  Fundação
• 1415-1429  Guerra contra Isaque I
• 1433  Mudança da capital para Dacar
• 1518-1526  Crise de sucessão
• 1520  Mudança da capital para Harar
• 1559  Conquista pelo Império Otomano

Sultanato de Adal ou Reino de Adal (somali: Saldaanada Cadal, em ge'ez: አዳል ʾAdāl, em árabe: سلطنة عدل) (c. 1415 - 1577) foi um estado muçulmano medieval multi-étnico localizado no corno da África. No seu auge, controlava partes do que hoje pertence a Somália, Etiópia, Jibuti e Eritreia.

História

O nome Adal é mencionado pela primeira vez no século XIV durante as batalhas entre os muçulmanos do norte da Somália e da costa de Afar e as tropas cristãs do Rei Abissínio Ámeda-Sion I. Adal teve originalmente sua capital na cidade portuária de Zeilá, atualmente a situada na região homônima de Awdal no noroeste da Somália. O regime de governo na época era o de Emirado na maior parte do Sultanato de Ifate governado pela dinastia Ualasma.

Ruínas do Sultanato de Adal em Zeilá, Somália.

Em 1332, o Rei de Adal foi morto em uma campanha militar durante a marcha de Ámeda-Sion para invadir Zeilá. Quando o último sultão de Ifate, Sadadim II, também foi morto por Davi I da Etiópia em Zeilá em 1410, seu filho escapou para o Iémen, ante de retornar em 1415. No início do século XV a capital de Adal foi transferida para a cidade de Dacar, onde Sabredim II, o filho mais velho de Sadadim II, estabeleceu um novo sultanato depois de seu retorno do Iémen. As terras além do Rio Awash fora deixadas aos imperadores salomónicos etíopes. Durante esse período, Adal surgiu como o centro da resistência muçulmana contra a expansão cristã do Reino Abissínio.

Depois de 1468, uma nova geração de governantes surgiu no cenário político de Adal. Os dissidentes se opuseram as regras de Ualasma devido ao tratado que o Sultão Maomé ibne Badlai assinou com o imperador Baida-Mariam I, em que Badlai concordava em pagar um tributo anual. O Emir de Adal, que administrava as províncias, interpretou o acordo como uma traição de sua independência e um recuo do governo na política de longa data de resistência às incursões dos abissínios. O principal líder da oposição foi o Emir de Zeilá, o Sultanato mais rico da província. Como tal, era esperado que ele pagasse a maior parte do tributo anual a ser dado ao imperador da Abissínia. O Emir Ladai Osmã em seguida marchou para Dacar e tomou o poder em 1471. Entretanto, Osmã não retirou o sultão do cargo, mas em vez disso deu-lhe uma posição cerimonial, mantendo o poder real para si mesmo.

Sultão de Adal (direita) e suas tropas combatendo Iagba-Sion e seus homens. Do Livro das Maravilhas, século XV

Emir Mafuz que lutou contra sucessivos Imperadores causou a morte do imperador Naode em 1508, mas foi morto pelas forças do imperador Lebna Dengel em 1517. Depois de Mafuz, começou uma guerra civil, tendo passado pelo poder 5 Emirs em 2 anos. Por último, um líder forte e experiente chamado Garade Abum Adus (Garad Abogne) assumiu o poder e foi amado pelo povo de Adal. Quando Garade Abogne estava no poder foi derrotado e morto por Abubacar ibne Maomé, Em 1554, sob a iniciativa de Abubacar, Harar tornou-se a capital de Adal. Dessa vez, não apenas o mais jovem Emir revoltou-se, mas toda Adal se levantou contra o acordo de Abubacar. Muitas pessoas se juntaram as forças do novo cavaleiro Amade ibne Ibraim Algazi que reivindicou uma revanche por Garade Abogne.

No século XVI, a capital de Adal mudou novamente, dessa vez para Harar. De sua nova capital, Adal organizou um exército liderado pelo imame Amade ibne Ibraim Algazi que invadiu o império Abissínio. Essa campanha ficou conhecida como a Conquista da Abissínia ou Futuh al Habash. Durante a guerra, Ahmed inovou com o uso de canhões fornecidos pelo Império Otomano, que foram enviados contra as forças salomônicas e seus aliados portugueses liderados por Cristóvão da Gama. Alguns estudiosos afirmam que esse conflito provou, pelo uso de ambos os lados, o valor das armas de fogo, como o mosquete de fecho de mecha, canhões e o arcabuz sobre as armas tradicionais.

