Neste artigo exploraremos as diferentes facetas de Línguas aruaques e seu impacto na sociedade moderna. Desde o seu início até à sua evolução atual, Línguas aruaques deixou uma marca indelével em vários aspectos das nossas vidas. Analisaremos a sua influência na cultura, na economia, na tecnologia e na política, procurando compreender a sua relevância no mundo contemporâneo. Através da coleta de dados, depoimentos e opiniões de especialistas, pretendemos oferecer uma visão abrangente de Línguas aruaques e seu papel hoje.
O termo "aruaque" se originou do termo aruaque aruwak, que significa "comedor de farinha". O termo "nuaruaque" se originou da expressão aruaque nu aruwak, que significa "meu comedor de farinha".
Geografia
Para Rodrigues, essa língua, também conhecida como Lokono, era falada em algumas ilhas antilhanas, como Trinidad. Quando os europeus inciaram sua colonização do Caribe, os Aruák aí dividiam e disputavam o mesmo espaço com os caribes, e foi com uns e outros que aqueles tiveram seus primeiros contatos com a população nativa e com suas línguas. Assim como caribe, o nome Aruák veio a ser usado para designar o conjunto de línguas encontradas no interior do continente e aparentadas à língua Aruaque. Ainda segundo esse autor, esse conjunto de línguas foi também chamado de Maipure ou Nu-Aruák e corresponde ao que Martius (1794 — 1868) há mais de um século chamou de Guck ou Coco.
Dispersão
Considerando a possibilidade de reconstrução histórica a partir das línguas nativas, o referido autor Urban (1992) conjectura que o curso principal do Amazonas não foi a principal rota de dispersão Arawák. Ao contrário, parece que os Maipure migraram pela periferia da bacia amazônica, tanto pelo norte como pelo sul a partir da área peruana, estabelecendo-se apenas mais tarde em regiões de terras baixas amazônicas há mais de 3 000 anos atrás.
Classificação
Payne subdivide o grupo de línguas aruaques em cinco categorias: setentrional (exemplo: Achagua); oriental (ex: Palikur); central (ex: Waurá); meridional (ex: Terena) e ocidental (Ex: Amuesha). Não existindo consenso na literatura quanto à origem geográfica desse troco (Maipure), apesar de estar claro que, em relação aos Tupi, Jê e Caribe, os Maipure apresentam uma distribuição genericamente ocidental.
Jolkesky (2016)
Classificação interna das línguas aruaques (Jolkesky 2016):
A classificação da família arawak segundo Henri Ramirez (2020). Essa classificação difere substancialmente de sua classificação anterior (Ramirez 2001), mas chega a ser muito semelhante à proposta por Jolkesky (2016).
12 subgrupos (subfamílias) com 56 línguas (29 vivas e 27 extintas) († = extinta)
As línguas aruaques legaram algumas palavras para a língua portuguesa, embora não de modo tão expressivo quanto as línguas da família tupi-guarani. Geralmente, essas palavras chegaram à língua portuguesa indiretamente, através da língua castelhana dos conquistadores espanhóis das Antilhas, os quais aprenderam o idioma taino dos habitantes dessa região. Exemplos de palavras da língua portuguesa com origem no idioma taino são: canoa, goiaba, furacão, iguana, cacique, batata, caribe, tabaco etc.
PAYNE, David L. A classification of Maipuran (Arawakan) languages based on shared lexical retentions. In: DERBYSHIRE, Desmond C.; Geoffrey K. PULLUM (eds.). Handbook of Amazonian languages, v. 3. Berlim: Mouton de Gruyter, 1991. p. 355–499.
Aikhenvald, Alexandra. (2002). Language contact in Amazonia. Oxford University Press.
Captain, David. (1991 ). Proto-Lokono-Guajiro. Revista Latinoamericana de Estudios Etnolingüísticos, 10:137-172.
MICHAEL, Lev. La reconstrucción y la clasificación interna de la rama Kampa de la família Arawak. In: Memorias del V Congreso de Idiomas Indígenas de Latinoamérica, 6–8 de octubre de 2011, Universidad de Texas en Austin. Austin: University of Texas, 2011.
MICHAEL, Lev; Robin ALCORN; Lisa FANN; Briana VAN EPPS; Mona ZARKA. Phonological reconstruction of the Kampan branch of Arawak. Trabalho apresentado em 1 de maio de 2010 no 13° Workshop on American Indigenous Languages. Santa Barbara: University of California, 2010.
