Unificação da Bulgária

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Um mapa do Principado da Bulgária e Rumélia Oriental antes da unificação.
Fronteiras da Bulgária de acordo com o Tratado de San Stefano de 3 de março de 1878 e do subsequente Tratado de Berlim.
Bulgária Unida — uma litografia por N. Pavlovich (1835-1894)

A Unificação da Bulgária (em búlgaro: Съединение на България, Saedinenie na Balgariya) foi o ato de unificação do Principado da Bulgária e da então Província Otomana da Rumélia Oriental no outono de 1885. Foi coordenada pelo Comitê Central Revolucionário Búlgaro Secreto (BSCRC). A unificação foi realizada após as revoltas nas cidades da Rumélia Oriental, seguida por um golpe de Estado em 18 de setembro de 1885 apoiado pelo Knyaz búlgaro Alexandre I. O BSCRC, formado por Zahari Stoyanov, começou a popularizar ativamente a ideia da unificação, por meio da imprensa e manifestações públicas na primavera de 1885.

Antecedentes

A 10ª Guerra Russo-Turca (1877-1878) terminou com a assinatura do preliminar Tratado de San Stefano, que reduziu os vastos territórios do Império Otomano. A Bulgária foi ressuscitada depois de 482 anos de domínio estrangeiro, ainda que como um principado sob a suserania otomana.

Os diplomatas russos sabiam que a Bulgária não iria permanecer dentro dessas fronteiras por muito tempo - a paz de San Stefano foi chamada de "preliminar" pelos próprios russos. O Congresso de Berlim, iniciado em 13 de junho de 1878, terminou em 13 de julho de 1878 com o Tratado de Berlim, que criou um estado vassalo búlgaro nos territórios entre os Bálcãs e o Danúbio. As áreas entre as montanhas balcânicas e as montanhas de Rila e Ródope tornaram-se uma província autônoma do Império Otomano chamada de Rumélia Oriental. A separação do sul da Bulgária em uma região administrativa diferente era uma garantia contra os receios expressos pela Grã-Bretanha e pela Áustria-Hungria de que a Bulgária poderia ter acesso ao Mar Egeu, o que logicamente significava que a Rússia estava ficando mais próxima do Mar Mediterrâneo.

A terceira grande parte da Bulgária do San Stefano - a Macedônia - não conseguiu ainda este ligeiro sabor da liberdade, pois permaneceu nas fronteiras otomanas como estava antes da guerra.

Organização

Nessas condições, era natural que os búlgaros da Bulgária, Rumélia Oriental e Macedônia se empenhassem pela unidade. Foi feita a primeira tentativa em 1880. O novo primeiro-ministro britânico, William Ewart Gladstone (que apoiou fortemente a causa da Bulgária no passado) fez os políticos búlgaros esperarem que a política britânica sobre a Questão Oriental fosse mudar, e que iria apoiar e via com bons olhos uma eventual união. Infelizmente, a mudança de governo não trouxe uma mudança de interesses da Grã-Bretanha. Em segundo lugar, havia um possível conflito crescente entre o Império Otomano, de um lado, e Grécia e Montenegro, do outro.

Os militantes da união com a Rumélia Oriental enviaram Stefan Panaretov, professor do Robert College, para consultar a opinião britânica sobre a planejada unificação. O governo de Gladstone, porém, não aceitou esses planos. O desacordo veio também da Rússia imperial, que estava seguindo estritamente as decisões tomadas durante o Congresso de Berlim. Enquanto isso, as tensões entre a Grécia e o Império Otomano se estabeleceram, o que finalmente levou a primeira tentativa de unificação a um fracasso.

Até meados de 1885, a maioria dos unionistas ativos na Rumélia Oriental compartilhavam a visão de que a preparação de uma revolução na Macedônia deveria ser adiada e todos os esforços deveriam ser concentrados na unificação da Bulgária e da Rumelia Oriental. O Knyaz búlgaro Alexandre I também foi atraído para esta causa. Suas relações com a Rússia pioraram a tal ponto que o imperador russo e os círculos pró-russos na Bulgária apelavam abertamente para a abdicação de Alexandre. O jovem knyaz percebeu que seu apoio para a unificação seria a sua única chance de sobrevivência política.

