Neste artigo, vamos mergulhar no emocionante mundo de Rust (linguagem de programação). Conheceremos sua história, suas aplicações e sua relevância na sociedade contemporânea. Rust (linguagem de programação) tem sido alvo de debate e estudo ao longo dos anos, sendo importante compreender o seu impacto em diferentes áreas, desde a tecnologia à cultura. Através deste artigo, exploraremos os vários aspectos de Rust (linguagem de programação) e desvendaremos suas complexidades para fornecer uma visão completa e perspicaz deste tópico fascinante.
Rust | |
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Paradigma | Multiparadigma: |
Surgido em | 2010 (13–14 anos) |
Última versão | 1.77.2 (9 de abril de 2024) |
Versão em teste | 1.78.0 (21 de março de 2024 | )
Criado por | Graydon Hoare |
Estilo de tipagem |
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Principais implementações | |
Influenciada por | |
Influenciou | |
Plataforma |
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Sistema operacional |
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Licença: | MIT ou Apache 2.0 |
Extensão do arquivo: |
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Página oficial | www |
Rust é uma linguagem de programação multiparadigma compilada desenvolvida pela Mozilla. É projetada para ser "segura, concorrente e prática", mas diferente de outras linguagens seguras, Rust não usa coletor de lixo. Possui suporte nativo ao WebAssembly.
A linguagem apareceu como um projeto pessoal de Graydon Hoare, empregado da Mozilla. A organização começou a apoiar o projeto em 2009 e anunciou-o em 2010. No mesmo ano, os esforços mudaram do compilador original (escrito em OCaml) para um auto-hospedado feito em Rust. Conhecido por rustc, conseguiu compilar-se pela primeira vez em 2011 e utiliza o LLVM como back-end. Foi lançada pela primeira vez uma versão numerada pré-alfa em 2012. Rust 1.0, a primeira versão estável, foi lançada em 15 de maio de 2015.
Foi considerada pelo público a linguagem "mais amada" por seis anos consecutivos, de acordo com pesquisas conduzidas pelo site Stack Overflow de 2016 a 2023, e está entre as 25 linguagens mais populares, de acordo com pesquisas conduzidas pela RedMonk desde 2018.
Rust se baseia nos seguintes princípios: segurança sem coletor de lixo, concorrência sem disputa de dados e abstração sem overhead. Estes princípios fazem com que Rust seja rápida para ser usada em aplicações de baixo nível como o motor de renderização Servo e também prática para projetos de alto nível.
Em Rust não existem ponteiros nulos ou ponteiros soltos, impossibilitando falhas de segmentação. Rust gerencia memória e recursos automaticamente, sem necessitar de um coletor de lixo. A linguagem impede condição de corridas entre threads pois não é possível que duas threads possam modificar um mesmo valor ao mesmo tempo. Para que uma referência possa ser compartilhada entre várias threads, ela deve ser somente leitura. Existem diversas técnicas seguras de comunicação entre threads.
O princípio de abstração sem overhead vem do C++. Nas palavras de Bjarne Stroustrup: "Você não paga por aquilo que você não usa. E mais: aquilo que você usa, não conseguiria programar melhor à mão". Rust permite um alto grau de abstração através do sistema de traits, que são interfaces que podem ser implementadas separadamente da declaração de um tipo. Tipos genéricos são utilizados extensamente.
O projeto Rust usa o conceito de "canais de lançamento", semelhante ao Mozilla Firefox; são 3 canais: Nightly, Beta e Stable ("estável"). Diariamente é lançada uma nova versão Nightly, e a cada seis semanas a última versão desse canal é promovida para Beta, e só receberá atualizações para corrigir falhas sérias. Simultaneamente, a última versão Beta é promovida para Stable.
