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Provo foi um movimento neerlandês de contracultura criado em meados da década de 1960. Tinha como foco provocar reações violentas das autoridades utilizando-se de “iscas” não violentas. Foi precedido pelo movimento Nozem e seguido pelo movimento Hippie. Ao contrário dos outros dois movimentos, Provo foi de fato fundado, em 25 de Maio de 1965, por Robert-Jasper Grootveld, um ativista antifumo, e Roel Van Duyn e Rob Stolk, ambos anarquistas. O Provo foi oficialmente extinto em 13 de maio de 1967.
Acredita-se que os Provos tenham surgido do crescimento das ações antifumo do artista Robert-Jasper Grootveld em Junho de 1964. No ano seguinte, outros grupos surgiram como uma fusão de pequenos grupos de jovens em volta do movimento pacifista Ban-the-bomb. Roel van Duyn é considerado ter sido o teórico do grupo, influenciado pelo anarquismo, Dadaísmo, Herbert Marcuse e Marquês de Sade.
Os Provos emprestaram seu nome de Wouter Buikhuisen, quem, em um artigo de doutorado de 1965, disserta sobre “jovens encrenqueiros”, intitulando-os “provos”.
Bernhard de Vries afirma que os Provos são compostos por quatro grupos de indivíduos:
O livro de Harry Mulisch de 1966, Bericht aan de rattenkoning (“Mensagem ao Rato Rei”) reflete sobre os tumultos, seguindo a cobertura do diário De Telegraaf sobre a morte de um trabalhador em um protesto:
Em 12 de Julho de 1965 a primeira revista Provo foi publicada. Ela continha o “Manifesto Provo”, escrito por Roel van Duyn, e re-impressões de receitas de bombas de um panfleto anarquista do século XIX. A revista eventualmente foi confiscada.
Em sua edição #12, a revista Provo é descrita como:
Os Provos ganharam proeminência através dos protestos no casamento real da Princesa Beatrix da Holanda e Claus Von Amsberg. A Família Real Holandesa era impopular na época, e Claus Von Amsberg era tido como inaceitável por muitos cidadãos holandeses por sua contribuição à Juventude Hitlerista durante a Segunda Guerra Mundial. O noivado foi anunciado em Junho, e em Julho os Provos atiraram panfletos antimonarquistas de uma ponte sobre o barco em que os noivos desfilavam.
Durante os preparativos do casamento, Provo forjou um falso discurso no qual a Rainha Juliana declara que se tornaria anarquista e estava a negociar uma transição de poder com o Provo. O Plano Branco de Rumor foi posto em prática, no qual vários rumores foram disseminados por Amsterdã, incluindo um que dizia que os Provos estavam se preparando para jogar LSD no sistema de distribuição de água da cidade. Tais rumores fizeram com que as autoridades requisitassem uma tropa de 25.000 militares para auxiliar a guarda ao longo da rota da parada.
Vestidos como cidadãos comuns, os Provos conseguiram passar com açúcar e bombas de fumaça pela polícia. As primeiras bombas explodiram bem atrás do palácio assim que o desfile começou. Incapaz de identificar os Provos, a polícia reage exageradamente e o casamento se transforma em um grande desastre de relações públicas. Na semana seguinte ao casamento, a polícia ataca e agride curadores de uma exposição de fotografias documentando a violência policial no casamento real. A seguir, vários escritórios e intelectuais clamam por uma investigação independente acerca do comportamento policial.
Os Provos pensam em provocar a polícia através de métodos não-violentos desejando, dessa forma, enfraquecer a integridade das autoridades. Liderados por Grootveld, os Provos iniciam uma campanha de desinformação para expor a completa ignorância dos estabelecimentos acerca do assunto cannabis. Os Provos saem e se deixam ser “enquadrados” por estarem consumindo, na verdade, chá, ervas, feno, entre outros, ao invés de maconha. Os próprios Provos costumavam chamar a polícia.
“Um dia um grupo inteiro nosso foi de ônibus para a Bélgica,” diz Grootveld. “Obviamente, eu havia informado meu amigo Houweling que alguns elementos poderiam levar alguma maconha. Na fronteira, os policiais e a Alfândega estavam esperando por nós. Seguidos pela imprensa, nós fomos levados para uma busca mais minuciosa. Pobres policiais... tudo que eles puderam encontrar foram comida para cachorro e algumas ervas legalizadas. ‘Maconha é comida de cachorro’, os jornais ironizaram no dia seguinte. Depois disso, os policiais decidiram evitar nos assediar no futuro, com medo de mais gafes.”
Grootveld e o artista Fred Wessels também abriram o “Afrikaanse Druk Stoor”, onde eles vendiam tanto verdadeira como falsa maconha.
A ala política dos Provos ganhou um lugar na câmara municipal de Amsterdã, e desenvolveram os “Planos Brancos”. O mais famoso deles chama-se “Plano da Bicicleta Branca”, que tinha como meta a melhoria no problema dos transportes de Amsterdã. Genericamente, os planos procuravam abordar problemas sociais e melhorar a qualidade de vida em Amsterdã.
Lista dos Planos Brancos:
As tensões com a polícia tiveram seu auge em Junho de 1966, quando o operário Jan Weggelaar foi morto durante manifestações. O diário De Telegraaf noticiou que ele tivesse sido morto por um colega de trabalho e a autópsia oficial apontou ataque cardíaco, mas era amplamente disseminada a ideia de que ele tivesse sido assassinado pela polícia. Foi então declarada uma greve pelos operários de construção, e grandes números de trabalhadores e de simpatizantes, incluindo os Provos, saíram às ruas de Amsterdã em marcha. Manifestantes lutaram contra a polícia nas ruas e atacaram os escritórios e veículos do diário De Telegraaf.
Simultaneamente, os Provos participavam dos protestos esquerdistas estudantis contra a Guerra do Vietnã. As manifestações foram banidas, resultando na sua ampliação e no crescimento de sua popularidade. A polícia respondeu com a ampliação de sua força e, por volta de 1966, centenas de prisões eram realizadas a toda semana. A brutalidade da polícia acaba levando ao crescimento da simpatia pelo Provos e por seus manifestantes antiguerra ao longo da opinião pública. Uma investigação oficial sobre a crise foi aberta.
Estes eventos ocasionaram a dispensa do chefe de polícia de Amsterdã, H. J. van der Molen em 1966, e à renúncia do prefeito Gijsbert van Hall em 1967. Após o desligamento de van Hall, Grootveld e Rob Stolk (responsável pelas impressões da revista Provo) decidem extinguir Provo. Stolk disse: “O Provo deve desaparecer pois todos os grandes homens que nos tornaram grandes se foram” - uma referência aos dois arqui-inimigos dos Provo, van Hall e van der Molen.
Alguns membros do Provo continuaram no grupo Kabouters, fundado por Roel van Duyn, e ex-Provos também ressurgiram no holandês GreenLeft, um partido político ambiental.