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De Civitate Dei | |
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A Cidade de Deus | |
De civitate Dei, 1483 | |
Autor(es) | Agostinho de Hipona |
Idioma | Latim |
Gênero | teológico |
De Civitate Dei (A Cidade de Deus) é uma das obras de Santo Agostinho, onde descreve o mundo, dividido entre o dos homens (o mundo terreno) e o dos céus (o mundo espiritual). Teria sido a obra preferida do imperador Carlos Magno.
Uma das criações ou literaturas mais representativas do gênero humano. A propósito da filosofia ou teologia da História, trata dos mais variados e complexos assuntos que sempre apaixonaram e torturaram o espírito humano: da origem e substancialidade do bem e do mal, do pecado, da culpa e da morte, do direito, da lei e das penas, do tempo e do espaço, da contingência e da necessidade, da Providência, da ação humana e do destino no desenvolvimento da História: do ser, do conhecer e do agir do homem, de Deus, da natureza e do espírito, da temporalidade, do eterno, da perenidade e dos ciclos cósmicos, da profecia e do mistério como argumento apologético, da pessoa, da cidade e da comunidade humana.
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Agostinho, em Retratamentos (Retractationes) faz uma breve descrição do conteúdo de Cidade de Deus:
No entanto, este grande empreendimento foi finalmente concluído em vinte e dois livros. Destes, os cinco primeiros refutam aqueles que defendem que a adoração politeísta é necessária a fim de garantir a prosperidade mundial, e que todas estas calamidades avassaladoras caíram sobre nós em consequência da sua proibição. Nos seguintes cinco livros, dirijo-me àqueles que admitem que tais calamidades aconteceram em todos os tempos, e que sempre haverão de acontecer, à raça humana, e que elas se repetem constantemente em formas mais ou menos desastrosas, variando somente no cenário, nas ocasiões e nas pessoas a quem elas atingem, mas, apesar de admitirem isto, defendem que a adoração dos deuses é vantajosa para a vida que há-de vir. Mas para que ninguém possa ter ocasião de dizer que, embora eu tenha refutado as doutrinas de outros homens, me tinha esquecido de estabelecer as minhas próprias, dedico a este assunto a segunda parte deste trabalho, que compreende doze livros, apesar de não ter escrúpulos, quando a ocasião se propiciava, para avançar as minhas próprias opiniões nos primeiros dez livros, ou para demolir os argumentos dos meus adversários nos últimos doze. Destes doze livros, os quatro primeiros contêm um relato da origem dessas duas cidades — a cidade de Deus e a cidade do mundo. Os quatro seguintes tratam da sua história ou progresso; os últimos quatro, dos seus destinos merecidos.
Como indicado na anterior citação de Retratamentos, a Cidade de Deus pode ser assim subdividida nas seguintes partes:
O Saque de Roma pelos Visigodos em 410 deixou os romanos num profundo estado de choque e muitos consideraram aquele acontecimento como um castigo dos deuses pelo abandono da tradicional religião que havia sido substituída pelo cristianismo. Em resposta a essas acusações e para consolar os cristãos, Agostinho escreveu A cidade de Deus, a defender a verdade do cristianismo sobre as religiões e filosofias contrárias e que o cristianismo não só não era responsável pelo saque de Roma, como também era responsável pelo sucesso de Roma. Ele tentou consolar os cristãos, escrevendo que, mesmo que o domínio terreno do império estivesse em perigo, seria a cidade de Deus que acabaria por triunfar. Os olhos de Agostinho estavam fixos no céu, um tema de muitos cristãos da antiguidade tardia, e apesar da designação do cristianismo como a religião oficial do Império, Agostinho declarou que a sua mensagem era espiritual e não política. O cristianismo, argumentava, devia preocupar-se com a cidade mística, celestial, a Nova Jerusalém — em vez de com a política terrena.
O livro apresenta a história humana como um conflito entre o que Agostinho chama a Cidade Terrena (muitas vezes coloquialmente referida como a Cidade do Homem) e a Cidade de Deus, um conflito que está destinado a acabar com a vitória da última. A Cidade de Deus é marcada por pessoas que põem de lado o prazer terreno para se dedicarem às verdades eternas de Deus, agora reveladas plenamente na fé cristã. A Cidade Terrena, por outro lado, consiste nas pessoas que estão imersas nos cuidados e prazeres do mundo do presente, do efémero.
A tese de Agostinho apresenta a história do mundo como a guerra universal entre Deus e o Mal. Esta guerra metafísica não é limitada no tempo mas apenas pela [[geografia na Terra. Nesta guerra, Deus move (por intervenção divina /Providência) os governos, movimentos políticos/ideológicos e forças militares alinhados (ou alinhando mais) com a Igreja Católica (a Cidade de Deus) a fim de se opor por todos os meios — incluindo militares — aos governos, movimentos político/ideológico e forças militares alinhados (ou mais alinhados) com o Diabo (a Cidade do Diabo).
Muitos católicos consideram a obra Discours sur l'histoire universelle (Discurso sobre a História Universal) de Jacques-Bénigne Bossuet (1681) como uma segunda edição ou continuação de A Cidade de Deus. Este livro atualiza a história universal, de acordo com a tese de Agostinho da guerra universal entre os humanos que seguem Deus e aqueles que seguem o Diabo.
Este conceito da história do mundo ser guiada pela divina providência, numa guerra universal entre Deus e o Mal, faz parte da doutrina oficial da Igreja Católica tal como afirmada mais recentemente no documento Gaudium et Spes do Concílio Vaticano II: "A Igreja considera... também que a chave, o centro e o fim de toda a história humana se encontram no seu Senhor e mestre (pag 8)... toda a vida humana, quer singular quer coletiva, apresenta-se como uma luta dramática entre o bem e o mal, entre a luz e as trevas (pag. 10)... O Senhor é o fim da história humana, o ponto para onde tendem os desejos da história e da civilização, o centro do género humano, a alegria de todos os corações e a plenitude das suas aspirações (pag 36)."