Relações entre Arábia Saudita e Estados Unidos

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Relações entre Arábia Saudita e Estados Unidos
Bandeira da Arábia Saudita   Bandeira dos Estados Unidos
Mapa indicando localização da Arábia Saudita e dos Estados Unidos.
Mapa indicando localização da Arábia Saudita e dos Estados Unidos.

As relações entre Arábia Saudita e Estados Unidos são as relações diplomáticas estabelecidas entre o Reino da Arábia Saudita e os Estados Unidos da América. Os Estados Unidos reconheceram a Arábia Saudita em 1933. Os laços entre os países foram delicadamente construídos devido às divergências culturais e políticas, mas atualmente ambos possuem tratados de cooperação mútua na área de educação e tecnologia militar.

Inserida no Oriente Médio, uma região extremamente instável, a Arábia Saudita prossegue, no século XXI, como único suporte aos Estados Unidos e à "Guerra ao Terror"; fator que têm gerado algumas tensões com os países vizinhos (principalmente com o Irão, maior opositor da intervenção norte-americana na região).

Ambos os países compartilham a qualidade de membros em diversas organizações internacionais, tais como: Organização das Nações Unidas, Organização Mundial do Comércio e Grupo dos 20.

Comparação entre os dois países

Arábia Saudita Reino da Arábia Saudita Estados Unidos Estados Unidos da América
População 33 700 000 habitantes 312 488 000 habitantes
Área 2 149 690 km² 9 850 476 km²
Capital Riade Washington, D.C.
Maior(es) cidade(s) Riade
5 328 228 habitantes
Nova Iorque
8 363 710 habitantes
Tipo de Estado Monarquia absoluta unitária islâmica República constitucional federal presidencialista
Idioma oficial Árabe Inglês (de facto)
Religiões principais Sunismo (85-90%), Xiismo (10-15%) Cristianismo (75%), Sem religião (20%), Judaísmo (2%), Budismo (1%), Islamismo (1%)
PIB nominal (milhões) US$ 577 595 (20º) US$ 15 094 025 ()

História

Antecedentes

Dammam No. 7, o primeiro poço de petróleo comercial na Arábia Saudita, inaugurado em 4 de março de 1938.

O rei Abdalazize ibne Saúde, o fundador da moderna Arábia Saudita, desenvolveu laços estreitos com os Estados Unidos. Após unificar seu país em 1928, Ibne Saúde começou a ganhar reconhecimento internacional. A Grã-Bretanha foi o primeiro país estrangeiro a reconhecer a Arábia Saudita como um Estado independente e os britânicos forneceram proteção aos territórios sauditas dos turcos por muitos anos. Em maio de 1931, os Estados Unidos reconheceram oficialmente a Arábia Saudita, estendendo o reconhecimento diplomático total. Ao mesmo tempo, Ibne Saúde concedeu uma valiosa concessão à empresa norte-americana Standard Oil of California que permitia-lhes explorar petróleo em al-Hasa, província oriental do país.

Em novembro de 1931, um tratado foi assinado por ambas as nações que incluía o status de nação favorecida. A relação ainda era fraca, no entanto, já que os Estados Unidos não tinham interesse em estabelecer missões diplomáticas na Arábia Saudita: na época, as questões sobre o governo saudita eram tratadas pela representação norte-americana no Cairo, Egito. Somente em 1943, os Estados Unidos enviaram um embaixador permanente para a Arábia Saudita.

A relação entre a Arábia Saudita e os Estados Unidos foi fortalecida economicamente em 1933, quando a Standard Oil recebeu uma concessão para explorar as terras da Arábia Saudita com alto potencial petrolífero. A subsidiária desta empresa, considerada como California Arabian Standard Oil Company, mais tarde rebatizada de Saudi Aramco, obteve seu primeiro sucesso em 1938, encontrando petróleo pela primeira vez na região. A relação entre as duas nações se fortaleceu ao longo da década seguinte, estabelecendo uma relação diplomática plena por meio da aceitação simbólica de um enviado americano na Arábia Saudita.

Segunda Guerra Mundial

Ibn Saud recebe Franklin D. Roosevelt a bordo do USS Quincy após a Conferência de Yalta, em 1945.

