No mundo de hoje, Revolução Haitiana é um tema que interessa e preocupa um número cada vez maior de pessoas. Seja pelo seu impacto na sociedade, pela sua relevância histórica ou pela sua influência a nível pessoal, Revolução Haitiana tornou-se um ponto central de interesse no discurso contemporâneo. Com um alcance que vai da política à cultura pop, Revolução Haitiana tornou-se um tema de debate e reflexão em todas as esferas da vida. Neste artigo, exploraremos as diversas facetas de Revolução Haitiana, analisando seu impacto e relevância hoje.
Revolução Haitiana | |||
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Revoluções do Atlântico | |||
Batalha em São Domingos, pintado por January Suchodolski representando uma luta entre as tropas polonesas ao serviço francês e os rebeldes do Haiti | |||
Data | 22 de agosto de 1791 - 1 de janeiro de 1804 (12 anos, 4 meses, 1 semana e 4 dias) | ||
Local | São Domingos | ||
Desfecho | Vitória Haitiana
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Mudanças territoriais | Independência do Haiti estabelecida | ||
Beligerantes | |||
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Comandantes | |||
Forças | |||
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Baixas | |||
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A Revolução Haitiana (francês: révolution haïtienne; crioulo haitiano: revolisyon ayisyen) foi uma insurreição bem-sucedida de escravos auto-libertados contra o domínio colonial francês em São Domingos, agora o estado soberano do Haiti. A revolta começou em 22 de agosto de 1791, e terminou em 1804 com a independência da ex-colônia. Envolveu participantes negros, mestiços, franceses, espanhóis, britânicos e poloneses - com o ex-escravo Toussaint Louverture emergindo como o herói mais carismático do Haiti. Louverture teve um papel de grande importância na Revolução Haitiana, uma vez que foi o responsável por liderar e por mobilizar a grande revolta negra em prol da necessidade de instaurar a liberdade e a igualdade em São Domingos. A revolução foi a única revolta de escravos que levou à fundação de um estado que estava livre da escravidão (embora não do trabalho forçado) e governado por não-brancos e ex-cativos. É agora é visto como um momento decisivo na história do Novo Mundo.
Os efeitos da revolução sobre a instituição da escravidão foram sentidos em todas as Américas. O fim do domínio francês e a abolição da escravidão na ex-colônia foram seguidos por uma defesa bem-sucedida das liberdades conquistadas pelos ex-escravos e, com a colaboração de pessoas de cor já livres, sua independência dos europeus brancos. A revolução representou a maior revolta de escravos desde a revolta mal sucedida de Espártaco contra a República Romana quase 1 900 anos antes, e desafiou crenças europeias de longa data sobre a suposta inferioridade negra e sobre a capacidade dos escravos de alcançar e manter sua própria liberdade. A capacidade organizacional e a tenacidade dos rebeldes sob pressão inspiraram histórias que chocaram e assustaram os proprietários de escravos no hemisfério.
Desde a chegada dos primeiros escravizados ao ano da Revolução Haitiana, aqueles que acompanhavam, no Ocidente, as revoltas feitas pelos escravizados tratavam essas rebeliões de modo ambíguo: ao mesmo tempo que esses observadores não admitiam essas revoltas - caso contrário, seria conferida "humanidade" aos escravizados, conforme ontologia vigente -, eles também precisavam tomar ações diante dessas rebeliões, a fim de contê-las. Assim, na medida em que a existência dessas revoltas não era confessada, atitudes para suprimi-las também eram engendradas. Desse modo, aqueles que viviam no cotidiano a realidade das experiências escravistas, como os fazendeiros, deixaram diversos registros nos quais eles expõem suas opiniões ambíguas a respeito das revoltas escravas. Todavia esses escravocratas também se utilizavam de crenças fortemente enraizadas sobre as pessoas pretas escravizadas com o objetivo de diminuir e de não admitir a força da agência desses indivíduos.
Os acontecimentos revolucionários em São Domingos geraram impactos gigantescos na Europa, mas em especial, na França. A própria França dispunha de uma forte dependência em relação à ilha de São Domingos, uma vez que a ilha lhe proporcionava um vantajoso retorno econômico por meio da intensa produção de açúcar, de café e do tráfico de escravizados negros.
Apesar de todas essas relações e conexões entre França e São Domingos, grande parte da historiografia tradicional trata a Revolução Haitiana como um movimento completamente avulso e desagregado do contexto da Revolução Francesa. Com a vitória de São Domingos, a França perdeu uma de suas colônias mais importantes e lucrativas, bem como, durante as batalhas travadas, contou com a perda de muitos soldados franceses. Assim, a Revolução Haitiana foi um acontecimento de grande importância no cenário da Revolução Francesa: ambos os acontecimentos estiveram, de certa forma, intrincados.