Neste artigo será abordado o tema Lista de tríplices coroas do futebol brasileiro, que tem gerado grande interesse e polêmica nos últimos tempos. Lista de tríplices coroas do futebol brasileiro é um tema que tem chamado a atenção de pessoas de todas as idades e origens, pois sua relevância transcende fronteiras e contextos. Desde o seu surgimento, Lista de tríplices coroas do futebol brasileiro gerou muito debate e tem sido objeto de estudo e análise por especialistas e amadores. Neste artigo serão explorados diferentes aspectos relacionados a Lista de tríplices coroas do futebol brasileiro, incluindo sua origem, evolução, impacto e possíveis implicações futuras. Da mesma forma, serão examinadas diferentes perspectivas e opiniões sobre Lista de tríplices coroas do futebol brasileiro, com o objetivo de oferecer uma visão completa e equilibrada sobre este tema.
Este verbete lista e contextualiza historicamente casos de tríplice coroa pelos times brasileiros de futebol e pela Seleção Brasileira.
Histórico
"Tríplice Nacional"
Durante um bom tempo, a "tríplice coroa" em moldes europeus (principal copa continental, campeonato e copa nacionais) não podia ser aplicada no Brasil, uma vez que, entre 2001 e 2012, os clubes brasileiros que estivessem na Copa Libertadores da América eram impedidos de participar da Copa do Brasil, criada em 1989 (da primeira edição até 2000 foram 12 edições de possibilidade), na mesma temporada. Mas, como no Brasil existem competições estaduais, adaptou-se o conceito de "tríplice coroa" para o clube que vencer, na mesma temporada: Campeonato Brasileiro, Copa do Brasil e seu campeonato estadual.
Em 1967 e 1968, havendo paralelo entre Taça Brasil e Robertão, existiu a possibilidade de uma tríplice como na mentalidade europeia, mas não ocorreu, apesar do duplo palmeirense em 1967 (o Racing da Argentina venceu a Copa Libertadores daquele ano; o Cruzeiro foi o único representante brasileiro).
Na verdade, o modelo da "tríplice coroa nacional" ganhou essa alcunha por ser formado por todas as conquistas que, em tese, todas as equipes brasileiras podiam ganhar jogando apenas em solo nacional.
O "molde original" de "tríplice coroa nacional" (estadual, Copa do Brasil e Campeonato Brasileiro) foi vencido por apenas dois clubes: Cruzeiro, em 2003, quando a expressão tríplice coroa foi consagrada no Brasil; e Atlético-MG, em 2021. Em homenagem ao feito, o Cruzeiro usou uma coroa no escudo de 2004 a janeiro de 2021, tendo feito forte marketing na exclusividade do mesmo. O Atlético, em razão da rivalidade, deu preferência ao termo triplete ou, mais especificamente, triplete alvinegro.
A tríplice cruzeirense, guiada em campo por Alex, possui Copa do Brasil e Mineiro vencidos de formada invicta, além do primeiro Brasileirão em pontos corridos (na época com 24 times, o que seria reduzido para 20 em 2006). A atleticana, por sua vez, teve a Copa do Brasil em seu novo formato, com a presença dos que jogaram a Libertadores do mesmo ano (caso do próprio Galo); outro destaque foi o fim do jejum de 50 anos do time no nacional.
Com a volta da Supercopa do Brasil, também pode ser alcunhada de "tríplice coroa do futebol brasileiro" a combinação do time que ganhar a dobradinha nacional e o tira-teima contra o vice-campeão do Brasileiro, no ano seguinte, ou ganhar os três certames nacionais no mesmo ano. O primeiro caso foi inaugurado pelo Atlético-MG, em 2021/22.
Outros formatos
Algumas observações: a Copa do Mundo de Clubes da FIFA, apesar de ter importância controversa, é consenso que possui mais relevância para a América do Sul do que para a Europa, tendo peculiar relevo para os clubes brasileiros; a Copa Sul-Americana é um título secundário em relação a Libertadores; os estaduais, protagonistas durante boa parte do século XX, segundo os especialistas, estão com o "peso" menor com o passar dos anos.
Destarte, tendo em vista outras combinações, valorações e comparações de títulos, que nem sempre acompanham a geografia, outros formatos de "tríplice coroa" podem ser considerados mais gloriosos que o formato da "tríplice nacional" de 2003, como a tríplice do Flamengo em 2019, que repetiu feito atingido, até então, apenas pelo Santos de Pelé (1962 e 1963), vencendo a principal disputa continental (Copa Libertadores) e nacional (Brasileirão), quebrando o recorde de pontos em uma campanha nesta última. Uma vez que o clube carioca venceu a Copa Libertadores da América, não a Copa do Brasil, muitos comentaristas a entenderam como maior que a do Cruzeiro. Em 2020, o Palmeiras formou uma forte combinação inédita, diferindo do Flamengo por ter ganho a Copa do Brasil.