Sultões de Adal

Nome Reino Nota
1 Sabredim Sadadim 1415 - 1422 Filho de Sadadim Amade, obteve algumas vitórias antes de ser derrotado pelo imperador Isaque I
2 Almançor Sadadim 1422 - 1424 Filho de Sadadim Amade, derrotou os Abissínios em Iedaia, sendo depois derrotado e preso por Isaque
3 Jameladim Sadadim 1424 - 1433 Ganhou diversas batalhas antes de ser derrotado por Harjai, foi assassinado em 1433
4 Amadadim "Badlai" Sadadim 1433 - 1445 Filho de Sadadim Amade, conhecido pelos abissínios como "Arué Badlai" ("Badlai, o Monstro").
5 Maomé Amadadim 1445 - 1472 Filho de Amadadim "Badlai" Sadadim
6 Xameçadim Maomé 1472 - 1488 Filho de Maomé Amadadim, foi atacado pelo imperador Esquender da Abissínia em 1479, que saqueou Dacar e destruiu grande parte da cidade.
7 Maomé Azaradim 1488 - 1518 Bisneto de Sadadim Amade de Ifate.
8 Maomé Abubacar Mafuz 1518 - 1519 Tomou o trono, o que provocou um conflito entre Caranle e Ualasma
9 Abubacar Maomé 1518 - 1526 Matou Garade Abum e restaurou a dinastia Ualasma.
10 Garade Abum Adadexe 1519 - 1525 Sucessor de Maomé Abubacar Mafuz.
11 Omardim Maomé 1526 - 1553 Filho de Maomé ibne Azaradim.
12 Ali Omardim 1553 - 1555 Filho de Omardim Maomé
13 Baracate Omardim 1555 - 1559 Filho de Omardim Maomé, último dos sultões Ualasma. Foi morto defendendo Harar do imperador Cláudio.

Etnia

Os governantes do Sultanato anterior do Xoa e a princesa Ualasma de Ifate e Adal possuíam todas as tradições genealógicas árabes.

Durante os primórdios de Adal, quando a capital ainda era Zeilá, o reino era basicamente composto por Somalis, Afares e Árabes.

Referências

  1. a b c d e f g Lewis, I. M. (1999). A Pastoral Democracy: A Study of Pastoralism and Politics Among the Northern Somali of the Horn of Africa. : James Currey Publishers. 17 páginas. ISBN 0852552807 
  2. elrik, Haggai (2007). «The Cambridge History of Africa: From c. 1050 to c. 1600». USA: Lynne Rienner. Basic Reference. 28. 36 páginas. doi:10.1017/S0020743800063145. Consultado em 27 de abril de 2012 
  3. a b Houtsma, M. Th (1987). E.J. Brill's First Encyclopaedia of Islam, 1913-1936. : BRILL. pp. 125–126. ISBN 9004082654 
  4. mbali, mbali (2010). «Somaliland». London, UK: mbali. Basic Reference. 28: 217–229. doi:10.1017/S0020743800063145. Consultado em 27 de abril de 2012. Arquivado do original em 23 de abril de 2012 
  5. Briggs, Philip (2012). Bradt Somaliland: With Addis Ababa & Eastern Ethiopia. : Bradt Travel Guides. 10 páginas. ISBN 1841623717 
  6. zum, zum (2005). «History of Adal». New York, USA: WHKMLA. Basic Reference. 28: 217–229. doi:10.1017/S0020743800063145. Consultado em 27 de abril de 2012 
  7. zum, zum (2007). «Event Documentation». USA: AGCEEP. Basic Reference. 28: 217–229. doi:10.1017/S0020743800063145. Consultado em 27 de abril de 2012. Arquivado do original em 13 de setembro de 2011 
  8. Trimingham, John (2007). «Islam in Ethiopia». UK: Oxford University Press. Basic Reference. 28. 167 páginas. Consultado em 27 de abril de 2012 
  9. fage, J.D (2007). «The Cambridge History of Africa: From c. 1050 to c. 1600». USA: Cambridge University Press. Basic Reference. 28. 167 páginas. doi:10.1017/S0020743800063145. Consultado em 27 de abril de 2012 
  10. Jeremy Black, Cambridge Illustrated Atlas, Warfare: Renaissance to Revolution, 1492-1792, (Cambridge University Press: 1996), p.9.
  11. M. Elfasi, Ivan Hrbek (1988). Africa from the Seventh to the Eleventh Century, General History of Africa, Volume 3. : UNESCO. pp. 580–582. ISBN 9231017098 
  12. David Hamilton Shinn, Thomas P. Ofcansky (2004). Historical Dictionary of Ethiopia. : Scarecrow Press. 5 páginas. ISBN 0810849100