Eventualmente a sintaxe da linguagem evolui, e novas palavras-chave podem ser adicionadas. Para evitar a quebra de compatibilidade com códigos antigos, novas edições são lançadas, que projetos antigos podem ativar opcionalmente; a última edição foi a 2021. Também é possível usar palavras-chave como identificadores, usando a seguinte sintaxe:
// `match` é uma palavra-chave
fn r#match(needle: &str, haystack: &str) -> bool {
haystack.contains(needle)
}
Rust possui enumerações de tipagem forte, e suas variantes podem carregar valores diversos. Casamento de padrões é muito importante em Rust, pois as enumerações são a base do tratamento de erros. Exemplo de declaração de enumerações e o casamento de padrões:
enum Browser {
Chrome,
Firefox,
Safari,
Edge,
Ie(u8),
}
let browser = Browser::Ie(11);
match browser {
Browser::Chrome | Browser::Edge => println!("Chromium"),
Browser::Ie(version) => println!("Internet Explorer {version}"),
_ => println!("Outro navegador"),
}
O comando match
pode retornar valores e também pode ser usado com outros tipos. Exemplo:
let age = 27u8;
let category = match age {
// `0..=4` é um padrão inclusivo (inclui 0, 1, 2, 3 e 4)
0..=4 => "bebê",
5..=13 => "criança",
14..=17 => "adolescente",
18.. => "adulto",
};
println!("Com {age} ano(s) você é considerado {category}.");
Padrões irrefutáveis (que não podem falhar), como tuplas e estruturas, podem ser desconstruídos de forma mais simples. Exemplo:
fn print_addr(addr: (&str, &str)) {
let (protocol, domain) = addr; // Tupla desconstruída em duas variáveis
println!("Protocolo: {protocol:?}\nDomínio: {domain:?}");
}
// Forma alternativa: desconstrução de parâmetro
fn print_addr((protocol, domain): (&str, &str)) {
println!("Protocolo: {protocol:?}\nDomínio: {domain:?}");
}
Rust usa enumerações para representar a inexistência de um valor na forma de enum Option<T> { None, Some(T) }
. Exemplo:
let website = Some("https://www.wikipedia.org"); // `website: Option<&str>`
match website {
None => println!("website não especificado"),
Some(addr) => println!("website: {addr}"),
}
// Forma alternativa: if-let
if let Some(addr) = website {
// Pode usar `addr` apenas neste escopo
println!("website: {addr}");
}
// Forma alternativa: let-else
let Some(addr) = website else {
panic!("website não especificado");
// Um `return` ou `break` também é aceitável aqui
};
// Pode usar `addr` neste escopo...
Existem métodos na biblioteca padrão que simplificam esse tipo de tratamento. Alguns exemplos:
let url1 = None::<&str>; // `url1: Option<&str>`
let url2 = None::<String>;
// Fornece um valor reserva
let website = url1.unwrap_or("http://www.example.com");
// Fornece o valor padrão do tipo (string vazia)
let website = url1.unwrap_or_default();
// Constrói um valor reserva através de uma clausura
let domain = "www.example.com";
let website = url2.unwrap_or_else(|| format!("http://{domain}"));
// Aborta (pânico)
let website = url1.unwrap();
// Aborta com uma explicação
let website = url1.expect("endereço inexistente");
Semelhante ao operador ?.
em outras linguagens, também existem métodos que permitem trabalhar com o possível valor de forma segura. Alguns exemplos:
let website = Some("https://www.wikipedia.org");
// Transforma o valor, se houver algum
let len = website.map(|d| d.len()); // `len: Option<usize>`
// Trabalha com o valor, se houver algum. A clausura precisa retornar Option
let domain = website.and_then(|addr| addr.strip_prefix("https://")); // `domain: Option<&str>`
Rust não possui exceções como em C++. Ao invés disso, possui duas formas de representar erros; a primeira é a macro panic!
que indica defeitos de um programa, como divisões por zero, e causam o encerramento do programa. Exemplo:
for i in -5..5 {
println!("{}", 10 / i); // Pânico: divisão por zero
}
panic!("isto não deveria acontecer!"); // Alerta "pânico" manualmente
Em alguns casos óbvios de "pânico", como na divisão por zero, o compilador pode se recusar a compilar o código. Rust permite recuperar de alguns "pânicos" com a função especial std::panic::catch_unwind
, que não deve ser usada para emular o tratamento de exceções de C++.