Glória rara durante o século XX, quando verificou-se apenas nove ocorrências, sendo quatro do Santos durante a década de 1960, mostra-se mais recorrente desde o final de década de 2010 e começo da década de 2020, o que é causado principalmente pelo desponte econômico e técnico de alguns times, que formam uma "nova elite do futebol brasileiro". Este fenômeno acompanha um domínio e interesse maior nas competições internacionais, que também possuem mais vagas que no passado.
Critérios e competições consideradas
De forma geral, a imprensa brasileira chama de "tríplice coroa" a conquista de três títulos oficiais (chancelados pela respectiva federação ou confederação responsável) e profissionais quaisquer numa mesma temporada, considerando competições de diferentes níveis geográficos.
Neste sentido, não listando tríplices com divisão inferior ou (re)copas estaduais (listadas na secção outras; critério da relevância), há quinze casos de tríplice coroa stricto sensu e quatro de quádrupla no futebol do Brasil, envolvendo competições oficiais realizadas no mesmo ano, embora de fato findadas ou jogadas no ano seguinte (como a Copa do Brasil e Brasileirão de 2020, terminados em 2021). Ignora-se o conceito de tríplice que envolva ganhar a competição do ano presente jogada em razão de conquista do anterior, utilizado na secção Tríplice internacional em relação a Recopa Sul-Americana.
Seguem-se os seguintes parâmetros: profissionalismo, oficialidade e independência. Desatendem os requisitos, então: conquistas de times de base, como a Copinha; competições amistosas ou de oficialidade duvidosa, como a Taça dos Campeões Estaduais Rio-São Paulo; e competições anexas (taças de zonais, fases, chaves ou turnos), como as zonas da Taça Brasil e turnos de estaduais, pois possuem natureza simbólica.
Em negrito, casos com ao menos duas conquistas entre Libertadores, mundial (Intercontinental ou FIFA), Brasileirão e Copa do Brasil, que seriam as tríplice/quádruplas mais ilustres, de mais importância histórica (dez de dezenove).
Tendo como referencial a carreira, não uma temporada, os treinadores brasileiros que venceram a tríplice coroa clássica (copa continental, copa nacional e liga) por um mesmo clube foram:
Santos (1962): Gilmar; Lima, Mauro e Dalmo; Calvet e Zito; Dorval, Mengálvio, Coutinho, Pelé e Pepe;
Santos (1963): Gilmar; Mauro, Calvet e Dalmo; Zito e Geraldino; Dorval, Lima, Coutinho, Pelé e Pepe;
Santos (1964): ;
Santos (1968): Claudio; Carlos Alberto, Ramos Delgado, Joel e Rildo; Negreiros e Lima; Kaneko, Toninho, Pelé e Edu;
Flamengo (1981): Raul; Leandro, Marinho, Mozer e Júnior; Andrade, Adílio e Zico; Tita, Nunes e Lico;
São Paulo (1992): Zetti; Vitor, Adilson, Ronaldão e Ronaldo Luis; Toninho Cerezo (Dinho), Pintado e Raí; Cafu, Palhinha e Muller;
São Paulo (1993): Zetti; Cafu, Válber, Ronaldão e André Luiz; Doriva, Dinho, Toninho Cerezo e Leonardo; Muller e Palhinha;
Palmeiras (1993): Sérgio; Gil Baiano, Antônio Carlos, Cléber e Roberto Carlos; César Sampaio, Mazinho, Edílson e Zinho; Edmundo e Evair;
Grêmio (1996): Danrlei; Arce, Rivarola, Mauro Galvão e Roger; Dinho, Goiano, Émerson e Carlos Miguel; Paulo Nunes e Zé Alcino;
Paysandu (2002): Marcão; Sandro Goiano, Sérgio, Gino e Luís Fernando; Marcos, Jajá, Rogerinho, Jóbson, Vélber e Vandick;
Cruzeiro (2003): Gomes; Maicon, Cris, Edu Dracena e Leandro; Maldonado, Augusto Recife, Wendell e Alex; Aristizábal e Mota;
São Paulo (2005): Rogério Ceni; Fabão, Lugano e Edcarlos; Cicinho, Mineiro, Josué, Danilo e Júnior; Amoroso e Aloísio;
Athlético-PR (2019): Santos; Khellven, Robson Bambu, Léo Pereira e Márcio Azevedo; Wellington, Léo Cittadini, Lucho González e Bruno Guimarães; Nikão, Rony e Marco Ruben;
Flamengo (2019): Diego Alves; Rafinha, Rodrigo Caio, Pablo Mari e Filipe Luís; Willian Arão, Gerson e Arrascaeta; Éverton Ribeiro, Bruno Henrique e Gabigol;
Flamengo (2020): Diego Alves; Isla, Rodrigo Caio, Gustavo Henrique e Filipe Luís; Willian Arão, Gerson e Arrascaeta; Éverton Ribeiro, Bruno Henrique e Gabigol;
Palmeiras (2020): Weverton; Marcos Rocha, Alan Empereur, Gustavo Gómez e Mathias Viña; Patrick de Paula, Danilo, Zé Rafael e Raphael Veiga; Rony e Luiz Adriano;
Atlético-MG (2021): Éverson; Mariano, Nathan Silva, Júnior Alonso e Guilherme Arana; Allan, Jair, Zaracho e Nacho Fernández; Keno e Hulk.