À medida que a relação americano-saudita crescia lentamente, a primeirsa fase da Segunda Guerra Mundial tomava forma. A Arábia Saudita optou por uma postura neutra durante todo o conflito enquanto os Estados Unidos estiveram profundamente envolvidos como principal liderança da frente dos Aliados. Essa negligência nas relações bilaterais com os sauditos deixou a Arábia Saudita vulnerável a ataques. A Itália, uma das Potências do Eixo, bombardeou uma instalação de petróleo da CASOC em Darã, prejudicando a produção de petróleo da Arábia Saudita. Este ataque fez com que Ibn Saud buscasse um acordo externo que protegesse o país, temendo novos ataques que provavelmente interromperiam a produção de petróleo do país e o fluxo de peregrinos que chegam a Meca para realizar o Hajj.

A CASOC descobriu petróleo nas proximidades de Darã, mas a produção nos anos seguintes permaneceu baixa – apenas cerca de 42,5 milhões de barris entre 1941 e 1945; menos de 1% da produção petrolífera dos Estados Unidos no mesmo período. A CASOC foi posteriormente renomeada para Arabian-American Oil Company (Aramco).

No entanto, à medida que a Segunda Guerra Mundial avançava, os Estados Unidos começaram a acreditar que o petróleo saudita era de importância estratégica. Como resultado, no interesse da segurança nacional, o governo estadunidense passou a pressionar por maior controle sobre a concessão da CASOC. Em 16 de fevereiro de 1943, o então presidente Franklin D. Roosevelt declarou que "a defesa da Arábia Saudita seria vital para a defesa dos Estados Unidos", possibilitando a extensão do programa Lend-Lease ao Oriente Médio. Mais tarde naquele ano, o presidente aprovou a criação da estatal Petroleum Reserves Corporation, com a intenção de comprar todas as ações da CASOC e assim obter o controle das reservas de petróleo sauditas na região. No entanto, o plano foi recebido com oposição e acabou falhando. Roosevelt continuou a sondar o governo saudita e, em 14 de fevereiro de 1945, recebeu o rei Ibn Saud a bordo do navio USS Quincy para discutir temas como a relação de defesa dos países e a criação de um Estado judeu no Mandato da Palestina. A CASOC foi então transformada em Companhia Árabe-Americana de Petróleo e uma série de pactos de colaboração foram firmados entre os dois países. Na década de 1970, porém, a Companhia petrolífera seria nacionalizada pelo rei Ibn Saud.

Ibn Saud permitiu que a Força Aérea dos Estados Unidos sobrevoasse e construísse bases aéreas em todo o território da Arábia Saudita. As instalações petrolíferas foram reconstruídas e as rotas dos peregrinos foram protegidas pelos norte-americanos. Paralelamente, os Estados Unidos abriram uma rota direta de importância vital para aeronaves militares em direção ao Irã e à União Soviética. O primeiro consulado americano foi aberto em Darã em 1944.

Guerra Fria

O Príncipe Abdallah e o presidente George W. Bush em 2005.

Em 1951, como parte da ideologia de combate ao Comunismo, os Estados Unidos estabeleceram uma Missão militar permanente no território saudita, oferecendo treinamento e apoio logístico às forças armadas do país. Através do Corpo de Engenheiros do Exército dos Estados Unidos, diversas bases militares foram construídas. Neste período têm início o que muitos países vizinhos consideram como a utilização da Arábia Saudita como "fachada" para o intervencionismo norte-americano.

Presidente Obama e o rei Salman se reunindo.

Durante as décadas de 1980 e 1990, os Estados Unidos mantiveram suas bases militares com o consentimento do governo saudita. Os reis sauditas desde então (respectivamente, Fahd, Saud, Faisal e Abdallah) cooperaram abertamente com a política militar norte-americana.

Século XXI

Presidente Donald Trump se encontra com o príncipe Mohammad bin Salman

Em 2001, os Atentados de 11 de Setembro puseram um termo às boas relações entre os países, tendo o presidente George W. Bush declarado suspeita de que a Arábia Saudita estivesse encobrindo e financiando a Al-Qaeda, o grupo terrorista responsável pelo ataque. O fato de que a família bin Laden, líder da Al-Qaeda, seja a segunda família mais poderosa do país elevou a desconfiança do governo norte-americano. Contudo, o atual rei saudita Abdallah reconheceu o Talibã e outras facções do Oriente Médio como grupos terroristas, e passou a colaborar com a Guerra ao Terror.

Ver também

Referências

Ligações externas