A segunda forma é criando uma instância de enum Result<T, E> { Ok(T), Err(E) }
, que pode ser retornada para indicar se uma operação foi um sucesso ou não, como a leitura de um arquivo no disco. Exemplo de um erro personalizado:
use std::error::Error;
use std::fmt;
// Erros podem ser de qualquer tipo
#
#
enum ValueError {
Empty,
TooSmall,
TooLarge,
}
// Descrição do erro
impl fmt::Display for ValueError {
fn fmt(&self, f: &mut fmt::Formatter) -> fmt::Result {
use ValueError::*;
match self {
Empty => "vazio",
TooSmall => "número muito pequeno",
TooLarge => "número muito grande",
}
.fmt(f)
}
}
// Métodos para extrair backtraces, entre outras coisas
impl Error for ValueError {}
// Função que pode falhar
fn verify(value: Option<i64>) -> Result<i64, ValueError> {
let Some(n) = value else {
return Err(ValueError::Empty);
};
match n {
..=3 => Err(ValueError::TooSmall),
21.. => Err(ValueError::TooLarge),
_ => Ok(n),
}
}
E o tratamento do erro:
fn main() {
let x = Some(3);
let y = Some(4);
match verify(x) {
Ok(n) => println!("Número: {n}"),
Err(err) => eprintln!("Erro: {err}"),
}
match verify(y) {
Ok(n) => println!("Número: {n}"),
Err(err) => eprintln!("Erro: {err}"),
}
}
É possível simplificar o código retornando prematuramente os erros com o operador ?
:
use std::error::Error;
// `Box<dyn Error>` representa qualquer tipo que implemente `Error`
type AnyError = Box<dyn Error>;
fn main() -> Result<(), AnyError> {
let x = Some(3);
let y = Some(4);
println!("Número: {n}", n = verify(x)?);
println!("Número: {n}", n = verify(y)?); // A segunda chamada só ocorrerá se a primeira não falhar
Ok(()) // Retorna "sucesso"
}
Rust possui suporte a programação genérica e o conceito de ownership (posse). Valores podem ter apenas um dono; quando o dono sai de escopo, o valor é destruído. Valores podem ser emprestados (borrowing) ou movidos (move). Em certas ocasiões, como em referências circulares, é necessário especificar o lifetime (tempo de vida) de uma referência. Exemplo de uma árvore binária em Rust:
// `'a` é um lifetime, e `T` é um tipo genérico
#
enum Tree<'a, T> {
Empty,
Node(T, &'a Tree<'a, T>, &'a Tree<'a, T>), // As referências poderiam ser `Box<Tree<T>>`
}
use Tree::{Empty, Node};
let tree = &Node(5.96, &Empty, &Node(1.0, &Empty, &Empty));
// O primeiro membro é movido; ignora demais membros
if let Node(value, ..) = tree {
println!("{value:?}");
}
// Ignora o primeiro membro; o terceiro membro é emprestado
if let Node(_, left, ref right) = tree {
println!("-> {left:?}");
println!("-> {right:?}");
}
Rust é mais restrita que outras linguagens; um valor imutável pode ter várias referências, mas um valor mutável pode ter apenas uma. Para o segundo caso, é necessário usar uma das várias estruturas de referências como std::rc::Rc
, std::rc::Weak
, std::cell::Cell
(mutabilidade interna), std::cell::RefCell
, entre outras. Outra possibilidade é o uso de alocação de arena.
Se houver ambiguidade na invocação de um método genérico, o tipo pode ser explicitado com o símbolo turbofish (::<>
). Exemplo:
let dollar = "5.96"
.parse::<f64>()
.expect("falha ao converter para `f64`");
println!("US$ 1.00 = R$ {dollar}");
Também é possível passar valores constantes como parâmetros genéricos. Exemplo:
struct Array<T, const N: usize> {
data: ,
}
let arr = Array { data: }; // `arr: Array<u64, 5>`
Rust possui dois tipos principais de strings: &str
e String
. Ambos são sempre UTF-8 válido. Existe um tempo de vida especial chamado 'static
, que indica que a referência é válida até o fim da execução do programa. Todas os literais de strings possuem ele implicitamente:
let hello: &str = "Olá, Mundo!"; // Implicitamente estática
let hello: &'static str = "Olá, Mundo!"; // O mesmo que acima
Se uma string possui aspas ou barra inversa, é possível usar outros delimitadores para simplificar:
let json = r#"{ "message": "Olá, Mundo\n" }"#; // Exemplo de JSON
let json = "{ \"message\": \"Olá, Mundo\\n\" }"; // O mesmo que acima
Enquanto &str
é estático e imutável, String
é alocado dinamicamente. Exemplo:
use std::io;
let mut nums = vec!;
let mut buf = String::new(); // Novo buffer
// Usa o buffer para ler a entrada padrão.