Carvalho, Fernando O. de (2021). A Comparative Reconstruction of Proto-Purus (Arawakan) Segmental Phonology. International Journal of American Linguistics, 87(1), 49–108. doi:10.1086/711607
BRANDÃO, Ana Paula; Sidi FACUNDES. Estudos comparativos do léxico da fauna e flora Aruák. Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi. Ciências humanas, Belém, v. 2, n. 2, p. 133–168, maio/ago. 2007.
FACUNDES, Sidney da Silva. The language of the Apurinã people of Brazil (Arawak). Tese (Doutorado em Linguística) – University of New York at Buffalo, Buffalo, 2000.
FACUNDES, Sidney da Silva. The comparative linguistic methodology and its contribution to improve the knowledge of Arawakan. In: HILL, Jonathan D.; Fernando SANTOS-GRANERO (eds.). Comparative Arawakan histories. Illinois: University of Illinois Press, 2002. p. 74–96.
Mary Ritchie Key. 2015. Ignaciano dictionary. In: Key, Mary Ritchie & Comrie, Bernard (eds.) The Intercontinental Dictionary Series. Leipzig: Max Planck Institute for Evolutionary Anthropology. http://ids.clld.org/contributions/263
Ruth Gill and Wayne Gill. 2015. Trinitario dictionary. In: Key, Mary Ritchie & Comrie, Bernard (eds.) The Intercontinental Dictionary Series. Leipzig: Max Planck Institute for Evolutionary Anthropology. http://ids.clld.org/contributions/265
Mary Ritchie Key. 2015. Baure dictionary. In: Key, Mary Ritchie & Comrie, Bernard (eds.) The Intercontinental Dictionary Series. Leipzig: Max Planck Institute for Evolutionary Anthropology. http://ids.clld.org/contributions/261
Mary Ritchie Key. 2015. Mashco Piro dictionary. In: Key, Mary Ritchie & Comrie, Bernard (eds.) The Intercontinental Dictionary Series. Leipzig: Max Planck Institute for Evolutionary Anthropology. http://ids.clld.org/contributions/264
Jesús Olza Zubiri and José Alvarez (commentary) and Miguel Angel Jusayú. 2015. Goajiro dictionary. In: Key, Mary Ritchie & Comrie, Bernard (eds.) The Intercontinental Dictionary Series. Leipzig: Max Planck Institute for Evolutionary Anthropology. http://ids.clld.org/contributions/262
Colette Melville and Frances V. Tracy and Olive Williams. 2015. Wapishana dictionary. In: Key, Mary Ritchie & Comrie, Bernard (eds.) The Intercontinental Dictionary Series. Leipzig: Max Planck Institute for Evolutionary Anthropology. http://ids.clld.org/contributions/266
Joan Richards. 2015. Waurá dictionary. In: Key, Mary Ritchie & Comrie, Bernard (eds.) The Intercontinental Dictionary Series. Leipzig: Max Planck Institute for Evolutionary Anthropology. http://ids.clld.org/contributions/267
Mary Ritchie Key. 2015. Yavitero dictionary. In: Key, Mary Ritchie & Comrie, Bernard (eds.) The Intercontinental Dictionary Series. Leipzig: Max Planck Institute for Evolutionary Anthropology. http://ids.clld.org/contributions/268
Referências
↑FERREIRA, A. B. H. Novo dicionário da língua portuguesa. 2ª edição. Rio de Janeiro. Nova Fronteira. 1986. p. 178.
↑FERREIRA, A. B. H. Novo dicionário da língua portuguesa. 2ª edição. Rio de Janeiro. Nova Fronteira. 1986. p. 178.
↑FERREIRA, A. B. H. Novo dicionário da língua portuguesa. 2ª edição. Rio de Janeiro. Nova Fronteira. 1986. p. 1 203.
↑Rodrigues, Aryon Dall'Igna. Línguas brasileiras. Para o conhecimento das línguas indígenas. SP, Loyola, 1986
↑Payne, David L. A classification of Maipuran (Arawakian) languages based on shared lexical retentions. in Derby-shire, D.C.; Pullun, G.K. (orgs) Handbook of Amazonian languages, 1991. pp. 355-499
↑Urban, Greg. A história da cultura brasileira segundo as línguas nativas. in: Cunha, Manuela Carneiro (org.) História dos índios no Brasil. São Paulo: Companhia das Letras - Secretaria Municipal de Cultura/ FAPESP, 1992