Ato de unificação

A unificação foi inicialmente prevista para meados de setembro, quando a milícia rumeliana seria mobilizada para a execução de manobras. O plano solicitava para a unificação ser anunciada em 27 de setembro de 1885, mas em 14 de setembro de 1885 um motim teve início em Panagjurište (na então Rumélia Oriental), que foi controlado no mesmo dia pela polícia. A manifestação exigia a unificação com a Bulgária. Pouco depois, este exemplo foi seguido no vilarejo de Goliamo Konare. Um esquadrão armado foi formado lá, sob a liderança de Prodan Tishkov (mais conhecido como Chardafon) - líder local do BSCRC. Os representantes do BSCRC foram enviados para as diferentes cidades da província, onde tiveram que reunir grupos de rebeldes e enviá-los para Plovdiv, a capital da Rumélia Oriental, onde estariam sob o comando do Major Danail Nikolaev.

Telegrama do governo provisório em Plovdiv para o Knyaz Alexandre I proclamando a Unificação da Bulgária.

Enquanto isso, manobras militares estavam sendo realizadas nos arredores de Plovdiv. O Major Danail Nikolaev, que estava no comando das manobras, tinha conhecimento e apoiou os unionistas. Em 18 de setembro de 1885, a milícia rumeliana (forças armadas da Rumélia Oriental) e grupos armados unionistas entraram em Plovdiv e tomaram a residência do governador. O governador era Gavril Krastevich, um patriota búlgaro que, naturalmente, não resistiu aos unionistas.

Um governo provisório foi formado imediatamente, com Georgi Stranski em sua liderança. O Major Danail Nikolaev foi nomeado comandante das forças armadas. Com a ajuda de oficiais russos, ele criou um plano estratégico para defesa contra a esperada intervenção otomana. A mobilização foi declarada na Rumélia Oriental.

Assim que assumiu o poder em 14 de setembro de 1885, o governo provisório enviou um telegrama, pedindo que o Knyaz que aceitasse a unificação. Em 20 de setembro de 1885, Alexandre I respondeu com um manifesto especial. No dia seguinte, acompanhado pelo primeiro-ministro Petko Karavelov e pelo chefe do Parlamento Stefan Stambolov, o Knyaz Alexandre I entrou na capital da antiga Rumélia Oriental. Este gesto confirmou a ação dos unionistas como um fato consumado. Mas as dificuldades de defesa diplomática e militar da União estavam por vir.

Resposta internacional à unificação

Nos anos após a assinatura do Tratado de Berlim, o governo de São Petersburgo havia muitas vezes expresso sua opinião de que a criação da Rumélia Oriental fora da Bulgária era uma divisão natural e seria de curta duração. A Rússia sabia que a unificação iria, sem dúvida, ocorrer logo e tomou medidas importantes para a sua preparação. Primeiramente, a Rússia exerceu uma pressão diplomática bem sucedida sobre o Império Otomano restringindo-o a enviar forças para Rumélia Oriental. Além disso, em 1881, em um protocolo especial, criado após a recriação da Liga dos Três Imperadores, observou-se que a Áustria-Hungria e a Alemanha iriam mostrar apoio a um possível ato de união dos búlgaros.

Rússia

Desafiando a maioria das expectativas, a Rússia não apoiou o ato de 6 de setembro, devido ao seu conflito aberto com o Knyaz Alexandre I. A Rússia queria preservar sua influência nos assuntos búlgaros e temia perdê-la com o novo estado crescendo mais forte com Alexandre I em sua liderança. Como resultado, a Rússia ordenou que todos seus oficiais deixassem a Bulgária e sugeriu que uma conferência oficial fosse realizada em Constantinopla, onde a violação do status quo de Berlim deveria ser sancionada.