// `Ok(n)` é a quantidade de bytes lidos, onde 0 equivale a EOF.
while let Ok(1..) = io::stdin().read_line(&mut buf) {
// `trim()` retorna uma referência (`&str`) sem os espaços em branco
let Ok(num) = buf.trim().parse::<f64>() else { break };
nums.push(num);
buf.clear(); // Limpa o buffer para reutilizar
}
println!("Entrada: {nums:?}");
Uma função pode usar std::borrow::Cow
para retornar &str
ou String
conforme a necessidade de mutação/ownership. Além de &str
e String
, Rust possui vários outros tipos de strings especializados, como &std::ffi::CStr
e std::ffi::CString
(para compatibilidade com a linguagem C):
use std::ffi::CStr;
let hello: &CStr = c"Olá, Mundo!"; // Terminado com NUL (b'\x00')
Em situações onde bytes ASCII são mais adequados, o tipo &
pode ser usado:
let hello: & = b"Ol\xC3\xA1, Mundo!"; // 'á' não é um caractere válido em ASCII
let hello: & = &; // O mesmo que acima
Rust possui suporte a traços que definem o comportamento de um objeto, e podem ser implementados por estruturas, enumerações, uniões e tipos básicos. Traços podem ser deriváveis, como o Debug
, onde é gerada uma implementação de forma automática usando o atributo #
. A implementação padrão é definida através de macros procedurais. Exemplo de traços:
trait Animal {
// Método estático que retorna uma string estática
fn type_name() -> &'static str;
// `&self` é uma referência a instância
fn flee(&self); // O mesmo que `fn flee(&self) -> ();`
}
trait Feline: Animal {
// Traços podem fornecer definições padrões para métodos
fn meow(&self) {
println!("Miau!");
}
}
# // Implementa `Debug`
struct Cat<'a> {
name: &'a str,
}
// Implementa `Animal`
impl Animal for Cat<'_> {
fn type_name() -> &'static str {
"Cat"
}
fn flee(&self) {
println!("{} fugiu.", self.name);
}
}
impl Feline for Cat<'_> {}
// E o mesmo para `Dog`…
let type_name = Cat::type_name(); // Método estático
let cat = Cat { name: "Charlotte" }; // Nova instância
cat.flee(); // O mesmo que `Animal::flee(&cat);`
cat.meow(); // O mesmo que `Cat::meow(&cat);`
Estruturas, enumerações, uniões e funções podem especificar os traços dos membros/parâmetros de forma estática (genérica):
fn do_flee<T>(animal: &T)
where
T: Animal,
{
animal.flee();
}
// Ou o equivalente:
fn do_walk<T: Animal>(animal: &T) {
animal.flee();
}
// Ou com um tipo anônimo (incompatível com o turbofish):
fn do_walk(animal: &impl Animal) {
animal.flee();
}
Ou de forma dinâmica (trait objects):
fn do_walk_dyn(animal: Box<dyn Animal>) {
animal.flee();
}
Independente do tipo concreto, a instância é passada da mesma maneira:
let cat = Cat { name: "Charlotte" };
let dog = Dog { name: "Duke" };
do_walk(&cat);
do_walk(&dog);
do_walk_dyn(Box::new(cat));
do_walk_dyn(Box::new(dog));
Por fim, traços podem ter "tipos associados" que devem ser especificados ao implementar. Exemplo:
trait Iterator {
type Item;
/* ... */
}
impl Iterator for SequenceIter {
type Item = u32;
/* ... */
}
fn analyze(iter: &mut impl Iterator<Item = u32>) {
/* ... */
}
Em Rust, todos os iteradores implementam trait Iterator { type Item; /* ... */ }
, que fornece métodos adaptadores para consumir ou criar novos iteradores. Também possui um literal para representar intervalos (um tipo de iterador). No exemplo a seguir o programa lista os números primos entre 4 e 20:
let mut numbers = vec!;
// `4..=20` é um iterador inclusivo (inclui 20)
for i in 4..=20 {
// `2..i` é um iterador exclusivo, ex.: `2..5` inclui 2, 3 e 4.