Como o vencedor da Copa Libertadores conquista vaga em duas competições, Recopa Sul-americana e Mundial de Clubes (sucessor da Copa Intercontinental), sendo este no mesmo ano e aquela no seguinte, entende-se como uma tríplice a vitória destas, apesar dos anos diferentes, pois os torneios fazem uma sequência entre si. Seguindo este formato, os clubes brasileiros que ganharam a tríplice coroa internacional foram: São Paulo (1993 e 1994), Internacional (2007) e Corinthians (2013).
Dos 4 casos, a vaga para a Copa Libertadores veio pelo título do Brasileirão pretérito em 1992 e 2012, havendo uma sucessão: Brasileirão (1º ano); Libertadores e torneio mundial (2º ano); Recopa (3º ano).
Outras
Cita-se aqui tríplices menos listadas pela imprensa e formadas com competições de menor expressão, como (re)copas estaduais e títulos de divisões inferiores, embora ainda segundo os parâmetros: profissionalismo (futebol adulto), oficialidade (não constam amistosos) e independência (não constam turnos e fases).
São desconsiderados: torneios início, em razão de possuírem regulamentos que divergem das regras oficiais de uma partida; pela isonomia, torneios de regiões estaduais (o que inclui taças municipais e do interior), ao menos que todas regiões tenham sua taça; títulos com elenco sub-23, mesmo que em certames profissionais; torneios de consolação.
A falta de referências sobre a tríplice pode ser suprida pela lista de títulos do site do clube, se pela mesma for identificável os três títulos oficiais no mesmo ano.
Em 2019, Flamengo foi a primeira equipe a conquistar a tríplice coroa de Campeonatos Brasileiros. Treinadores: Jorge Jesus (profissional); Maurício Souza (sub-20); Phelipe Leal (sub-17).
↑Teve-se um segundo torneio nacional, de natureza "disputa entre campeões", em outros três anos: 1969: Torneio dos Campeões da CBD; 1978: Copa dos Campeões do Brasil; 1982: Torneio dos Campeões da CBF. Nenhum dos três consistiram em um mata-mata extenso, aos moldes da Copa do Brasil: os dois primeiros tiveram apenas quatro e três jogos, respectivamente; o último possuía uma fase de grupos (quatro grupos) seguida por quartas, semifinais e final.
↑Existiu uma fase em que todas as federações estaduais estavam em algum interestadual, findada em 2002, quando também foi extinta a Copa dos Campeões Regionais.
↑Desde 2017, a Conmebol vetou a possibilidade de ganhar Sul-Americana e Libertadores no mesmo ano.
↑Apesar de não ser a competição "principal" em relação ao Campeonato Brasileiro, que é a disputa que define o campeão do nível confederativo-nacional, a Copa do Brasil não é secundária da mesma forma que a Sul-Americana quanto à Libertadores ou que as copas estaduais quanto aos campeonatos estaduais.
↑Podem constar títulos com elenco sub-23 em competição profissional.
↑Ano de fundação dos estaduais citados na lista principal: SP: 1902; RJ: 1906; PA: 1908; MG: 1915; PR: 1915; RS: 1919.
↑Em alguns estados são disputadas copas estaduais (dentre as remanescentes, algumas estão limitadas aos clubes de menor investimento, sem a participação dos grandes) e até mesmo recopas. Copa do Nordeste e Copa Verde são as duas disputas regionais em atividade (a última, inter-regional, mais especificamente), e podem eventualmente serem inclusas na lista principal.
