No mundo de Doca Street, existem inúmeros aspectos e facetas que merecem ser explorados e analisados em profundidade. Desde as suas origens até à sua evolução hoje, Doca Street deixou uma marca indelével na história da humanidade. Este artigo investiga os diversos aspectos que fazem de Doca Street um tema de interesse universal, abordando seus impactos sociais, culturais, econômicos e políticos. Nas linhas a seguir, mergulharemos em uma jornada que nos levará à descoberta da importância e relevância de Doca Street na sociedade contemporânea.
Doca Street | |
---|---|
Doca Street em 1981, após seu segundo julgamento | |
Nome | Raul Fernando do Amaral Street |
Data de nascimento | 5 de dezembro de 1934 |
Local de nascimento | São Paulo, SP |
Data de morte | 18 de dezembro de 2020 (86 anos) |
Local de morte | São Paulo, SP |
Nacionalidade(s) | brasileiro |
Raul Fernando do Amaral Street (São Paulo, 5 de dezembro de 1934 – São Paulo, 18 de dezembro de 2020), mais conhecido como Doca Street, foi um empresário e criminoso brasileiro. Assassinou em 30 de dezembro de 1976 com um tiro na nuca e três tiros no rosto a socialite Ângela Diniz, com quem namorava há quatro meses. O julgamento de Doca Street foi amplamente divulgado pela mídia e teve como foco a moral sexual feminina. O assassino foi condenado a dois anos de prisão com sursis e imediatamente solto. A decisão judicial gerou um amplo movimento de protesto feminista, sob o lema "quem ama não mata", ocasionando um novo julgamento, quando Doca Street foi condenado a quinze anos de prisão. O evento é considerado um marco na história do feminismo no Brasil.
Foi julgado duas vezes: o primeiro julgamento (em 1979), no qual a defesa se baseou na tese da legítima defesa da honra, foi refeito em 1981. Cumpriu cinco anos de prisão até obter liberdade condicional em 1987.
Seu apelido é a abreviação de "Fernandoca", como era chamado pela família.
Doca Street foi julgado em 1979 em Cabo Frio, sendo defendido pelo advogado Evandro Lins e Silva. A defesa foi baseada na tese de legítima defesa da honra, responsabilizando-se a vítima por ter provocado tal violência, em razão do próprio comportamento. Na acusação, a família de Ângela contratou o advogado Evaristo de Moraes Filho para atuar como assistente de acusação.
Durante o julgamento, se examinou amplamente a vida de Ângela, questionando sua moralidade sexual, seu envolvimentos com outros crimes, e sua dependência de drogas. O julgamento foi extensamente coberto pela mídia, sendo que só o Grupo Globo levou uma equipe de 68 pessoas entre técnicos e repórteres.
O tribunal do júri condenou Doca Street por cinco votos a dois a uma pena de 18 meses pelo crime e seis meses por ter fugido da justiça, com direito à sursis. Por já ter cumprido sete meses preso, ou seja, um terço da pena, Doca foi liberado e pode sair livre do tribunal.
A escandalosa decisão a favor do assassino de Ângela Diniz produziu o primeiro de uma série de movimentos feministas de protesto contra a violência doméstica sob o lema "quem ama não mata", slogan tomado como resposta da argumentação da defesa da Doca Street de que ele "matou por amor". A pressão do movimento feminista levou a um novo julgamento de Doca Street.
Em 1981, Doca Street foi submetido a um novo julgamento e condenado a 15 anos de prisão. O julgamento foi acompanhado pessoalmente por ativistas feministas, que organizaram uma vigília e exigiram sentença e prisão para o assassino, explodindo em aplausos quando a sentença foi anunciada. Enquanto que no primeiro julgamento havia predominado uma cobertura machista da mídia a partir da vida sexual da vítima, já no segundo julgamento, a pressão do movimento feminista impôs um quadro de sentido baseado no próprio assassinato e na invalidade do argumento emocional para justificá-lo.
Em 1982, a Rede Globo exibiu a minissérie Quem Ama Não Mata, inspirada no caso Doca Street, sob a atuação de Marília Pêra e Cláudio Marzo.
É citado na música Nome aos Bois, da banda Titãs, lançada em 1988. Samba de Aluisio Machado, questionando a impunidade dos ricos, é intitulado "Doca Street".
O programa Linha Direta, da Rede Globo, fez a reconstituição do crime e do julgamento no episódio Ângela e Doca.
Em 2006, Doca Street lançou o livro Mea Culpa, em que dá sua versão: Ângela teria o mandado ir embora, ocasião em que ele implorou para ficar com ela, que lhe respondeu que se aceitasse dividi-la com homens e mulheres poderia ficar, agredindo-o com uma maleta, que continha o revólver, que caiu no chão e foi utilizado por Raul para matá-la em seguida. Neste mesmo ano, foi entrevistado por Amaury Jr., na RedeTV!.
O podcast Praia dos Ossos, produzido pela Rádio Novelo e lançado em agosto de 2020, aborda em oito episódios o assassinato de Ângela Diniz. O sexto tem como título: "Doca".
Em setembro de 2023, foi lançado o filme Ângela. Doca foi interpretado por Gabriel Braga Nunes.
Após a prisão, Street continuou atuando no mercado financeiro e no comércio de automóveis. Morreu no Hospital Samaritano de São Paulo em 18 de dezembro de 2020, aos 86 anos, vítima de um infarto. Deixou viúva e três filhos.