// `|x| i % x != 0` é uma clausura que recebe `x` e retorna booliano.
if (2..i).all(|x| i % x != 0) {
numbers.push(i);
}
}
println!("Os números primos entre 4 e 20 são: {numbers:?}");
Clausuras podem capturar valores do ambiente de três maneiras: emprestando imutavelmente, mutavelmente ou movendo. A última é realizada com a palavra-chave move
. Exemplo:
use std::thread;
let msg = "Olá, Mundo!".to_owned();
thread::spawn(move || {
println!("{msg}"); // `msg` movido aqui
});
As clausuras são representadas por três traços:
trait Fn<Args> { type Output; /* ... */ }
– empresta valores do ambiente imutavelmentetrait FnMut<Args>: Fn<Args> { /* ... */ }
– empresta valores do ambiente mutavelmentetrait FnOnce<Args>: FnMut<Args> { /* ... */ }
– move os valores do ambiente e pode ser chamada apenas uma vezExemplo:
fn convert<F>(num: f64, handler: F) -> f64
where
F: FnOnce(f64) -> f64, // Assinatura da clausura
{
handler(num)
}
fn main() {
let y = convert(499.0, |num| num * 5.96);
println!("{y}");
}
Clausuras são anônimas e não têm um tipo concreto previamente conhecido, mesmo que possuam a mesma assinatura; por esse motivo, para retornar uma clausura de uma função, é necessário usar uma sintaxe especial:
fn convert() -> impl FnOnce(f64) -> f64 {
move |num| num * 5.96
}
fn main() {
let f = convert();
println!("{y}", y = f(499.99));
}
Por fim, é possível passar estruturas tuplas ou variantes de enumerações onde se espera clausuras. Exemplo:
let seq: Box<_> = (1..=5).map(Some).collect();
println!("{seq:?}"); //
Certas atividades consideradas inseguras, como deferência de ponteiros e uso de funções unsafe
, precisam estar dentro de blocos unsafe
. Dentro desses blocos é responsabilidade do programador evitar comportamento indefinido. Exemplo do uso de Assembly inline:
use std::arch::asm;
// Multiplica `x` por 6 usando `shifts` e `adds`
let mut x: u64 = 4;
unsafe {
asm!(
"mov {tmp}, {x}",
"shl {tmp}, 1",
"shl {x}, 2",
"add {x}, {tmp}",
x = inout(reg) x,
tmp = out(reg) _,
);
}
assert_eq!(x, 4 * 6);
A criação de ponteiros não é uma atividade insegura, mas a deferência é. Exemplo retirado da documentação oficial:
let mut num = 5;
let r1 = &num as *const i32; // Ponteiro constante para `num`
let r2 = &mut num as *mut i32; // Ponteiro mutável para `num`
unsafe {
println!("r1 is: {}", *r1); // Deferência
println!("r2 is: {}", *r2); // Deferência
}
Rust suporta unions para compatibilidade com a linguagem C, e são inerentemente inseguros, podendo resultar em comportamento indefinido se usados incorretamente. Exemplo retirado da documentação oficial:
#
union MyUnion {
f1: u32,
f2: f32,
}
let u = MyUnion { f1: 1 };
let f = unsafe { u.f1 }; // Leitura de campo
fn main() {
println!("Olá, Mundo!");
}
Pode ser compilado e executado com o seguinte comando:
$ cargo run
use std::{io, iter::zip};
fn f(t: f64) -> f64 {
t.abs().sqrt() + 5.0 * t.powi(3)
}
fn main() {
let mut a = ;
for (t, input) in zip(&mut a, io::stdin().lines()) {
*t = input.unwrap().parse().unwrap();
}
a.iter().enumerate().rev().for_each(|(i, &t)| match f(t) {
y if y > 400.0 => println!("{i} TOO LARGE"),
y => println!("{i} {y}"),
});
}
Rust lida com transbordamento numérico retornando f64::NAN
.