↑Romano, Léo; Garofalo, Rodrigo (20 de novembro de 2001). Placar Magazine. : Editora Abril. Em 20 dias, a torcida comemorou os títulos carioca, da Libertadores e do Mundial Interclubes, tríplice coroa que 20 anos depois ainda é motivo de orgulho.
↑Espindola, Felipe (2 de maio de 2006). «Em busca de mais um Tri - SPFC». www.saopaulofc.net. Consultado em 6 de janeiro de 2022. Em 1993, levou o São Paulo à soberania na América vencendo a tríplice coroa continental: a Taça Libertadores, a Supercopa e a Recopa.
↑«26 de julho de 1931: o nascimento de um grande ídolo - SPFC». www.saopaulofc.net. 26 de julho de 2011. Consultado em 6 de janeiro de 2022. O Rei da América do Sul conquistava assim, o que a Conmebol chamou de Tríplice Coroa, por ter vencido a Libertadores, a Supercopa e a Recopa.
↑ abcGuimarães, José (24 de novembro de 2019). «Campeonato carioca, Brasileirão e Libertadores: Flamengo de Jesus conquista 'tríplice coroa'». www.record.pt. Consultado em 9 de março de 2021. A formação de Jorge Jesus que sucede, assim, ao Athletico Paranaense, que durante este ano civil venceu o campeonato paranaense, a Levain Cup - prova internacional da CONMEBOL em conjunto com o campeonato japonês de futebol - e a Copa do Brasil, após eliminar o Internacional a duas mãos, por 1-0 e 2-1.
↑ abZirpolli, Cassio. «Tríplice coroa – Blog de Esportes». Diário de Pernambuco. Consultado em 23 de outubro de 2022. Na América do Sul, os clubes chamam de tríplice coroa a conquista dos títulos do Mundial de Clubes, da Libertadores e da Recopa em sequência.
↑«William: Adversários vão dificultar cada vez mais para o Avaí». diariogaucho.clicrbs.com. Diário Gaúcho. 18 de janeiro de 2009. Consultado em 10 de janeiro de 2022. (...) o Brusque, uma equipe entra embalada no Estadual com a conquista da “tríplice coroa” em 2008 – venceu a Recopa Sul-Brasileira, a Copa Santa Catarina e a Divisão Especial.
↑Diniz, Afonso (10 de dezembro de 2012). «Sampaio Corrêa anuncia renovação de Arlindo Maracanã para 2013». globoesporte.com. Consultado em 9 de março de 2021. Considerado uma das peças fundamentais para a tríplice coroa do Sampaio em 2012 (Maranhense, Brasileiro da Série D e Copa União) e eleito no fim da temporada pelo Troféu Maranhense como o craque do ano. Arlindo Maracanã, capitão Tricolor, está confirmado para a próxima temporada.
↑«Em São Paulo, Goiás e Sampaio Corrêa negociam 'jogo das faixas'». terra.com. 4 de dezembro de 2012. Consultado em 10 de março de 2021. Campeão maranhense, da Série D e da Copa União, a tríplice coroa do futebol local, o Sampaio Corrêa deseja a realização de um amistoso no Castelão, (...)
↑«História vitoriosa». Sampaio Corrêa Futebol Clube. 29 de janeiro de 2016. Consultado em 21 de dezembro de 2021
↑«A Super Copa Gaúcha é do Lajeadense — pecbol.com». pecbol.com. Consultado em 9 de março de 2021. No domingo (23), o Lajeadense conquistou a Super Copa Gaúcha ao vencer o Novo Hamburgo por 2×1. Com mais esse título, a equipe alvi azul conquistou a Triplice Coroa do segundo semestre do futebol gaúcho, pois já havia vencido a Copa Sul Fronteira e a Copa Fernandão.
↑«Acelo Maldaner: Lajeadense, o novo campeão de tudo». GZH. 1 de dezembro de 2014. Consultado em 9 de março de 2021. Time fez a tríplice coroa: Campeão da Copa Fernandão, Campeão da Copa Sul-Fronteira e Campeão da Supercopa Gaúcha.
↑Possenatto, Paola (2 de julho de 2021). «Guia VAVEL do Campeonato Gaúcho 2016: Lajeadense». VAVEL. Consultado em 10 de janeiro de 2022. em 2014 o Alviazul triunfou nos gramados do Rio Grande do Sul, entrando para história pela conquista da Tríplice Coroa