Reino Unido

Os círculos governamentais em Londres inicialmente acreditaram que um poderoso apoio de São Petersburgo viria após o ousado ato búlgaro. Logo perceberam a realidade da situação e depois que a posição oficial da Rússia foi anunciada, a Grã-Bretanha deu o seu apoio à causa búlgara, mas não até que as negociações búlgaro-otomanas começassem.

Áustria-Hungria

A posição da Áustria-Hungria foi determinada por sua política em relação a Sérvia. Em um tratado secreto de 1881, a Áustria-Hungria aceitou o "direito" da Sérvia de expandir em direção da Macedônia. O objetivo da Áustria-Hungria era ganhar influência na Sérvia, enquanto que, ao mesmo tempo, direcionava os apetites territoriais dos sérvios para o sul ao invés do norte e noroeste. Além disso, a Áustria-Hungria sempre se opôs à criação de um grande estado eslavo na região dos Bálcãs, do tipo que seria a Bulgária unificada.

França e Alemanha

Apoiaram a proposta russa de uma conferência internacional na capital otomana.

Império Otomano

Após a unificação ser uma realidade, levou três dias para Constantinopla se tornar consciente do que tinha realmente acontecido. Um novo problema surgiu depois: de acordo com o Tratado de de Berlim, o sultão só seria autorizado a enviar tropas na Rumélia Oriental, a pedido do governador da Rumélia. Gavril Krastevich, o governador na época, não fez tal solicitação. Ao mesmo tempo, o Império Otomano foi aconselhado em tom áspero, tanto por Londres como por São Petersburgo, a não tomar quaisquer ações e, em vez disso, esperar a decisão da conferência internacional.

Sérvia e Grécia

A união da Bulgária e da Rumélia Oriental fez da Bulgária de facto o maior estado nos Bálcãs, um fato que, nesse momento, uma série de países vizinhos não poderiam aceitar.

Atenas imediatamente pediu compensações territoriais e até ameaçou que iria iniciar ações militares. Houve manifestações civis em toda a Grécia o que levou o governo a declarar guerra à Bulgária. A intervenção por parte do governo britânico ajudou a acalmar essa agitação.

A posição da Sérvia foi semelhante à da Grécia. Os sérvios pediram compensações territoriais consideráveis ​​ao longo de toda a fronteira ocidental com a Bulgária, o que foi rejeitado pela Bulgária. Porém, a garantia do apoio da Áustria-Hungria, fez o Rei Milan I declarar guerra à Bulgária em 14 de novembro de 1885, onde os sérvios sofreram derrota.

Ver também

Referências

  1. a b c d Chisholm, Hugh, ed. (1911). «Bulgaria/History». Encyclopædia Britannica (em inglês) 11.ª ed. Encyclopædia Britannica, Inc. (atualmente em domínio público) 
  2. Anderson, Frank Marby; Amos Shartle Hershey (1918). «The Bulgarian Revolution of 1885». Handbook for the Diplomatic History of Europe, Asia, and Africa 1870-1914. Washington, DC: National Board for Historical Service, Government Printing Office. pp. 119–122 
  3. a b c d e f g «HISTORY OF BULGARIA». Embassy of the Republic of Bulgaria. Arquivado do original em 11 de outubro de 2010 
  4. Miller, William (1896). «The Union Under Prince Alexander». The Balkans: Rumania, Bulgaria, Servia, Montenegro (Story of the Nations). New York: G. P. Putnam's Sons. 223 páginas 
  5. Monroe, Will. S. (1914). Bulgaria and Her People, with an Account of the Balkan Wars, Macedonia, Macedonian Bulgars. Boston: The Page Company. 55 páginas. Consultado em 2 de fevereiro de 2013 

Fontes

  • Jono Mitev — "The Unification" / Йоно Митев — "Съединението", Военно издателство