Exemplo de um analisador sintático usando um parser combinator:
use nom::bytes::complete::{tag, take_while_m_n};
use nom::{combinator::map_res, sequence::tuple, IResult};
#
pub struct Color {
pub red: u8,
pub green: u8,
pub blue: u8,
}
fn hex_primary(input: &str) -> IResult<&str, u8> {
map_res(
take_while_m_n(2, 2, |c: char| c.is_ascii_hexdigit()),
|input| u8::from_str_radix(input, 16),
)(input)
}
fn hex_color(input: &str) -> IResult<&str, Color> {
let (input, _) = tag("#")(input)?;
let (input, (red, green, blue)) = tuple((hex_primary, hex_primary, hex_primary))(input)?;
Ok((input, Color { red, green, blue }))
}
fn main() {
let (_, color) = hex_color("#2F14DF").expect("sintaxe inválida");
println!("#2F14DF => {color:?}");
}
E as dependências no arquivo Cargo.toml
:
nom = "7.1"
Exemplo de um web service RESTful (HTTP) usando funções assíncronas e serialização; responde com um JSON ao acessar http://localhost:3000/hello/Mundo
:
use axum::{extract::Path, response::Redirect, routing::get, Json, Router};
use serde::Serialize;
use time::{serde::rfc3339, OffsetDateTime};
use tokio::net::TcpListener;
#
struct HelloResponse {
message: String,
#
timestamp: OffsetDateTime,
}
async fn hello(Path(name): Path<String>) -> Json<HelloResponse> {
Json(HelloResponse {
message: format!("Olá, {name}!"),
timestamp: OffsetDateTime::now_utc(),
})
}
#
async fn main() {
tracing_subscriber::fmt::init();
let app = Router::new()
.route("/", get(|| async { Redirect::to("/hello/Mundo") }))
.route("/hello/:name", get(hello));
let listener = TcpListener::bind(("127.0.0.1", 3000)).await.unwrap();
tracing::info!("listening on http://{}", listener.local_addr().unwrap());
axum::serve(listener, app).await.unwrap();
}
E as dependências no arquivo Cargo.toml
:
axum = "0.7.1"
tracing = "0.1.40"
tracing-subscriber = "0.3.18"
version = "1.0"
features =
version = "0.3.30"
features =
version = "1.34"
features =
Exemplo de uma implementação do echo do Unix:
use clap::Parser;
/// Ecoa o(s) TEXTO(s) para a saída padrão.
#
#
struct Args {
/// Não emitir o caractere de nova linha do final.
#
strip_trailing_newline: bool,
#
strings: Vec<String>,
}
fn main() {
let args = Args::parse();
let output = args.strings.join(" ");
print!("{output}");
if !args.strip_trailing_newline {
println!();
}
}
E as dependências no arquivo Cargo.toml
:
version = "4.4"
features =
Exemplo de uma interface gráfica usando a plataforma Web:
use leptos::*;
use std::num::Saturating;
#
fn Counter(start: u8) -> impl IntoView {
let count = RwSignal::new(Saturating(start));
let label = move || match count.get().0 {
0 => "Fim.".into(),
1 => "Encerra no próximo clique!".into(),
n => format!("Encerra em {n} cliques."),
};
let disabled = move || count.get().0 == 0;
let decrement = move |_| count.update(|c| *c -= 1);
view! {
<div class="flex flex-col items-center justify-center h-screen">
<p class="font-sans text-lg">{label}</p>
<button disabled={disabled} on:click=decrement>Contar</button>
</div>
}
}
fn main() {
mount_to_body(|| view! { <Counter start=5 /> })
}
E a folha de estilos (neste exemplo, é usado o framework Tailwind CSS):
@tailwind base;
@tailwind components;
@tailwind utilities;
E as dependências no arquivo Cargo.toml
:
version = "0.6.11"
features =
O alvo wasm32 precisa ser instalado para compilação cruzada, além de um bundler (Trunk):
$ rustup target add wasm32-unknown-unknown
$ cargo install --locked trunk
O Trunk espera por um arquivo index.html
na raiz do projeto:
<!DOCTYPE html>
<html lang="pt-BR">
<head>
<meta charset="UTF-8" />
<meta name="viewport" content="width=device-width, initial-scale=1" />
<link data-trunk rel="tailwind-css" href="/assets/css/index.css" />
<title>Contador</title>
</head>
<body></body>
</html>
E a configuração do Tailwind CSS para processar os arquivos:
/** @type {import('tailwindcss').Config} */
module.exports = {
content: ,
theme: {
extend: {},
},
plugins: ,
corePlugins: {
preflight: false,
},
}
Após isso, o código pode ser compilado e servido no navegador com o seguinte comando:
$ trunk serve --open
Cargo é a ferramenta de produtividade oficial, e usa arquivos TOML para listar dependências e configurações de um projeto. Um projeto pode ser testado usando o comando $ cargo test
e formatado com $ cargo fmt
. A documentação de um projeto pode ser gerada a partir de comentários especiais em Markdown, usando o comando $ cargo doc
. Um conjunto de lints opcionais estão disponíveis, e o código pode ser checado usando o comando $ cargo clippy
.
Rust possui uma implementação do Language Server Protocol, o rust-analyzer, que fornece autocompletar, formatação e refatoração independente do editor de texto ou ambiente de desenvolvimento integrado. Os seguintes editores dão suporte ao rust-analyzer de forma nativa ou através de extensões/plugins:
Outras ferramentas dão suporte a Rust através de implementações próprias sem o uso do rust-analyzer: